Novamente a mesma rotina. Mas hoje sinto que vai acontecer alguma coisa diferente. Só não sei se é bom ou mau.

Bella acabava de atender um dos clientes habituais do supermercado, apesar de ter sido a primeira vez que ele se dirigia a caixa da minha pequena, quando a carteira do cliente caiu no chão, sem que ele percebesse. Até eu, que estou atento a tudo, só percebi quando o homem já ia longe.

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Agarrei na carteira e deixei-a bem fechada, sobre o tapete rolante da caixa. E quando Bellaa percebeu a carteira ali ainda gritou para que o dono a fosse buscar. Mas o homem já ia longe. Com a carteira na mala, Bella seguiu o seu dia.

Aquele tipo, da turma dela, lançou novamente aquele olhar, mas ela ignorou-o e isso foi como uma vitória para mim. Apesar de saber o real motivo.

Chegou a noite.

Eu estava com ela, sentado à mesa, enquanto ela olhava para a carteira indecisa sobre o que fazer.

Ali dentro tinha mais dinheiro do que o suficiente para comprar os medicamentos que ajudariam os pais dela. Podia ainda pagar as contas da casa, sem usar um cêntimo do seu ordenado.

Ela não estava bem. Levantei-me e coloquei-lhe as mãos sobre os ombros. E senti o calor do corpo dela, e a pele macia.

Senti-a relaxar um bocado antes de se levantar apressada e ir para o quarto. Ela estava meio tonta, o seu andar estava estranho.

Mantive-me ao lado dela em todos os segundos. Não a ia deixar sozinha.

Chegando ao quarto caiu em cima da cama e adormeceu.

Os longos fios castanhos espalhados pelo edredom da cama. O leve vestido de Verão marcava o corpo dela. E a respiração dela estava calma. Tinha adormecido num sono profundo.

A minha pequena...a minha amada, estava com tantas preocupações...com um peso tão grande sobre os ombros.

Senti um arrepio na espinha. O meu pai estava a chamar-me.

Dei um leve beijo sobre os lábios da minha amada e fui ter com o líder dos guardiões.

_Chamou pai? - pergunta estúpida mas tinha de a fazer.

_Eu acho que sei uma solução para o teu problema.

_Como fez com a mãe? Pai, eu não vou deixar que a Bella deixe os pais sozinhos. Eles precisam dela pai.

_Posso falar?

_Desculpe pai.

_Vai tu para o mundo humano.

_Mas, e vocês pai? E a mãe?

_Vamos cuidar de ti, tal como tu cuidas da Isabella.

_Mas eu agora não posso. Tenho de a ajudar. Ela...

_Eu sei o que se passa. Sei tudo meu filho. Vai ter com ela. Quando estiveres pronto fala comigo.

Dei um sorriso e voltei para junto da minha pequena.