Lua De Mel, Amor E Desejo Sem Fim...

Eu estou contigo, aqui, pra sempre


Passavam-se das três da manhã. Paulina acordou. Ela estava deitada sobre o corpo de Carlos Daniel, ela podia sentir a respiração dele e seus batimentos cardíacos. Era maravilhoso. O quarto estava apenas com luzes baixas. Ela estava sentindo frio, seu corpo estava gelado, e sua pele estava completamente arrepiada. Cuidadosamente, levantou-se da cama. Foi até o banheiro, e assim que voltou tentou acender a lareira, mas não conseguiu. Ela vestiu o roupão que usava antes, pegou algumas cobertas a mais e colocou sobre a cama. No momento em que foi deitar, seus olhos se encontraram com aquele prato de torta. Foi inevitável. Paulina fez a volta na cama e logo pegou o prato. Sentou-se na cadeira da Penteadeira e o devorou com rapidez, parecia que nunca havia comido algo tão gostoso. Seus olhos brilhavam ao ver aquele prato de torta. Não demorou muito e ela já tinha acabado com o restante da torta. Paulina largou o prato sobre a Penteadeira e foi escovar os dentes.
Assim que chegou ao quarto novamente, observou o marido na cama por alguns minutos. Apenas as partes íntimas dele estavam tapadas por um leve lençol de seda vermelho. Cuidadosamente ela ajeitou as cobertas sobre a cama, para que pudessem ficar aquecidos o restante da madrugada. Paulina tirou o roupão que usava, com toda a serenidade possível, entrou por debaixo das cobertas, aproximando seu corpo o mais perto possível de Carlos Daniel. Assim, deitou sobre o peito dele. Levemente ela o acariciava, com carinho e lentidão.
De repente um filme invadiu a cabeça de Paulina. Ela começou a recordar tudo o que viveu, desde sua infância até aquele exato momento, e sem perceber, seus pensamentos fora ditos em voz alta.
–Não imagina como tudo foi difícil meu amor... Primeiro a morte da mamãe, depois, ainda teve o Osvaldo. Com tudo isso apareceu a Paola, que me fez viver meus piores medos, mas mesmo assim me fez encontrar uma família que desde o primeiro dia que os vi, me apeguei de uma maneira quase incrédula. A única coisa que prometi é que assim que aquele um ano, exato um ano passasse, eu desapareceria da vida daquela família sem olhar para trás...
Paulina não percebeu mas Carlos Daniel acabou acordando ao sentir as quentes mãos dela acariciando seu peito. Ele permaneceu imóvel, como se não estivesse despertado.
–Mas daí, aquele aeroporto, as crianças, você, seu beijo... tudo me prendeu aquela casa, me prendeu a você. Eu não consegui manter o controle, me apaixonei perdidamente por você e não consegui suportar. A cada beijo seu meu corpo estremecia, meu coração pedia mais, pedia que eternizasse aquele momento. Mas era impossível, não era a mim que você beijava, beijava apenas minha aparência, meus sentimentos não eram nada naquele momento. Eu era apenas uma Usurpadora, uma mulher com a mesma face de sua esposa. Eu queria me entregar a você, queria te amar, mas era impossível você não me pertencia, era dela, não meu.
Carlos Daniel escutava cada palavra com a maior atenção do mundo.
–Me apaixonei, sim... eu não conseguia mais negar. Mas logo depois, tudo foi descoberto, você me odiaria para sempre, e eu sabia que com a volta de Paola, eu não significaria nada. Afinal você não amava a mim, amava a ela. Amava a Paola que havia em mim. Você não imagina meu amor como foi difícil, todas as suas visitas no presídio, eu não podia, não podia... mas o que eu mais desejava era você.
Ele escutava tudo completamente comovido.
–Depois daquela conversa na fabrica, foi como se uma faca atravessasse meu peito, eu te queria, te queria, sim, eu não podia mas negar a nada, mas você pediu que eu seguisse minha vida, e assim eu tentei, mas foi impossível. Jamais amaria alguém como amo você, jamais. Não consegui me casar com Edmundo e você sabe bem o porquê, por que te amo com todo o meu ser., toda minha alma. Então depois de ter desistido de viver, de amar, uma batida no meu quarto do hotel, mudou minha vida, me trouxe a felicidade. Sim, aquela tarde, minha verdadeira felicidade adentrava meu quarto e assim meu coração. Era você, meu amor, me provando que me amava, sim, eu, eu... a Paulina...
Uma lágrima percorreu o rosto de Carlos Daniel.
–Nossa felicidade começava ali. Me entreguei a você com todas as forças do meu ser. Nos casamos, e você me entregou toda a felicidade do mundo em minhas mãos. Sua paciência, seu amor, cuidado... você me ensinou a te amar com o corpo, me ensinou o quanto é maravilhoso te ter comigo, assim, com seu corpo colado ao meu. Se isso for um sonho, não quero acordar jamais, quero permanecer aqui, nos teus braços, te amando com tudo o que há em mim. Pra sempre. Te amo tanto Carlos Daniel, tanto... Uma lágrima deslizou pela face de Paulina, e logo repousou no peito de Carlos Daniel.
–Não é um sonho meu amor, eu estou aqui contigo pra sempre. Eu também te amo minha vida... Ele quebrou seu silêncio.
–Carlos Daniel! Disse ela sentando-se a cama rapidamente. Eu pensei que você dormia.
–Eu sei, mas não queria interromper suas palavras, precisava escuta-las, desculpe por permanecer em silêncio.
–Eu, eu... Ele a interrompe colocando o dedo indicador sobre seus lábios e sentando-se também sobre a cama.
–Shh... não diz nada. Eu te amo, tu és minha vida, meu tudo... Eu te amo, te amo.
Carlos Daniel aproximou sua boca a de Paulina. Seus lábios se roçaram lentamente por alguns segundos, procurando aquele perfeito encaixe e eternizando aquelas palavras. Um beijo se formou, e uma lágrima pelo rosto de Paulina deslizou, deixando-a sem chão. Carlos Daniel A Deitou com cuidado sobre a cama. Seu corpo repousou sobre o dela, e mais uma vez, juras de amor foram trocadas apenas com carícias e olhares, não deixando dúvidas nenhuma de que sim, aquilo era real, não era um sonho, e seria eterno.

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