Summer Love
Capítulo VI
Casa de praia
“Eu estou confusa sobre meus sentimentos e você é a única pessoa que pode me ajudar, por mais improvável que pareça”.
Hermione abriu os olhos cor de âmbar de repente, era o terceiro pesadelo naquela noite e ela não voltaria a dormir. Ela vestiu um casaco azul marinho sobre a curta camisola rosa e deixou os cachos castanhos caírem por suas costas e emoldurarem seu rosto completamente pálido com conta do que sonhara, em seus pés, as confortáveis pantufas rosa aqueciam aquela parte do corpo e ela abriu a porta que dava em direção a sacada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O relógio não marcava mais que quatro horas da manhã e se ela esperasse um pouco ali iria ver o sol nascer. É claro que ela ia esperar porque não se pode dormir tento pesadelos como o que ela andava tendo naquela noite. Sempre que fechava os olhos castanhos, ela via perfeitamente a cena em que seus pais subiam até a pedra e a olhavam desgostosamente ao vê-la abraçada com o Malfoy.
A cena se repetia tantas e tantas vezes que chegavam até a dar medo. Hermione tentava esquecê-la até porque não iria mais se encontrar com Draco ali. Não depois daquela briga, por que brigaram mesmo? Talvez por que ele fosse um idiota ou a culpa foi toda dela mesmo, mas não importava, realmente não importava. Brigar com Draco era fácil demais.
Logo o escuro foi trocado pela aurora, o azul claro mesclava-se com o rosa no céu enquanto o sol subia devagar. Ela não percebeu quanto tempo tinha ficado acordada, mas o sono era tanto que seus olhos se fechavam sem permissão. Os dedos ágeis de Hermione fizeram um coque no cabelo enquanto ela caminhava até o banheiro e molhava o rosto em uma breve tentativa de acordar.
Ela voltou para o quarto e pendurou o casaco em um gancho na parede ao lado do seu outro que estava lá e retirou do gancho ao lado um robe de seda branca e colocou sobre a camisola. Ela saiu do quarto e desceu as escadas e pode ver a mesa e seus pais, típico.
_ Olá querida, já acordou? _ Sua mãe perguntou, em um bom humor atípico dela.
_ Ah, sim. _ Ela sorriu. _ Como passaram a noite?
_ Ótima. _ Seu pai sorriu. _ Junte-se a nós.
Hermione fez o que ele havia pedido, sentou-se na cadeira que costumava sentar e escolheu torradas, passava geleia graciosamente sobre a mesma enquanto Mandy colocava o suco de laranja em seu copo. Com um gesto simples de “basta” a empregada depositou a jarra de volta na mesa e se afastou.
Hermione saboreou as torradas, tinham um gosto incrível, ela quase nunca as comia devido a variedade de comidas sobre a mesa. Seus pensamentos voavam além daquela casa a cada mordida que ela dava na torrada. Voavam, exatamente, até a casa dos Weasley. Como estaria Rony naquele momento?
E, depois, pareciam voar sem permissão até a pedra que ela ia toda noite. Draco estaria lá? Ele continuara lá depois que ela saíra irritada? E, por que diabos, estaria ela pensando nele? Estava irritada com ele e o loiro não tinha direito de estar nos pensamentos dela! Mas aquele era o problema, Draco era sempre errado e, por mais improvável que pareça, o errado para ela, era o certo. Porque Draco sempre estaria lá, mesmo estando errado.
_ Hermione minha filha, você está bem? _ Sua mãe despertou de seus devaneios, preocupada. _ Aconteceu algo?
_ Sim. _ Hermione murmurou. _ Mas não comigo, não se preocupem... _ Ela completou.
_ Que brincadeira, Hermione! Quase me mata de preocupação. _ A mãe a repreendeu.
_ Deixe-a falar. _ Seu pai pediu. _ O que aconteceu, querida?
_ É que eu conheci uma amiga e ela está com problemas. _ Hermione murmurou. _ Mas não é nada demais, é só que... Ela fez algo de errado, ela conheceu alguém que... Bom, alguém que ela não deveria conhecer e quer contar aos pais dela e não sabe como fazer isso.
_ Alguém que não devia conhecer? _ A mãe dela perguntou, confusa.
