Entre Dois Mundos

Uma nova inimiga


Os Pevensie passaram o dia ocupados, principalmente os mais velhos. A angustia que sentiam não passava de forma nenhuma e passar o dia ocupado era o único jeito de não ficar pensando naquilo a todo instante.

Pedro havia pedido que dois soldados ficassem na torre de vigia, achava que o aperto em seu peito era algum aviso de um possível ataque.

Susana não sabia o motivo de estar angustiada, mas fazia de tudo para não se concentrar nisso. Ficou ajudando no treinamento dos mais novo com arco e fecha.

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Lucia e Edmundo optaram por treinarem juntos em um lugar um pouco distante do acampamento e claro sem os irmãos mais velhos saberem disso.

— Ed, melhor ficarmos aqui. – disse Lucia.

— Não, ainda estamos perto do acampamento. – falou Edmundo ainda andando.

— Por que ir para tão longe?

— Ora, para não sermos incomodados.

— Ninguém iria nos incomodar.

— Você não pode ter certeza.

— Edmundo! Chega! Treinamos aqui ou volto para o acampamento.

O Pevensie parou sua caminhada e lentamente virou-se para a irmã mais nova, esta deu um passo para trás.

Lucia não acreditava no que estava vendo. Os olhos de Edmundo... os antigos olhos escuros estavam vermelho sangue.

— Ed! Ed o que houve com os seus olhos?

— Não tem nada de errado com os meus olhos.

— Tem sim, eles estão vermelhos.

Edmundo arregalou os olhos ao ouvir a frase da irmã.

— Não estão não. – disse fechando os olhos com força.

— Vamos voltar para o acampamento. Agora!

— Eu já disse que não!

Edmundo empurrou a Lucia que com a força do impacto caiu no chão. O jovem rei saiu correndo pela floresta.

A rainha destemida levantou rapidamente e saiu correndo atrás do irmão. Por vários minutos o procurou sem sorte.

— Edmundo!

Gritava enquanto corria pensando que assim ele a escutaria.

Jogou-se no chão. Cansada. Tinha corrido muito e não tinha mais forças para procurar o irmão. Aos poucos lagrimas molhavam seu rosto e poucos segundos depois começou a soluçar.

N]ao demorou muito para que Bernard a encontrasse, ela ainda estava chorando e não conseguia dizer o que tinha visto.

— Lucia, por favor, diga o que houve.

— Ed... ele, ele não era... – e se entregava a mais uma crise de choro.

Bernard a levou de volta para o acampamento.

— Lucia­ - Disse Pedro correndo ao encontro da irmã. – Por que se afastaram tanto do acampamento?

Com poucas lagrimas caindo, a jovem Pevensie relatou o que havia visto na floresta. Disse como Edmundo parecia confuso com a revelação da cor dos olhos e como mudou poucos segundos depois, como desapareceu na floresta.

— Atenção! Quero uma equipe procurando Edmundo agora!

5 dos melhores soldados de Nárnia entraram na floresta na mesma hora.

Caspian queria ir junto é claro, mas Susana o segurou.

Pedro levou Lucia para dentro e o casal os seguiu.

Demorou um pouco para que a rainha destemida ficasse completamente calma, calma essa que não durou muito pois a preocupação com o irmão mãos velho só aumentava.

Quase no fim da tarde, o grupo de busca voltou e sem Edmundo.

— Vou procura-lo. – anunciou Pedro.

— Não! – disse Susana. – Está muito tarde e lembre-se que nossos inimigos podem estar nessa floresta, apenas esperando para pegar qualquer um de nós.

— Edmundo está lá fora!

— Lucia disse que não parecia Edmundo.

— Ele é meu irmão mais novo.

— Meu também! Acha que não estou preocupada? – Falou Susana cada vez mais alto. – Não quero que vá à essa hora porque não quero perder meus dois irmãos no mesmo dia.

Aquilo deixou Pedro sem palavras.

— Vamos todos ficar aqui e pensar no que poderia ter acontecido para que o Ed ficasse daquele jeito. – Sussurrou a rainha gentil.

— Pode estar possuído. – Disse Beto, pela primeira vez naquele dia.

— Possuído? – Perguntou Pedro – Pelo o que?

— Vão me dizer que não conhecem uma antiga lenda dos telmarinos.

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Susana, Lucia e Pedro olharam para o pai de Bernard com dúvida estampada em seus rostos.

— É uma lenda. – Disse Caspian. – Não é algo verdadeiro.

— Não tem outro motivo. – Disse o velho fauno. – Vossa majestade disse que ele possuía olhos vermelhos? – Perguntou a Lucia.

— Sim. – Respondeu ela.

— Alguém pode nos dizer que lenda é essa? – Perguntou Pedro.

— Dizem que quando os primeiros telmarinos chegaram à Nárnia trouxeram uma viajante com eles. Uma bruxa. – Disse Beto. – Ninguém sabe como ela conseguiu chegar com eles, o que todos dizer é que de alguma maneira ela passou a ter sentimentos de raiva e ódio para com os telmarinos. Dizem que seu ódio era tão grande que a menção daquele povo fazia seus olhos ficarem vermelhos.

— O que aconteceu com ela? – Perguntou Susana.

— Foi enfrentar os humanos e, na maioria das versões, foi queimada viva no centro da floresta.

— Agora ela quer vingança de qualquer telmarinos que ouse chegar perto do local onde foi queimada. – disse Caspian.

— E onde ela foi queimada? – perguntou Lucia.

— Uns 500 metros em direção ao norte. – respondeu o fauno Beto.

— Edmundo não é um telmarinos. – disse Susana. – Então não tem como ela se vingar dele.

— Mas ela pode usá-lo para se vingar deles. – disse Beto.

— Vamos lembrar que é só uma lenda. – disse Pedro. – Vamos pensar em um jeito de achar o Ed.

Acontece que ninguém ali tinha uma ideia.

Aos poucos, cada um ia indo para seu local de descanso.

Susana foi uma das ultimas a sair, junto com Caspian.

Pedro ficou na mesa de pedra. Sozinho. Pedindo à Aslan que protegesse seu irmão caçula.

— Como está se sentindo? – perguntou Caspian à Susana.

— Péssima. Não sei como ajudar o Ed e isso acaba comigo.

— Assim que amanhecer vamos procura-lo novamente e vamos acha-lo.

— Assim espero.

Um pouco longe dali, Edmundo olhava desesperado para o corpo em sua frente.

O soldado telmarinos estava com o peito aberto, o sangue ainda escorrendo e seus olhos escuros totalmente abertos.

O que aterrorizava mais Edmundo era que suas mãos estavam sujas de sangue.

O sangue daquele soldado.

— Eu preciso de ajuda. – Sussurrou o jovem rei.

Sozinho, cansado e não tendo ideia de onde estava Edmundo começou a andar, olhando sempre para trás onde estava o corpo do soldado, seus pensamentos o acusando de tê-lo atado, mesmo não lembrando disso.

Suas últimas memorias era de estar com Lucia, eles iam treinar um pouco. Isso era de manhã e agora era tarde da noite.

O que aconteceu nesse intervalo de tempo?

Era o que se perguntava.