Revenge Of Lorien

Capítulo Dois


Harley/Nove


Sinto meu coração acelerar a medida que atiro nos hologramas, antes mesmo que possam preparar uma arma e atirar em mim, já estão mortos. Minha blusa está toda molhada com o meu suor e já estou ficando cansada, quando, finalmente, meu Cepan declara:


– Acabou.


Ele desliga os hologramas e eu caio no chão.


– O que você está fazendo aí deitada? – pergunta ele.


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– Morrendo. – respondo com a voz fraca.


Ele ri e se aproxima de mim me ajudando a levantar.


Malcolm é um homem alto, jovem e bonito, tinha até uma esposa em Lorien, mas agora ele parece estar cansado, cansado de algo, como se tivesse passado a noite acordado. Sempre foi um Cepan divertido e é como um pai para mim.


– Nove, não morra, a Garde precisa de uma líder e não de uma cicatriz! – ele exclama com uma voz feminina ridícula, fazendo o maior drama.


Reviro os olhos e solto uma risada, mas ainda penso no que ele disse, eu? Uma líder? Nossa é para rir ou para chorar?


– Vamos. - ele me abraça - Precisamos comer um bom almoço, mas antes você vai tomar um banho.


Saio do Centro de Treinamentos e vou para meu quarto, onde há um banheiro com uma banheira, nada como relaxar depois de uma manhã inteira treinando.


Depois de um tempo esperando a banheira encher entro nela e relaxo a cabeça pensando no treino e em meus defeitos, sou uma pessoa muito insegura e por isso estou sempre preocupada com meus defeitos. Eu poderia ter atirado mais rápido, porém dei tempo para eles prepararem as armas, se tivesse esperado mais um segundo estaria morta.


Estou tão distraída com as bolinhas da banheira, que me assusto ao ouvir um barulho de algo caindo em meu quarto. Por instinto, me levanto em um salto e quase escorrego na banheira, porém me seguro na cortina tentando me equilibrar. Pego minha toalha e me enrolo nela saindo da banheira silenciosamente, seja quem for vai se arrepender de ter tentado assaltar meu quarto.


Pego a mais assustadora das armas: uma escova de cabelo de plástico azul, e saio do banheiro segurando com uma mão a escova e com a outra a toalha.


A figura está encapuzada e saindo pela janela com um pacote na mão. Jogo a escova nela com toda a força e mira que tenho. Ela exclama de dor e cai para frente, sendo quem for vai cair e morrer, tenho certeza.


Com peso no coração corro até a janela e seguro o pulso da criatura sem medo de morrer e puxo de volta para o quarto.


– Quem é você? – pergunto alarmada.


– Ai. – geme a coisa esfregando o lugar onde a escova acertou. – Não precisava ter me agredido com uma escova. – a voz é infantil e masculina.


– Eu fiz uma pergunta. – digo devagar.


– E eu uma reclamação. – retruca o garoto.


Desisto de ficar discutindo com um misterioso garoto que roubou algo de mim, puxo o capuz.


O menino deve ter no máximo uns dez, onze anos. Os cabelos são curtos e castanhos escuros, os olhos são castanhos e a pele é bronzeada, finalmente percebo que o que ele segura na mão e minha arca, cretino!


– Isso não é seu sabia? – puxo a arca para mim.


– Quem te confirma que não? – seu tom e desafiador.


– Um: eu ganhei dos meus pais quando nasci.


Ele para por um instante e finalmente diz:


– Eles podem ter pego de mim.


– Dois: eu sou mais velha que você.


– Touché.


Solto uma risada e o menino sorri.


– Sua risada é engraçada. – coloca as mãos sobre a boca tentando segurar o riso.


– Não, não é. – nego cruzando os braços.


Ele dá de ombros.


– Você sabia que está só de toalha? - ele pergunta.


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Finalmente me dou conta que ainda não troquei de roupa.


– Não sai daqui. – peço enquanto entro no closet.


Pego a primeira roupa que vejo e a visto, prendo o cabelo em um coque e volto para o quarto.


O garotinho continua sentado no chão.


Passamos algum tempo encarando um ao outro em m silêncio desconfortável até que:


– Eu sou Scott. – ele finalmente diz.


– Harley.


– Isso não é nome de menino? – ele pergunta.


– Você quer outra escovada na cara? – sorrio inocentemente.


– Vou ficar quieto.


Voltamos ao silêncio, até que me lembro:


– Não é nome de menino!


– É sim.


– Não é.


– É sim.


– Não é.


– É sim.


E ficamos discutindo assim por horas até que ouço batidas na minha porta.


– Nove? – pergunta uma voz, Malcolm.


Congelo, não, ele não pode ver Scott.


– Harley? – mais batidas.


Me viro para o garoto e sussurro:


– Se esconda no meu closet, agora!


Ele levanta rapidamente e entra no closet sem mais delongas, não temos tempo.


Com um timing perfeito, Malcolm perde a paciência e abre a porta no exato momento em que Scott entra no closet.


– Com quem estava conversando? – pergunta com um tom desconfiado.


– Ninguém. – minha resposta é imediata.


– Mas eu ouvi vozes e...


– Velhice.


– Tenho vinte oito anos.


– Velhice. – repito impaciente.


Malcolm revira os olhos e finalmente desiste de discutir comigo. Sorrio, ainda bem.


– Temos um almoço esperando por nós. – ele diz e vai para a cozinha.


Eu espero até que ele saia para abrir a porta do closet.


– Psiu! – sussurro.


Scott não parece estar em lugar nenhum.


De repente algo me cutuca e eu viro para trás automaticamente socando a cara de quem quer que fosse. E era Scott.


– Desculpe! – coloco as mãos sobre a boca.


– Culpa minha. – diz ele voltando para o closet – Você precisa ir almoçar, melhor ir de uma vez.


Assinto e saio do quarto com uma coisa na cabeça: como ele passou por mim tão rápido? Talvez tenha saído do closet escondido sem que eu tivesse visto, mas como? ARGH! Eu vou surtar se continuar assim!