Anjos Da Noite

Resolvendo alguns assuntos.


POV Dirian

Depois que levamos o corpo desmaiado do meu pai pra o apartamento de Clara, e o colocamos numa poltrona perto do sofá, ela começou a correr pelo apartamento e pegou vários algodões, um tubo de álcool, uma garrafa de água, luvas descartáveis. Ele acordou e tentou se levantar mas a dor não deixou. Clara pegou uma toalha e jogou água nela, depois devagar começou a limpar os ferimentos enquanto meu pai rugia e gritava de dor:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Para com isso, é só água, eu ainda nem coloquei o álcool! – disse Clara.

Ele aguentou sem gritar por mais um tempo, porem quando ela começou a limpar os ferimentos com álcool, ele não só rugiu, como a jogou pra longe dos ferimentos.

–ISSO DOI! – gritou meu pai.

–DOERIA MENOS SE VOCÊ FICASSE QUIETO! – comentou Clara gritando.

–SE VOCÊ NÃO TIVESSE SAIDO SEM MIM ISSO NÃO TERIA ACONTECIDO!

–SE VOCÊ NÃO TIVESSE GRITADO E RUGIDO EU NÃO TERIA FUGIDO!

–E VOCÊ NÃO DEVIA SE METER NA MINHA VIDA.

–E VOCÊ DEVIA APRENDER A CONTROLAR SEUS NERVOS! – com isso ele se acalmou – agora fique quieto, isso pode arder!

–Seria muito mais fácil esperar o sol nascer pra eu virar estátua, quando eu voltasse a vida eu estaria curado! – comentou fazendo birra. Meu pai fazendo birra. Queria tanto ter uma câmera!

–Ainda não são nem oito horas da noite, você ficaria assim esse tempo todo? – perguntou Clara.

–Desculpa por ter gritado, é que eu não gosto que chamem gárgulas de monstros.

–Não a chamei de monstro em voz alta, foi só mentalmente, amenos que ela leia mente ela inventou aquilo, e ela é mesmo uma monstra, tratou sua filha de um modo desprezível! Por que se casou com ela afinal de contas?

–Porque ela me lembra a Hebe... – respondeu escondendo o rosto.

–Está com ela só porque ela lembra minha mãe? – perguntei – pai, já disse que ao preciso de uma nova mãe! Você não a ama, todos os gárgulas arrumam tempo pra suas esposas e filhos, mas você só arruma tempo pra mim, mau quer ficar perto dela, e estão juntos todo esse tempo e ela não pôs nenhum ovo!

–Acho que devo me separar dela! – finalmente ele admitiu.

–E acho que devo vender meu cheiro: feromônio da doutora Clara atraindo todas as criaturas místicas num raio de 800Km. – comentou Clara fazendo a mim e ao meu pai rimos.

Cecília pousou na varanda momentos depois, tentou entrar mas algo a barrou, como se fosse um escudo, ela realmente não conseguia entrar:

–Não te quero aqui dentro! – disse Clara.

–Que tolice é essa? Preciso falar com meu marido... Golin, está ferido? O que houve? – perguntou a vaca, se fazendo de preocupada, como ele podia cair nessa?

–Porque ela não entra? – perguntou meu pai.

–Um feitiço que Valentin colocou, apenas vocês, ele e eu entramos aqui, amenos que eu convide mais um! – respondeu Clara.

–Me convide pra entrar! – mandou Cecília.

–Qualquer outro gárgula menos ela! – Clara disse olhando pro meu pai.

–Cecília – começou Golin – Ainda acredito em sua palavra, mas depois de quase morrer e avaliar algumas coisas, decidir que não vamos mais ficar juntos!

–O que? – rugiu ela – ESSA DAI FEZ SUA CABEÇA NÃO FEZ? ELA ESTÁ TENTANDO NOS SEPARAR.

–Sem drama Cecília, sabemos que não vai dar em nada! – eu amei dizer essas palavras.

–Cecília eu... – meu pai tentou falar algo, mas algo melhor aconteceu, Cecília explodiu.

–SUA FEDELHA INGRATA, POR ANOS EU TE ATUREI E AGORA VOCÊ ARMA ISSO PRA ELE ME DEIXAR? – rosnou ferozmente.

Meu pai se levantou ignorando a dor que deve ter sentido e rugiu. Cecília se encolheu de medo. A mascara dela caiu e a verdadeira face dela foi revelada. Meu Deus, isso é demais!

–Pare enquanto ainda pode! – avisou meu pai.

Cecília ia fazer alguma coisa, rosnar, ou rugir, mas Valentin entrou no apartamento e com um movimento da mão a fez ser jogada da varanda.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Amo seus feitiços! – eu disse com toda sinceridade do mundo.

–Boa noticia, consegui terminar o encantamento – começou ele colocando um mapa sobre a mesa de centro na sala – Aqui, os pontos de vermelho são os homens, e os de azul são as mulheres. Os próximos assassinatos serão aqui e aqui para os homens, e aqui, e aqui pra as mulheres – disse marcando os pontos no mapa, e deve haver um padrão, tipo, pelo menos um horário em comum.

–As vitimas foram jogadas na porta do hospital todas no mesmo horário, os homens numa terça e as mulheres numa quinta. – comentou Clara.

–De dia não foi? – perguntou Valentin.

–Sim! – respondeu Clara.

–Isso significa que eles não querem confusão com os gárgulas. – conclui.

–Hoje é domingo, o próximo homicídio será depois de amanhã! – comentou meu pai.

–Como podemos ficar de olho neles a dia? – perguntei.

–Você sabe a resposta! – Valentin disse olhando pro meu pai.

–Que resposta? – perguntei – tem um meio de ficarmos acordados a dia?

–Tem sim! – respondeu Valentin – Ao invés de pedra, virar humano! Já fiz a proposta a ele, mas ele não aceitou.

–Eu vou perder meus poderes, serei inútil! – disse o papai.

–Vai ter sim! – respondeu Valentin – Não poderá voar, mas ainda terá a velocidade e a força sobre humana! Sem falar naqueles super pulo que todos vocês dão!

–Se ele virar humano, as feridas vão se regenerar como acontecia quando ele virava pedra? – perguntei.

–Sim, eu pesquisei em vários livros, o único ponto negativo é a volta! – comentou Valentin – quando o sol nascer a transformação em humano vai vim como uma dádiva, onde você terá todas as feridas curadas, e não sentirá dor, mas quando voltar a gárgula sentirá a dor dos chifres, da calda, e das asas crescendo!

–Pai acho que vale a pena! – argumentei – Você vai poder ficar de olho nesses servos da natureza! Pelo menos pode vigiar um dos pontos!

Meu pai tinha alguma coisa contra aquilo, por algum motivo ele não queria, mas conseguimos convencê-lo. Valentin começou os preparativos da poção, ele adicionou numa panela vários ingredientes que ele tirava daquela bolsa encantada, e depois misturava. Assim que acabou ele deu pra meu pai beber.

–Todos os dias ao invés de pedra você vai virar humano, amenos que você me peça pra parar ai eu crio uma outra poção! – avisou Valentin.

–Tem certeza que ele vai continuar com todos os poderes? – perguntou Clara lavando a panela que Valentin usou.

–Com exceção de planar... todos os poderes! – respondeu Valentin.

Meu pai tomou a poção. Faltavam poucos minutos para o sol nascer, fui pra Varanda de Clara. Olhei pra o horizonte e fiz o que nós gárgulas costumamos fazer quando estamos prestes a virar pedra. Rugi fazendo uma pose assustadora, enquanto o primeiro raio de sol batia na minha pele.