Foi Na Prisão De Azkaban...

Conversas tensas,reveladoras, amorosas...


PDV Nate

-Estou preocupado com Lyra e Harry. –Falei sufocado.

Rony, Hermione e eu estávamos numa carruagem, sozinhos.

-Você acha que Harry vai atrás de Black? –Hermione perguntou horrorizada.

-Harry eu não sei... Mas a Lyra? Essa eu tenho certeza, eu vou ter que ficar de olho dela. Eu não vou deixar a Lyra se matar por que aquele homem é seu pai. –Falei um pouco amargurado. –E eu que achei que havia mais nessa história, havia mesmo, muito mais horror.

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-Nós temos que falar com eles. –Mione falou.

-Falar o que Hermione? Depois de tudo o que ele ouviu, até eu iria querer matar Black. –Rony disse.

-Mas a questão é que eles vão morrer se forem atrás daquele doido. –Expliquei. –Não estou a fim de ver minha irmã e meu amigo feito em pedacinhos.

Mexi nos cabelos, desconfortável e joguei a cabeça para o encosto do sofá, fechei os olhos e apenas absorvi o silêncio, nenhum de nós sabia o que fazer com essa situação, então não havia o que falar. Eu só esperava impedir Harry e Lyra de fazer uma besteira.

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PDV Rose

Olhei para a janela do meu quarto e vi a neve cair manhosa.

-O que está fazendo? –Gina perguntou entrando no meu quarto, ela estava passando o Natal comigo.

-Só vegetando. –Falei.

Ela deu uma risadinha.

Então nos duas ficamos caladas... Somente ouvindo o silêncio, era bom, era calmo.

Eu fui até a cama e deitei olhando para o teto, Ginny seguiu meu exemplo.

-Você está pensativa... –Ela comentou.

-Um pouco. –Confessei.

Eu virei o rosto para ela e sorri, a ruiva levantou a mão devagarzinho, meio receosa e dedilhou minha cicatriz, fechei os olhos fazendo uma careta e me afastei.

-Hey rose... Sou eu, a Gina. –Ela disse baixinho. –Sou sua amiga.

Então eu saí da minha posição defensiva e relaxei um pouco.

-Eu só fico um pouco desconfortável. –Falei.

-O que... O que houve naquela noite Rose? –Ela perguntou num tom ansioso. –Você está pronta para dizer?

Eu arqueei o corpo até ficar sentada e olhei para a porta do quarto. Eu estava pronta para dizer? Como ela iria agir ao saber sobre isso? Será que ela me acharia estranha depois de saber como eu me sinto na lua cheia?

-Tudo bem, eu entendo. –Ela disse levantando da cama e saindo do quarto.

-Gina! –Chamei.

Ela virou me olhando com a sobrancelha arqueada.

-Fale. –Ela disse.

Eu suspirei meio nervosa.

-Eu fui atacada por um lobisomem.

Ela me olhou chocada.

-VOCÊ FOI O QUÊ?! –Ela gritou.

Encolhi-me com a explosão, ela fechou os olhos e fez uma careta culpada.

-Desculpe. –Ela disse. –Eu fiquei surpresa, sei lá, era a última coisa que eu estava esperando. Você é um lobisomem Rose?

Ela me olhava curiosa.

-Eu... –Falei sem saber o que dizer exatamente.

Não estava surpresa que ela tivesse tirado essa conclusão. Para dizer a verdade eu só entendi por que nunca me transformei em lobisomem quando entrei na escola e pesquise sobre o assunto

-Olha, pode contar comigo está bem amiga? Não vou contar para ninguém sobre você ser um lobisomem.

Eu sorri carinhosamente.

-Não sou um lobisomem Gina. –Falei. –Mas agradeço seu gesto.

-Não? –Ela arqueou a sobrancelha e parecia confusa.

-Eu não fui mordida, ele apenas me arranhou. –Expliquei. –Venha, sente aqui comigo que vou te explicar o que aconteceu. E Gina?

Ela sentou ao meu lado e parecia ansiosa para saber.

-O que foi? –Ela perguntou.

-Obrigado por ser a minha amiga.

Ela sorriu um pouco surpresa.

