Let It Snow

Capítulo 18


– Ah não. - eu disse - Eu tenho que ligar pra ela.

– O que você vai falar? - perguntou Jack - Ei, a Fada do Dente passou aqui e nos avisou que você está grávida!

– Eu não sei o que vou dizer Jack - eu disse duramente - Eu só sei que ela é minha melhor amiga e vai ter um bebê.

– Você disse que estava tudo bem com isso. - disse ele

– Está tudo bem para mim, mas o bebê é dela. - eu disse

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– Mas não pira, ok? - perguntou ele

– Na verdade, Jack - disse a Fada - Eu acho que a Alice deveria ligara pra ela.

– Você também? - perguntou Jack

– Ela precisa de apoio - disse a Fada - Mesmo sem saber.

– O que a gente pode fazer? - suspiro

– Eu tenho uma ideia - disse ela- Mas vocês não precisam topar.

Eu e Jack nos entreolhamos mas ela continua.

– O fato é que Bea está envergonhada. Não só com a gravidez mas o que ela fez pra tudo isso acontecer. Ela não vai te contar tão cedo, Alice, até ela saber que você não vai julgá-la.

– Eu não vou! - exclamei

– Prove isso para ela, não pra mim. - disse ela

– O que você quer dizer com tudo isso? - perguntou Jack

– Não é óbvio? - perguntou ela - Ligue para ela, ela tem dentista hoje. Combina com ela depois do dentista. Mas por alguma razão desconhecida, o dentista é cancelado e ela vem pra cá. Como ela sempre entra sem bater na porta, vai ser fácil ela pegar vocês.

– Pegar a gente fazendo o que? - perguntei

– Só tira uma peça de roupa de cada e faz cara de envergonhado. - disse ela

– Você é a Fada do Dente! - disse Jack - Como você bolou um plano desse?

Ela deu de ombros.

– Você acha que vai dar certo? - perguntei

– Acho que sim. - disse ela - Tenho que ir, beijos para os dois. Liga pra ela e combina depois do dentista que eu faço a minha parte.

Ela saiu voando e eu encarei Jack.

– Liga pra ela - sorriu ele

– Você está gostando dessa ideia, Frost! - cruzei meus braços

– Por mim tanto faz. - mentiu ele dando de ombros e rindo.

Peguei o telefone e disquei o número de Bea.

– Oi - eu disse assim que ela atendeu. - Vem aqui pra casa.

– Tenho dentista Lizzie, quando terminar eu vou direto para aí ok? - disse ela

– Tudo bem, vem assim que puder. - eu disse

Desliguei e olhei para Jack.

– Agora a gente espera. - eu disse - Como a Fada vai desmarcar o dentista dela?

– Ela é a Fada do Dente - disse ele - Ela consegue desmarcar um dentista.

– Faz sentido - ri

– Faz - disse ele

Vi que me celular começou a vibrar na cômoda, era Bea ligando.

– Deixa tocar - Jack disse - Estamos ocupados.

Ri e alguns segundos depois que parou de tocar, vi que ela tinha mandado uma mensagem.

" Sortuda, o dentista cancelou. Estou indo."

– Ela está vindo - eu disse - A gente tem uns 10 minutos. Quando você ouvir ela chegando, você me avisa.

– Tudo bem. - disse ele suavemente

Ele tirou a camiseta e chegou perto de mim.

– Por favor, não faça nevar. - sussurrei

Ele me segurou e me deitou na cama.

– Ela já entrou no quarteirão. - disse ele concentrado.

Assenti com a cabeça e observei seus lábios. Eu não acredito que tinha conseguido ficar perto de Jack todo esse tempo sem agarrá-lo. - Ela vai entrar agora. - sussurrou ele

Escutei o barulho da porta e beijei Jack.

Ele foi pego de surpresa mas logo assumiu o controle, colando nossos corpos. Ouvi Bea subindo as escadas e agarrei os cabelos de Jack. Ele levantou um pouco da minha camiseta e suspirou. Ele estava fazendo muita força para conter a neve.

A porta abriu e Bea entrou.

– Wow - disse ela - Desculpa gente.

Eu e Jack nos separamos ofegantes e olhamos para ela. Tirei minhas pernas de cima de Jack e ele abaixou minha camiseta.

– Como foi o dentista? - perguntou Jack com ironia

– Se você atendesse o telefone, Alice, saberia que foi cancelado. - disse ela - E seu short está aberto.

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Olhei para Jack, irritada, mas ele desviou o olhar rindo.

– Eu estava prestando atenção em outra coisa. - suspirei

– Desculpa - disse ela

– Tudo bem - eu disse - Prefiro você aos meus pais ou meus irmãos.

Ela riu.

– Cuidado com isso ok? - disse ela - Um bebê não é bem vindo agora.

– Eu gosto de bebês. - disse Jack

– Mas vocês tem dezessete anos!

– Antigamente, garotos de 15 anos já eram reis! - disse Jack

– Mas você não pode cuidar de um bebê agora Jack! - disse ela

– Mas quando e se a Lizzie ficar grávida, eu vou aceitar o bebê! Não vai ser uma coisa ruim. - disse ele - Imagina uma mini-Lizzie correndo por aí!

