Ecos Caleidoscópicos

Capítulo 9 – De volta


Eu estou extremamente exausta por causa do jogo, e vejo que Jamie, Paige e até Andy estão em uma situação similar. Kyle e Melanie se desafiaram de uma forma absurdamente patética e engraçada. Acho que ela está bastante ansiosa e resolveu extravasar provocando o Hulk. Não que ele não tenha gostado, foi uma boa oportunidade pra se mostrar, ainda mais com uma Sunny meio-assustada-meio-empolgada presente. Só não teve graça eles nos exaurirem assim para isso, sobretudo para ficarmos num angustiante empate.

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Revezamos na sala de banho e vamos jantar. A felicidade de Melanie e Jared chega a ser contagiante e não é para menos, eles estão reunidos, mesmo que as possibilidades julgassem isso impossível. Jamie está serelepe, indo de mesa em mesa, querendo participar de todas as conversas. Quando ele chega à mesa em que estão Doc, Jeb, Trudy e Geofrey ele grita empolgado.

– SIM! Sim, sim, sim! Melanie! – Ele dispara até a mesa da irmã.

– O que foi, Jamie?

– Doc vai trazer a Peg de volta! Hoje! – Melanie mal consegue conter a euforia, levanta-se apressada para abraçar o irmão e corre ao encontro do tio. Bem, na verdade, os dois praticamente não deixam Doc e Jeb terminarem a refeição direito.

– Tudo bem, tudo bem! Precisamos de calma, ok? – Fala Jeb tentando sossegar os sobrinhos que se mechem nervosamente ao seu redor. – Doc vai consultar o Ian – Como se ele fosse se opor... – E então arranjamos tudo e avisamos vocês.

– Eu quero estar lá! – Melanie se pronuncia, alerta.

– Eu também! – Jamie protesta – Qual é, tio Jeb? Chega de tanta censura comigo, por favor, já sou grande.

As pessoas riem do drama de Jamie e Jeb argumenta que desse jeito a sala do hospital ficará lotada.

No fim das contas, não há como evitar que Jamie, Jared, Melanie e Ian fiquem presentes durante o procedimento, além de Doc, Candy e Jeb, é claro. Enquanto isso, alguns de nós aguardamos ansiosos no corredor Sul, iluminado com algumas lanternas. Geofrey, Trudy, Heath, Andy, Paige, Aaron, Brandt, Kyle e Sunny grudada a ele; e todos nós procuramos um cantinho na sala do hospital, quando tudo termina, para aguardarmos o despertar de nossa querida amiga.

Uma sensação estranhamente perturbadora e confortável me envolve nesse cômodo lotado de pessoas prontas para dar as sinceras boas vindas a Peregrina em sua mais nova vida. Estremeço ao sentir essa sensação se intensificar a cada instante que o despertar dela se aproxima... Observo a devoção de Ian falando baixo e determinado com o pequeno corpo, que agora possui sinais de animação, sinais do jeito meigo de Peg.

Sinto uma lagrima solitária rolar pela lateral de meu rosto quando ela abre os olhos e reconhece, ainda que relutante, seu lugar. Com Ian, conosco. Ela é nossa e está, finalmente, entre nós de novo. Testemunho Peg e Ian recuperarem o amor absoluto que sentem um pelo outro. E então tomo consciência daquela sensação.

É o amor que em suas infinitas formas preenche cada segundo desse instante e promete florescer, se cultivado. É assim que acontece, essa coisa chamada amor, estanho e que eu pensava não tinha mais o direito de existir. Ele é louco, resistente, imprevisível, errático. Ian e Peregrina, evidencias desse sentimento na sua maneira mais improvável, dão-me a guinada final para perceber que ainda existe esperança.

Depois de tudo que aconteceu, eu posso acreditar no amor. Eu posso reencontrá-lo, o amor ou Wes, um dia. Enquanto isso, eu devo honrá-lo com respeito, coragem, e – porque não? – minha felicidade. Wes iria querer isso. Eu estou aqui e posso viver por ambos, viver por essas pessoas que me amam e que também amam Wes, porque o amor é pleno quando bem aceito e cuidado.

Eu não posso, nem quero me libertar das lembranças do tempo que estive com Wes, cada segundo, até o fim. Nem vou lamentar o tempo que perdi sem perceber que o amava, eu farei dele o que ele foi: o alicerce que dá sentido à esta vida para que ela continue.

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Eu amarei tudo, o bom, o mal, o desperdiçado, o construído. Afinal, é verdade, o amor e a vida continuam.

É assim que deve ser, a plenitude que eles trazem busca sempre realizar-se, de um jeito ou de outro. Depois de tanta coisa que vi e vivi, em tão pouco tempo, eu não tenho mais medo de acreditar em nada. Agora, mais que qualquer outra coisa, eu acredito que a minha plenitude buscará um meio de realizar-se. Wes irá viver na minha mente, pelo menos, e isso será o suficiente até que possamos nos reunir novamente. Algum dia.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.