-Rose, você entrou na câmara secreta junto com Harry para me salvar sabendo que havia um basilisco lá dentro. Obrigado você por ser minha amiga.

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PDV Lyra

Eu estava deitada, olhando para o teto. Não era bem o teto, já que minha cama era de dossel então havia uma cortina ao redor, mas você entendeu o que eu quis dizer. Não me lembro de como voltei para casa exatamente, mas sei que desde que voltei não havia falado com Harry ainda. Virei para o lado me encolhendo para mim mesma, numa posição fetal, uma posição se vulnerabilidade.

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Levantei o braço em direção ao meu malão que estava ao lado da cama, num compartimento escondido eu tirei a foto, lá estava James, o pai de Harry, e Black... Eles se abraçavam rindo, como grandes amigos.

-Por que você os traiu? –Perguntei com a voz embargada. –Eles eram seus amigos, ele era seu amigo.

Então eu puxei o travesseiro e me agarrei nele, deixando a foto de volta no malão.

Ouvi a porta ser aberta.

-Lyra? –A voz de Mione ecoou no quarto.

Fechei os olhos fingindo dormir, não havia descido para comer e não estava com vontade nenhuma de conversar. Mione entendeu isso.

Logo o sono bateu e a única coisa que eu conseguia sonhar era com meu pai, ele ria histericamente, uma risada grossa que mais parecia um latido vez ou outra, então eu estava ali, eu e ele era a mesma pessoa, agora eu via o que o meu bicho-papão se transformou, eu me via nele.

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Eu desci a escada do dormitório naquela manhã de férias, Mione não estava mais no quarto quando eu acordei. Ouvi uma discussão no salão comunal.

-... Não vale a pena morrer por causa de Black. –Ouvi Rony dizer.

Estanquei no lugar e fiquei ouvindo.

-Vocês sabem o que eu vejo e ouço quando um dementador se aproxima de mim? –ouvi Harry perguntar, sua voz era fria e sem inflexão. –Ouço a minha mãe gritar e suplicar a Voldemort. E se alguém ouve a mãe gritar daquele jeito antes de morrer, não dá para esquecer depressa. E se descobre que alguém que ela acreditava ser seu amigo foi o traidor que pôs Voldemort na pista dela...

-Mas não há nada que você possa fazer! –Hermione exclamou.

-Harry, seja sensato, você sabe que Black é perigoso. –Nate falou suavemente.

-Os dementadores vão capturar Black e ele vai voltar a Azkaban e... E é muito bem feito para ele. –Mione disse raivosa.

-Você ouviu o que Fudge disse. Os dementadores não afetam Black. Não é um castigo para ele como é para os outros. -Harry disse amargurado.

-Então o que é que você está dizendo? –Rony perguntou cauteloso.

-Por favor, que não seja o que eu estou pensando. –Nate exclamou preocupado.

-Você quer... Matar Black ou coisa parecida? –Rony disse.

-Ele não está louco. –Nate disse.

-Não sejam bobos você dois. –Mione disse meio em pânico. – Harry não quer matar ninguém, não é mesmo?

Um silêncio tenso se instalou ali, Harry não disse que sim, mas também não negou.

Eu desci todos os degraus aparecendo na frente deles, o pessoal parecia um pouco incomodado com minha presença, Harry me encarava sério.

-Seu você não matá-lo eu mesmo faço isso. –Falei fria.

-NÃO! –Nate gritou. –Eu não vou deixar você matar seu próprio pai.

Olhei para ele mortalmente.

-Eu não tenho pai. –Respondi.

-O Malfoy sabe. –Harry disse de repente. –Vocês lembram-se do que ele me disse na aula de poções? “Se fosse eu, ia atrás dele sozinho... Ia querer vingança.”

-Você vai seguir o conselho do Malfoy ao invés do nosso? Vocês dois? –Rony perguntou olhando para nós. –Escuta aqui... Você sabe o que a mãe de Pettigrew recebeu depois que Black acabou com o filho dela? Papai me contou... A ordem de Merlin, Primeira classe e o dedo de Pettigrew em uma caixa. Foi o maior pedaço dele que conseguiram encontrar Harry. Black é louco, e é perigoso...