_ Sim, um garoto que os pais dela não gosta. Não é nada demais, já disse, mas fiquei preocupada.
_ Bom, se fosse com você, a senhorita certamente estaria encrencada. _ A mãe dela disse. Hermione riu tentando evitar o nervosismo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!_ Você está nos escondendo algo, Hermione? _ Sr. Granger dela perguntou, desconfiado.
Hermione sorriu inocente.
– É claro que não, papai. _ E sorriu novamente da mesma forma.
Seus pais sorriram-lhe acreditando nela.
Hermione terminou de comer e se despediu dos pais e voltou para seu quarto. Chegando no mesmo, ela trancou a porta e se jogou na cama cobrindo o rosto com um travesseiro de coração rosa e gritou, o travesseiro abafando o grito aguda da menina e ela não permitiu que as lágrimas lhe manchassem o rosto.
Forte, você tem que ser forte. E suspirou, passando as mãos por seus cachos perfeitos.
O celular de Hermione fez um bip baixinho em cima da escrivania, ela havia se esquecido de tirar da caixa de mensagens. Rolou os olhos cor de âmbar para si mesma e correu até a escrivania pegando o celular, ela olhou as mensagens que tinha, uma da sua mãe, uma de sua amiga de Londres e uma de Gina, as outras ela podia ver depois. Excluiu a de sua mãe já que não devia ser importante, se não ela teria falado com ela pela manhã. Olhou primeiro a de sua amiga, Fleur.
“Mione, oi! Quando você volta para Londres? Estou com saudades. Me liga!”
Hermione sorriu para o sotaque francês da amiga e depois enviou para ela um SMS explicando que só poderia ir a Londres no final do verão e quando fosse iria ligar para ela para fazerem compras juntas, aliás, não tinha compras mais divertidas do que com Fleur.
E, depois da mensagem enviada, ela ouviu a de Gina.
“Oi Mi, eu estou indo a praia com o Harry e o Rony, vem com a gente? Beijos”
Hermione ligou para a amiga e, assim, marcaram de se encontrar na praia em meia hora. Hermione correu para o banho e se despiu entrando na banheira de água fria. Depois disso, ela vestiu um lindo biquíni branco com simples e quase despercebidos detalhes dourados. Vestiu um short curto jeans claro e uma blusa branca caída, mas de mangas compridas, a blusa era feita apenas com rendas e deixava quase toda a parte de dentro a mostra. Hermione deixou os cachos soltos e colocou seus óculos de sol.
A praia que iam, não seria essa perto de casa, mas não seria tão longe e por isso ela podia ir andando. Seria no mesmo lugar que aconteceu a festa dias antes. A para estava quase lotada, mas Hermione conheceu os cabelos ruivos que estendiam uma toalha rosa e amarela na areia, Harry e Rony fincavam guarda sóis na areia e Hermione resolveu ajudar a amiga depois de cumprimentar a todos.
_ Está um dia lindo não acha? _ Gina perguntou, com um enorme sorriso ao pular nas costas do namorado. _ Que tal um passeio a beira mar, amor?
_ Acho uma ótima ideia, ruiva. _ Ele sorriu e se voltou para Rony e Hermione. _ Divirtam-se, a gente volta daqui a pouco.
_ Ok. _ Murmuraram uníssono.
A praia pareceu se tornar interessante e olhar para qualquer lugar era mais interessante que olhar um para o outro e aquilo parecia agoniar Hermione. Ela odiava ficar calada por muito tempo e, por isso, ela suspirou derrotada e olhou o ruivo.
_Tudo bem, fale alguma coisa. _ Pediu.
Rony riu.
_ Que coisa? _ Perguntou.
_ Qualquer uma. _ Ela murmurou. _ Não gosto de ficar em silêncio por muito tempo.
_ ‘Tá... _ Ele suspirou. _ Hm, você já pensou? Sobre... Hm, aquilo?
_ Preciso de mais tempo que esse. _ Ela deu um meio sorriso. _ Há algumas coisas entre mim e um garoto que... Bem, que precisam ser resolvidas. Quando eu resolver, eu te respondo. _ Ela apertou as mãos de Rony contra as suas. Eram quentes, ela preferia as mãos geladas de Draco contra as suas quentes. Suspirou. _ Só não quero iludir ninguém.
