Cartas Para Julieta

Capítulo 3


Capitulo 3

- Oi – falei entrando no quarto do hotel

- Oi – Evan falou vindo em minha direção com uma taça de vinho

- Desculpa o atraso – falei colocando minha bolsa na cama e pegando a taça

- Tudo bem. Como foi seu dia? - ele me deu um selinho

- Muito bom. Como foi com a Angelina? – perguntei me sentando no sofá.

- Maravilhoso. Ela é incrível, cozinha sem receita. Incrível. Ela me chamou pra cozinhar com ela outro dia, se eu quiser. - Ele falou pegando outra taça

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- Eu tive um dia maravilhoso eu respondi uma carta escrita á 50 anos atrás, nem sei se ela vai chegar lá, mas foi maravilhoso. – falei e Evan sorriu pra mim.

-Acho que você devia passar mais tempo com ela – Ele falou bebendo vinho.

- Por que? – perguntei

- Porque é a sua paixão e também tudo se encaixa perfeitamente e acabei de falar com o meu fornecedor e ele me chamou para um leilão de vinho em Livorno. – ele respondeu

- Livorno? - perguntei

- É exclusivo, nem sei se eu vou conseguir convite. Vou ficar um ou dois dias fora no máximo. Se quiser consigo um convite pra você. – ele falou.

- Mas um leilão de vinho em livrorno? – repeti. Nada contra ele, mas não é a minha praia.

- Eu sei é que horrível, mas eu vou rápido e já estou ate com saudades de você. – Ele se agachou na minha frente e me beijou.

2 dias depois Evan já estava saindo para Livorno, me despedi dele com um beijo e ele foi embora. Passei o dia visitando Verona, a cidade perfeita, de noite fiquei no meu hotel mesmo e vi todas as luzes da cidade da sacada do hotel. Era magico.

Na manhã seguinte segui ate o restaurante para ajudar Tess com as cartas. Passamos o dia todo pegando as cartas no muro e respondendo.

- Escutem isso – Ashley falou – “Julieta, existe algo pior que um homem?”

- Sim. Dois – Donatela falou e nós rimos.

Um homem bateu na porta da sala e todas nós olhamos para ele. Ele era alto, forte, cabelos castanho escuro, assim como os olhos. Usava roupas elegantes e era bonito.

- Com licença Vocês são as secretarias da Julieta? – ele perguntou. Sua voz era rouca e confortante.

- Sim – Tess respondeu.

- Otimo. E qual de vocês escreveu essa carta a minha vó? Claire Smith? – Ele falou e tirou a carta do bolso.

- Eu escrevi e não acredito que vocês receberam – falei me levantando.

- Claro que sim. Nós britânicos temos o costume de morar na casa da família – Ele falou

- É, eu sei disso. E é incrível que vocês receberam. Faz dois dias que eu enviei – falei indo ate ele.

- Foi uma carta linda, mas o que você estava pensando? – ele perguntou rude me levando até a janela.

- Acho que ela merecia uma resposta – respondi

- Talvez á 50 anos atrás e não agora – falou ele

- Desculpa – disse – Não sabia que amor verdadeiro tinha data de validade.

- Amor verdadeiro? Ta de brincadeira? – ele deu uma risada estranha. – Imagina o que teria acontecido se ela não tivesse caído na real?

- Bom você não estaria aqui e seria bem melhor – respondi cruzando os braços.

- E o que você está fazendo aqui? É uma solitária que vive uma vida fictícia pela vida dos outros? – ele perguntou.

- Não sou solitária, eu tenho um noivo – respondi brava

- Bem, meus pêsames ao noivo – pego e saiu da sala.

Fiquei de boca aberta com o que ele falou e eu fui atrás dele, desci as escadas rapidamente e consegui falar com ele já do lado de fora do restaurante.

- Com licença. Você veio de Londres só para me dar um sermão?

- Não. Vim porque não podia deixar minha avó sozinha – ele falou andando rápido.

- A Claire está aqui? Porque? – perguntei

- Acho que sabe a resposta – ele respondeu

- Ai meu deus. Que incrível. Ela veio encontrar o Lorenzo – falei.

- Incrível? E se o Lorenzo não quiser ver ela? E se ele tiver outra mulher? E se ele estiver morto? – ele falou.

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- Eu quero conhece-lá – falei – Eu quero conhecer a Claire.

- Eu quero entrar pro Manchester United, mas não jogo bem – falou.

- Acha que ela não quer me conhecer? – perguntei

- Honestamente, ela não quer conhecer uma mulher que fala “Ai meu deus” e “Incrível” em uma mesma oração – ele falou e saiu.

Eu segui ele pelo meu senso de detetive, sabia que ele ia encontrar a vó dele e o vi entrando na casa da Julieta. Ele chegou perto de uma senhora, linda, que observava o muro, vi que ela já estava saindo e fui ate eles.

- Com licença. Claire Smith? – ela me olhou e sorriu – Oi. Eu sou a Catherine e eu escrevi a carta pra você.

- A carta de Julieta? – ela perguntou e eu assenti – Obrigada, mas como você me encontrou?

- O seu neto me encontrou na verdade. Ele é muito simpático e atencioso e acho que talvez a senhora quisesse me conhecer – Falei para ela olhando para ele.

- Geralmente você não é tão atencioso – ela falou

- Bom vovó, nessa situação, não seria legal esquecer a mulher que nós colocou nessa viagem lunática – ele falou.