-O pai de Malfoy deve ter contado a ele. –Harry disse pensativo, ignorando totalmente Rony. -Afinal, ele fazia parte do círculo intimo de Voldemort...

-Faz favor de dizer você-sabe-quem? –Rony disse com raiva.

-... Então obviamente os Malfoys sabiam que Black trabalhava para Voldemort... –Ele continuava o raciocínio sem olhar para nenhum de nós.

-... E Malfoy adoraria te ver desintegrado em milhões de pedacinhos que nem o Pettigrew! Caia na real Harry! A esperança de Malfoy é que você seja morto antes de ele precisar jogar quadribol contra você.

Minha cabeça começou a girar novamente, eu não aguentava pensar nesse assunto, tudo estava intenso demais, eu nunca senti tanta vergonha e dor. Eu nunca precisei, é insano eu ter vergonha do meu próprio sangue, eu queria matá-lo, queria ver seu corpo morto em minha frente e ao mesmo tempo em que essa imagem me dava prazer me fazia também querer chorar por que tudo o que eu mais quis na minha vida era ter um pai.

-Harry, por favor. –Hermione pediu com os olhos cheios de lágrimas. – Por favor, tenha juízo. Black fez coisas horríveis demais, mas não corra riscos. É isso que ele quer... Ah, Harry você vai fazer o jogo do Black se for atrás dele. Seus pais não iam querer que você se machucasse, iam? Jamais iriam querer que você saísse procurando Black.

-Eu nunca vou saber o que eles iriam querer por que graças a Black eu nunca pude conversar com eles. –Harry disse com rispidez.

Meu coração perdeu uma batida. Baixei o rosto, envergonhada, e um silêncio tenso baixou na sala, bichento se espreguiçou, o bolso de Rony estremeceu e Nate se mexeu desconfortável na cadeira.

-Escutem. –Nate disse querendo mudar de assunto. – Estamos de Férias! Já é quase Natal!

-É! –Rony concordou. – Vamos... Vamos descer para visitar o Hagrid, não o visitamos há séculos!

-Não! –Hermione disse depressa. –Harry não pode sair do castelo...

-Hermione! –Exclamei irritada.

-É, vamos. –Harry disse. – Assim posso perguntar a Hagrid por nunca mencionou Black quando contou a história dos meus pais.

Nate e Rony se entreolharam desesperados, um esperando que o outro tivesse uma ideia, obviamente não era isso que eles pretendiam quando sugeriram a saída.

-Ou poderíamos jogar uma partida de Xadrez. –Nate sugeriu depressa.

-Ou de Bexigas! –Rony tentou. –Percy deixou um jogo...

-Não! –Harry cortou. – Vamos visitar Hagrid.

Rony, Mione e Nate suspiraram desanimados, ao mesmo tempo, então foram pegar as capas nos dormitórios. Eu e Harry ficamos sozinhos no salão comunal, ele com a mão nos bolsos olhava para o chão e eu mexia no cabelo sem saber o que fazer.

Então Harry levantou da poltrona para ir pegar a capa, eu puxei o seu braço antes que ele fosse, quando Harry virou o rosto para me olhar nós falamos ao mesmo tempo.

-Perdoe-me.

-Perdoe-me.

Era por muita coisa... Eu pedia perdão por ser filha dele, por ele ter traído seus pais, por ele ser um comensal, eu pedia perdão pelos erros do meu pai. Ele pedia perdão por querer matá-lo.

Sem que eu deixasse as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto, Harry me puxou pelo braço e me abraçou forte.

-Não deixe de ser o meu irmão... Por favor. –Eu pedi. Segurei sua roupa entre os meus dedos e apertei como se fazendo isso ele aceitasse meu pedido.

-Eu jamais faria isso. –Harry sussurrou me apertando mais.

-Que bom, por que eu não iria deixar você fazer mesmo. –Eu disse limpando as lágrimas.

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Mas nenhum de nós dois sorriu em nenhum momento, acho que não tínhamos força.

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Harry, Mione e Ron foram para a cabana de Hagrid, mas eu não quis ir, queria andar um pouco pelo castelo e Nate veio comigo.

-Você parece um pouco cansado. –Comentei para Nate.

-Nada com que deva se preocupar. –El sorriu pequeno.