– Ou um mini-Jack - sorri

– Eu adoraria ter um bebê com você. - suspirou ele com olhos tristes.

Abri a boca para respondê-lo mas Bea começou a chorar.

– Jack, não é bem assim. - disse ela - Eu não tenho um namorado. O pai da criança foi um erro, eu nunca deveria ter ficado com ele. Meus pais vão me matar e eu não vou poder ir pra faculdade.

– A gente vai conseguir, Bea - suspirei e abracei ela - Vai ficar tudo bem.

– O Dave já sabe? - perguntou Jack

– Não. - disse ela - Eu acabei de descobrir.

– Quer que eu ligue pra ele? - ele perguntou

– Tudo bem. - disse ela - Eu vou ter que contar pra ele.

– É dele mesmo? - perguntei

– Só pode ser - disse ela dando de ombros.

– Boa Bea - disse Jack - De primeira. Bum. Grávida.

– De segunda. - disse ela

Arregalamos os nossos olhos e ela deu de ombros.

Jack pegou o telefone e pediu para Dave encontrar com a gente na minha casa. Em menos de vinte minutos, ele chegou.

– O que foi? - sorriu ele ao entrar no meu quarto

– A gente precisa conversar. - disse Bea

– Ok - disse ele

Eu nunca tinha percebido o quanto Dave parecia gostar de Bea. O seu corpo estava diferente, como se estivesse puxando por ela. E seus olhos estavam tão suaves, como se pudesse olhá-la para sempre.

– A gente sair daqui. - disse Jack

Ele me puxou pro quarto dele e eu abracei ele.

– A gente nunca vai ter um bebê, né? - eu disse com a voz fraca

– Não Lizzie, não vai. - disse ele - Mas não se preocupa com isso. Quando a gente se formar, você vai pra uma faculdade e vai conhecer um cara muito legal. Ele vai amar fazer tudo o que você gosta e vai te dar quantos bebês você quiser!

– Jack... - eu disse

– E eu prometo que não vai nevar no aniversário deles. Quer dizer, só em um. Eu ganhei aquela aposta.

– Jack - repeti - Você ficou doido?

– Eu só estou sendo realista Lizze. Eu sou história para criança dormir e logo, você não vai ser mais criança.

– A gente vai achar algum jeito. - eu disse

– Não vamos discutir isso agora, Wendy. - disse ele - Mas o Peter não cresce e você sabe disso.

Abri a porta e deixei ele parado lá. Espiei pela fresta da porta do meu quarto e vi que Dave e Bea estavam se beijando apaixonadamente. Sorri e me virei para trás, Jack, obviamente, estava ao meu lado.

– É lindo, não é? - disse ele

– É - eu disse sem olhar em seus olhos.

– Ei - disse ele - Me desculpa por ter falado aquilo, eu acho que só estou com ciúmes dos dois. Por serem normais.

Beijei seu nariz.

– Vamos ficar bem. - eu disse

Ele concordou com a cabeça e me beijou.

– Hã, vocês podem entrar, se quiserem. - disse Dave parado na frente da porta.

Me afastei de Jack e entrei no quarto. Dave sentou ao lado de Bea, silenciosamente, e percebi que ele segurava a mão dela.

– Como foi a conversa? - sorriu Jack encostando no batente da porta.

Dave bufou.

– Foi bem legal - disse ele - Não é necessariamente um problema.

– Vocês vão ser ótimos pais. - eu sorri

– Nada está certo. - disse Dave - A única coisa que a gente sabe de verdade é que vocês vão ser os padrinhos, se quiserem.

Sorri para Jack, que respondeu:

– A gente adoraria.

– Bom - eu disse - Temos novidades também

– Temos? - perguntou Jack

– Vamos fazer uma peça de teatro. - eu disse

– É sério? - perguntou Dave

– É - disse Jack - A Lizzie que escreveu.

– Wow, isso é muito legal, Lizzie. - disse Dave - Eu não sabia que vocês dois gostavam de teatro.

– A gente adora - disse Jack com ironia

– Ok então - disse Dave - A gente tem que ir.

– Onde vocês vão? - perguntei

– A gente não sabe. - disse Bea - Talvez assumir para os nossos pais que estamos juntos, antes de soltar a bomba.

– Boa sorte - eu disse e abracei ela - Vai ficar tudo bem.

Ela olhou para Dave e sorriu.

– Eu sei.

Ele saíram e eu abracei Jack.

– Eles cresceram tão rápido. - eu disse

– Vão trocar a gente pelo pimpolho que vai nascer. - brincou Jack

Ri e olhei nos olhos dele.

– Tem uma vantagem nesse negócio de nunca ter bebês. - sorri

Ele riu e me agarrou, mas me soltou poucos minutos depois.

– Seus pais - disse ele

– Certo - eu disse me aprumando - Minha mãe vai contar pro meu pai assim que eles se encontrarem. Boa sorte.

– Não preciso de sorte. - riu ele