- Vincent não aprova o que deixa tudo mais divertido. Gostaria de tomar um copo de vinho? – Claire perguntou para mim.

- Claro que não – Vincent falou.

- Porque não querido? – Claire perguntou e eu olhei pra ele assustada.

- Foi um dia muito longo e cansativo – ele falou e tentou levar Claire embora.

- Então, descanse bem querido – ela deu um beijo na bochecha dele e se virou para mim – Conhece algum lugar.

- Conheço o lugar perfeito – falei e levei Claire ate o restaurante da mãe da Tess.

Logo vi que Vincent estava nos seguindo novamente, não querendo deixar a avó sozinha, eu não estava acreditando que Claire estava aqui e ela queria encontrar o seu amor verdadeiro, isso era literalmente uma historia única.

Chamei Tess e as mulheres para conhecer a Claire, todas elas desceram e nós nos sentamos na mesa do lado de fora do restaurante, já estava escurecendo, Angelina levou bastante comida a nossa mesa e Tess escolheu o vinho.

- Claire, nos conte como conheceu o Lorenzo – pedi.

- Bom, eu estava fazendo um curso de Artes em Toscana e eu estava morando com uma família perto de Siena e eles tinham um filho chamado Lorenzo e foi amor a primeira vista – ela parou um pouco relembrando – Ele tinha olhos tão gentis e me dizia que eu era muito bonita. "La ragazza più bella del mondo"

- Claire você ainda é muito bonita – Maria falou

- Grazie – Claire pegou a mão da Maria – Olha, ele me deu esse anel. – Claire me entregou o anel, uma joia simples, mas muito bonita, passei para Tess. – Queríamos nos casar mas eu tinha que voltar pra a Inglaterra para fazer algumas provas e meus pais nunca iriam deixar e então eu fugi. E agora eu gostaria de dizer a ele que sinto muito por ser covarde.

- Claro que um cartão ou um e-mail seria simples demais – Vincent murmurou eu olhei pra ele com raiva, depois me virei pra Claire e sorri. Ela pegou o anel de volta.

- Então, a senhora veio procurar o Lorenzo! – Exclamei

- E eu acho que sei onde ele está – Claire respondeu – Em uma fazenda perto de Siena. Vincent vai me levar lá amanha.

- Claro vovó, não tinha cabimento você pegar carona – ele respondeu com um pouco de arrogância.

- Ele não aprova – Claire falou.

- É porque você não tem uma gota de romantismo no seu sangue – Donatela falou para Vincent.

- Não, é porque eu sou realista – Vincent falou

- Não porque você é Inglês – Tess falou

- Frio e arrogante – Maria falou

- Desculpe, mas quem escreveu Romeu e Julieta? – ele perguntou.

- William Shakespeare um grande italiano – Maria respondeu e nós rimos.

- Vocês todas são loucas. – Vincent falou e Claire se levantou.

- Foi ótimo todo isso, mas amanha o dia começa cedo – Claire falou e eu me levantei para abraça-la – Catherine querida, boa noite e obrigada.

- Eu que agradeço – falei.

- Boa noite a vocês – falou e Vincent se levantou também

- Boa noite – ele falou e saiu.

- Imagina ela encontra o Lorenzo só porque você escreveu aquela carta? – Tess falou

- Se eu contasse, ninguém iria acreditar – falei e olhei para a minha bolsa. – Eu tive uma ideia.

- Onde você vai? – Tess perguntou.

- Ajudar a Claire – falei e me levantei – Boa noite gente. Tess, eu te mando uma mensagem.

- Boa noite – elas se despediram e eu sai correndo atrás dos dois.

Eles não estavam muito longe, mas tive que correr um pouco, com a pratica de correr atrás dos criminosos cheguei rápido ate os dois.

- Esperem – gritei e eles param de andar

- Não acredito. Você de novo – Vincent falou e eu o ignorei.

- Desculpe, mas eu posso ir com vocês? – perguntei

- Vocês quer vir com a gente? Mas e o seu noivo? Você está na cidade do amor e quer vir com a gente? – Ele perguntou, juro, estava ficando com ódio dele.

- Meu noivo está ocupado e eu não e é claro se você deixar Claire – pedi pra ela

- Não atrapalha, pode vir com a gente – Claire falou e eu sorri

- Vovó não faça isso – Vincent reclamou

- Para Vincent – falou brigando com ele

- E eu só queria dizer que isso não foi planejado, foi apenas uma resposta a sua carta, mas eu achei incrível o que esta fazendo e eu queria escrever a sua historia. – falei mordendo o lábio inferior.

- Uma jornalista. Vovó é uma jornalista investigando nossas vidas – ele quase gritou.

- Vincent, não exagere, isso não é um segredo de estado. – Claire disse sorrindo pra mim.

- Não sou jornalista, sou detetive e gosto de escrever – falei

- E se você escrever a historia dela pode ser o um best seller? – Vincent falou arrogantemente.

- Acho que vale a pena contar – falei

- Pode vir com a gente, vou achar ótimo – Claire falou e me abraçou.

Marquei com Vincent em frente ao restaurante as 8 da manhã, me despedi deles e voltei para o hotel. Evan me ligou e contei sobre minha aventura, ele disse que o leilão estava ótimo e conseguiu varias ofertas ótimas.

Desliguei e arrumei minha mala que já estava pronta. Tomei um banho e guardei minha necessaire dentro da mala, so deixando a escova de dente de fora. Assim que coloquei minha cabeça no travesseiro dormi.