-É por causa da lua? –Perguntei.

Ele acenou com a cabeça.

-Quando ela vem deixa você com energia, tem vontade de correr pela floresta e não consegue ficar parado, mas quando vai embora parece que suga todas as suas energias.

-Você nunca tem descanso. –Suspirei. –Você tem andado muito cansado, Desculpe. Acabei não te ajudando nada esse mês.

Ele franziu o cenho.

-Você não tem a obrigação de me ajudar Lyra. Posso me virar muito bem sem você.

-Mas eu gosto Nate. –Sorri. –Gosto de cuidar de você, da Rose, do Harry, da Mione, do Ron, do Fred, do Jorge, da Gina, do...

-De todo mundo. –Ele resumiu sorrindo. –Você tem um coração enorme Lyra.

Eu acenei sorrindo, mas confesso que estava nervosa, ali naquele finalzinho eu quase disse “do Draco”, mas ele me interrompeu. Fico imaginando a surpresa dele se eu dissesse isso.

-E como andam as coisas com o Lupin? –Perguntei mudando de assunto.

-Está indo tudo bem. –Ele deu de ombros. –Somos “amigos”.

-Como assim “amigos”?

-Ele se identifica comigo sabe? –Ele explicou. –Acho que o fato de eu ser muito novo para ser um lobisomem assim como ele, fez com que ele criasse um sentimento de proteção. Fico imaginando como ele vai reagir quando descobrir que sou seu filho.

Olhei para Nate, o garoto olhava para frente, pensativo. Pensei sobre a última coisa que ele disse e sorri, o garoto dava jeito para psicólogo. Será que tinha isso no mundo bruxo?

-Sabe o que eu acho? –Falei chamando sua atenção.

Ele me olhou acenando com a cabeça num pedido mudo que eu disesse.

-Minha opinião é que o professor Lupin tem cara de um homem que sempre quis ter um filho. Mas o seu óbvio probleminha peludo o impede de ter um relacionamento.

Nate colocou a mão no queixo pensando sobre minha teoria.

-Você pode estar certa. –Ele exclamou por fim e suspirou dramaticamente. –Me sinto muito melhor agora.

Não aguentei e dei uma gargalhada.

-Seu bobo. Pare de brincar com isso. –Ri e lhe dei um soquinho no ombro.

-Como será que a Rose está? –Nate perguntou.

Eu o olhei por um segundo.

-Nate, o que exatamente você sente pela Rose? –Perguntei de repente.

Ele parou de andar e me olhou confuso.

-Como assim?

-O que você sente por ela? –Perguntei de novo.

Ele ficou parado me olhando, ele fazia umas caretas estranhas e franziu o cenho por fim.

-Nunca parei para pensar nisso. –Ele confessou.

-Você... Você gosta dela?

-Gostar gostar? –Ele perguntou.

Acenei afirmativamente.

Ele mexeu nos cabelos e suspirou.

-Olha Lyra, eu não sei o que te responder.

Bufei.

-Nate, eu sei que você sente alguma coisa pela Rose e pela Mione. –Falei irritada.

Ele foi em direção a uma janela que havia ali e sentou no parapeito.

-Vou te dizer que eu gosto da Rose, tenho esse ciúme estranho sempre que algum garoto chega perto dela, não goste que ninguém a toque, uma coisa possessiva sabe? Quero protegê-la de tudo que faz mal. A Mione já é diferente, eu olho para ela e quando ela fica vermelha tenho vontade insana de morde-la, adoro o modo como ela sabe de tudo e fico deslumbrado em como ela sorri. E tem a Michelle...

-Hein? –Interrompi. –Quem é Michelle?!

Ele ficou com o rosto vermelho.

-Michelle é uma garota que eu conheci em Hogsmead ontem. Ela estuda numa escola francesa de nome estranho e é a garota mais sexy que eu já vi na vida. Lyra, eu não consigo parar de pensar nela desde que voltei de lá. A garota não sai da minha cabeça. –Ele confessou.

Arqueei a sobrancelha.

-É sério isso? Apaixonado por três garotas? –Perguntei.

Ele encolheu os ombros e fez um muxoxo.

-É possível? –Ele perguntou

-Meu irmão... Você está ferrado.

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