_ Tudo bem. _ Ele sorriu. _ Amigos por enquanto?
_ Amigos. _ Ela sorriu.
Hermione não mentiu completamente, havia, sim, algo para ser resolvido. Entre ela e Draco, não, não era algo que já aconteceu e não precisava dele para resolver. A única coisa que precisava se resolver, era ela, o que ela sentia? Era isso que precisava saber, não queria iludir Rony, mas precisava ter certeza que não amava o Malfoy.
Eles observaram Harry e Gina voltarem de mãos dadas, eles riam enquanto Harry a abraçava e falava alguma coisa em seu ouvido. Como nas cenas de filmes, eram tão perfeitos um para o outro. E por mais que ela amasse Gina e talvez a Harry também, Hermione sentiu inveja daquilo porque algo dentro dela dizia que ela não iria estar assim com quem ela ama.
_ Oi casal. _ Hermione sorriu. _Curtiram o passeio?
_ Nem chegamos a passear. _ Gina respondeu.
_ Tivemos medo que vocês se matassem. _ Harry brincou arrancando risada de todos.
O celular de Hermione tocou, assustando-a. Ela o pegou da bolsa, olhando o sinal. Estava ruim, ela atendeu, mas na mesma hora a ligação caiu. Bufou.
_ Gente, aqui perto tem uma pedra bem alta, eu vou até lá para ver se consigo sinal ok? _ Hermione sorriu, levantando.
_ Quer que eu vá com você? _ Gina perguntou.
_ Não. _ Ela sorriu gentilmente. _ Eu vou sozinha, pode ficar e aproveitar a praia.
Hermione correu até a pedra, talvez ela chegasse a tempo de ligar para a Fleur sem ela ficar brava. Por que a praia tinha que ter um sinal tão ruim?
Ao chegar a pedra, ela escalou-a rapidamente, já acostumada com aquilo, ótimo, ali tinha ao menos um pouco de sinal. Ela ligou para a amiga, mas tudo que ouviu foi “Oi, é a Fleur, no momento não posso atender... Deixe seu recado. Bip”. Hermione suspirou e deixou para a amiga uma mensagem rápida e que explicava tudo. Esperou um pouco na pedra caso ela ligasse, mas como não obteve resultado ela virou-se para sair.
E foi virando-se que Hermione viu que um pouco longe da pedra, havia dois barcos a remo brancos e talvez um pouco velhos. Ela desceu das pedras e como a curiosidade foi maior, ela correu até os barcos. Eles estavam presos por cordas que, inutilmente, ela tentou desamarrar.
_ Deixa que eu faço isso por você. _ Uma voz murmurou atrás dela.
_ Draco? _ Ela se virou, rapidamente.
_ É assim que me chamam. _ Ele sorriu sarcástico e passou por ela desatando os nós das cordas com facilidade. _ Para onde você quer ir?
_ Ah, eu não sei. _ Ela murmurou. _ Senti curiosidade, eu não tinha percebido esses barcos aqui...
_ Ninguém nunca percebe. _ Draco deu de ombros e empurrou o barco para a água e entrou nele em seguida. _ Você vem?
_ Vai me sequestrar? _ Ela perguntou, irônica.
_ Só se você quiser ser sequestrada. _ Ele sorriu e, automaticamente, ela sorriu também. _ Vem comigo.
Hermione correu até o barco e entrou nele, sentando-se em um “banco” de frente a Draco, ele começou a remar. Hermione percebeu que ainda estava com o óculos escuro e o retirou colocando-o na sua blusa de forma que ele ficasse preso. Os cabelos castanhos voavam com o vento da praia.
_ Para onde estamos indo? _ Ela perguntou.
_ Para o único lugar que dar para ir em uma praia e em um barco pequeno._ Ele sorriu. _ Você vai ver logo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!_ Desculpe por ontem. _ Ela disse. _ Por que a gente brigou mesmo?
_ Talvez porque você seja um pouco teimosa... _ Ele deu um meio sorriso. _ E talvez eu também seja.
_ Você com certeza é. _ Ela lhe sorriu. _ Estamos perto?
_ Vai ficar fazendo perguntas? - Ele sorriu.
_ Sim. Quanto falta para chegar?
_ Pouco.
_ E onde estamos indo?
_ Eu não vou mais responder.
