– Agatha, remarque todos os pacientes de hoje pra outro dia e pode tirar o dia de folga.

– Tem certeza Doutor?

– Sim. Não vou conseguir atender ninguém hoje, não estou me sentindo muito bem.

–Okay, vou ligar e remarcar com os pacientes.

–Estou saindo. Feche tudo quando terminar ai e aproveite a folga.

–Obrigada Doutor – dizia ela sorrindo – Tenha um bom dia também

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Tentarei – disse sorrindo sem humor e fechando a porta.

Já fazia uma semana desde aquele incidente com o Chizuru e desde então não tenho noticias dele. Tentei ligar, mas não fui atendido. Infelizmente não sei onde ele mora e nem onde trabalha. Mas mesmo assim o que eu faria se o encontrasse ou conseguisse falar com ele, fui um idiota impulsivo, eu não deveria ter feito o que fiz.

– Hey! Taaaka-chaan! – ouço aquela voz alta me chamando e logo sinto o peso de um corpo que me abraça por trás.

– Vic-san... Podia ser menos escandaloso, não?

Victor McQueen era um estilista famoso. É bem alto, passava fácil de 1,90m, tem cabelos azuis e usava roupas bem coloridas e às vezes com plumas, coisa que o deixava mais chamativo ainda.

–Ihh, já vi que está de mau humor. Que houve hein?

–Nada.

–Aconteceu sim, te conheço a 3 anos, sei quando não está bem bobinho – dizia enquanto cutucava minha bochecha. – Vamos beber e você me conta o que houve, eu pago okay?

–Ta, tanto faz... – disse não muito animado em ir.

Chegamos ao Mushroom Bar. Victor era um dos fundadores então tinha uma sala particular na área vip do bar. Pediu muitas cervejas, que foram trazidas bem rápido. Pelo visto se eu não fosse desabafar ele pretendia me forçar com a bebida.

–Então Taka-chaan o que te aflige querido?

–O psicólogo sou eu e você que quer fazer a consulta, irônico.

–Fica a vontade, temos a noite toda – dizia ele com aquele sorriso escrachado abrindo uma cerveja e me dando.

–Estou vendo que não vai me deixar sair daqui enquanto eu não falar, né?

–Isso mesmo, então pode começar.

–Isso é coisa de antes de eu te conhecer.

–Nossa! Agora parando pra reparar, não sei nada mesmo sobre o seu passado antes de nos conhecermos.

–Pois é não sou muito de ficar falando sobre coisas que já aconteceram...

–Mas você não está muito bem por causa de algo do seu passado. Pode se abrir comigo, afinal até mesmo psicólogos precisam de alguém que os ouça.

–Então melhor eu começar falando sobre isso aqui – disse tirando a lente do olho direito.

–Wow! Essa é nova, eu não tinha percebido que você usava lente! É bem real.

–É meus olhos são assim desde que nasci, dizem até que nasci com esse olho aberto mesmo que estivesse dormindo. Mas isso não tem nada a ver com a história ou tem, sei lá.

–Então?...

–Bem, há uma semana um cara apareceu do nada no meu consultório depois do meu expediente. Conversamos por um tempo e acabei percebendo que o conhecia. No dia seguinte ele me ligou e fomos pra minha casa e ficamos conversando e bebendo a tarde toda. Bem resumo da ópera, eu acabei o beijando e ele saiu correndo e não tive noticias dele até agora.

–Porque raios você o agarrou do nada?

–Digamos que eu já o conhecia, mas ele não se lembrava de mim, então acabei não resistindo.

–Primeira vez que ouço sobre você perder o controle desse jeito, nunca nem te vi saindo com ninguém nesses 3 anos que nos conhecemos. E de onde o conhecia? Pra ter agarrado ele assim, deve ter alguma coisa mais nessa história. Está me escondendo alguma coisa né Taka-chaan! Vai, vai fala logo!

–Ahh... Como eu digo isso, ele era meio que... Meu namorado no ensino médio...

–OWWWWN! QUE FOFO! E você ainda gosta dele né?? Não imaginava que você era assim Taka-chaan!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Para com isso! – disse jogando uma tampinha nele.

–Hahah ta bom, ta bom parei. Continue.

–Como assim continue? Já contei o problema.

–Bem se isso tudo começou no ensino médio, quero saber tuuudo que aconteceu né heheh.

–Não vai me deixar ir embora até eu contar né?

–Nem pensar – dizia piscando pra mim.

–Ahh... Deixa-me ver, por onde começo... Bem, eu estava no 3° ano naquela época, estava doido pra terminar logo a escola e não ter que passar por aquele tédio todo dia. Meus pais praticamente não ficavam em casa por causa do trabalho. Eu era o ás do time de Taekwondo da escola, então minha vida era só estudar e treinar. Foi então que eu o conheci.