Hermione riu e empurrou o loiro para trás, de leve. Ele riu e encostou o barco uma parte da praia que, andando, seria muito longe e não podia ser visto. Um pouco mais longe da areia, havia uma casa. Era uma casa pequena e paredes de madeira branca e vidro, atrás da casa tinha uma “floresta” com palmeiras.
Havia também uma varanda com um sofá de couro branco. Hermione riu impressionada e correu para casa. Ela abriu a porta de vidro e lá dentro era bem mais impressionante, havia televisão, cama, sofá e até mesmo uma pequena cozinha. Hermione sorrisou e sentou-se no sofá.
_ Gostou? _ Draco perguntou, sentando ao seu lado. - É minha, ganhei dos meus pais.
_ Esse lugar é incrível! _ Ela disse, surpresa.
_ E você é a primeira pessoa que o conhece, além de mim e meus pais. _ Ela o olhou, incrédula. _ É sério, eu só venho aqui quando quero paz, por isso venho sozinho.
_ E por que me trouxe aqui?
_ Não sei, talvez eu não queira paz agora. _ Ela sorriu a ele. _ Quer assistir?
_ Uhum.
Draco ligou a televisão em algum canal de músicas e deitou a cabeça de Hermione em seu colo e acariciava seus cachos. Ela estava cansada, tivera pesadelos a noite inteira e tudo que queria um bom sono. Logo seus olhos foram ficando pesados e elas os fechou, mesmo sem querer. Acabou dormindo.
[...]
Hermione acordou em uma cama confortável e cheia de travesseiros. Ela lembrou-se do lugar onde havia dormido e por isso ela levantou rapidamente. Draco estava a sua frente preparando chocolate quente. Hermione percebeu que chovia muito forte lá fora.
“Draga, meus pais devem estar preocupados” Pensou, ao pegar o celular para ver se tinha área, mas não tinha. Ela suspirou e levantou. Draco sorriu a ela quando a viu.
_ Você acordou. _ Ele deu um beijo na testa dela a fazendo sorrir. _ Está com frio?
_ Um pouco. _ Confessou. Draco retirou uma jaqueta e entregou para ela. _ Pode pegar, não estou com tanto frio.
Hermione colocou a jaqueta sentindo o calor envolver seu corpo e aquele cheiro delicioso de canela e hortelão invadir suas narinas. Hermione sentou-se no balcão da cozinha e Draco colocou em sua frente uma xícara de chocolate quente e sentou-se ao seu lado.
_ Estou preocupada. _ Ela confessou. _ E meus pais?
_ Eles vão entender. _ Draco tentou sorrir, mas sabia que a ideia era impossível.
_ Que eu estava com você? - Ela arqueou uma sobrancelha.
Draco riu.
_ Eles não sabem que você está comigo. Você pode mentir.
_ Não gosto de mentir. _ Hermione deixou a xícara sobre o balcão.
_ Hey, calma. _ Draco a abraçou, o cheiro aumentou a deixando embargada. Uma ótima sensação. _ Vai ficar tudo bem.
_ Por favor, eu preciso ouvir isso. _ Ela suspirou. _ porque ultimamente está tudo errado.
_ Você não gosta do errado? _ Ele sorriu.
_ Só de algumas coisas. _ Ela se separou dele. _ Eu gosto de você.
_ E você me acha errado? _ Ele arqueou uma sobrancelha. Ela riu.
_ Muito errado. _ Ela suspirou. _ Mas um errado bom...
_ E isso existe?
_ Agora existe. _ Ela riu.
_ Eu também gosto de você. Mesmo sendo certinha.
_ Sou certinha? _ Ela arqueou uma sobrancelha. _ Eu estou encontrando o inimigo dos meus pais escondido e os deixando preocupados e nem meus amigos sabem onde estou.
_ Hm... Uma certa errada, pode ser? _ Ele deu um meio sorriso.
_ Isso existe? _ Ela repetiu.
_ Te transformei nisso. _ Ele respondeu com um sorriso. _ Espero que você goste do resultado.
_ Eu gosto. _ Ela deu de ombros.
A chuva pareceu cessar lá fora. Draco a levou para o barco antes que começasse a chover novamente e o mar ficasse agitado. Se despediram e Hermione correu para casa, quase tropeçando de nervosismo.
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