CAPÍTULO 179

Lucas sobrevoava o local onde acontecia a terrível batalha contra um terrível monstro. A luz envolvia o seu corpo agora angelical. O menino loiro agora possuía muitos poderes e já não era mais uma pessoa comum, porque a sua natureza de digimon manifestou-se num momento de grande tensão e necessidade. Era o que o jovem não queria, porém foi obrigado dadas as circunstâncias extremas. Agora ele segurava nos braços a sua parceira e irmã que ele tanto gostava. Salvou-a mesmo se contradizendo severamente.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Lúcia abriu os olhos e percebeu que estava sendo abraçada pelo loiro. Ela o viu. O rapaz olhava com o semblante tranquilo, mas com cara de quem queria lutar. Ele a olhou e deu um sorriso. De fato era ali o Lucemon que ela havia conhecido anos antes.

─ Você está bem? ─ perguntou ele.

─ Estou. Você conseguiu se transformar. Tá tudo bem?

─ Por enquanto sim, mas depois que eu acabar com aquele digimon eu tenho que voltar à minha forma humana.

Lúcia percebeu as marcas no lado esquerdo do corpo dele e do par de asas na cabeça. Ele estava do mesmo tamanho, da estatura de um menino de 12 anos e maior do que a última vez que se transformou.

Paulo sorriu ao ver os dois sãos e salvos. Impmon, que também havia pensado que os dois tinham morrido, comemorou o feito. Os demais digiescolhidos que haviam acabado de perder a luta, também comemoraram. Era a chance de que precisariam para acabar com o digimau de uma vez por todas. O único que não gostou do que viu foi o Wisemon que ficou aborrecido com a luz emanada pelo outro e por não ter matado os dois.

─ Não pode ser verdade. Eu matei esses dois humanos... Não, espera! Aquele sujeito... É idêntico à forma anterior do meu imperador! Como assim?

Lucas pousou e colocou Lúcia em segurança. A garota ficou segurando na mão dele receosa em deixá-lo lutar. Ele sorriu e garantiu que venceria aquela luta. Logo após, o menino ajustou seus braceletes e tornozeleiras douradas pois estavam incomodando um pouco. Fez pose de que estava pronto para lutar.

─ Parece um pouco, mas não é ele. Dá pra perceber que são criaturas totalmente diferentes. Hohoho, vamos ver se consegue comigo mesmo. NIRVANA ETERNA!

Wisemon formou os átomos ao seu redor e lançou as três esferas de uma vez na direção do garoto. Este não saiu do lugar e resolveu enfrentar o ataque de frente. O mago sorriu confiante de que poderia vencer com apenas um golpe, porém não foi isso que aconteceu. Pela primeira vez alguém aguentou seus ataques. Lucas, com a mão direita, desviou as três esferas e elas explodiram bem longe dali. Todos ficaram pasmos pois nem mesmo Knightmon conseguiria esse feito.

─ Vamos lá irmão lindo, você consegue ─ disse Lúcia agora mais confiante.

─ Eu vou vencer.

Wisemon mudou de semblante. Já não estava mais confortável. Reuniu mais esferas e as lançou com mais frequência. O loiro usou as duas mãos e as jogou para longe. Isso deixou o mago ainda mais furioso.

─ Quem diabos é esse moleque? Um arcanjo? Não importa.

O feiticeiro usou a sua magia para criar a mesma ilusão que usara antes no hotel. Paulo se lembrou disso e avisou para o loiro.

─ Lucas, cuidado. Ele vai querer iludi-lo!

O digimau distorceu todo o cenário. Agora eles estavam num universo. Ele desapareceu entre os asteroides que passavam. Lucas ainda continuou parado quando se virou e deu um soco no estômago de Wisemon fazendo com que ele se ajoelhasse perante ao híbrido. Toda a distorção do espaço voltou ao normal e já estavam de volta ao mesmo local. A surpresa foi tanta que até mesmo os digiescolhidos ficaram com cara de bobos quando viram aquilo. Isso porque eles não viram onde estava Wisemon, mas parece que o loiro sabia muito bem.

O Legacy de Lúcia ficou brilhante constantemente. Desde quando o garoto se transformou, o objeto não parou de brilhar.

─ Co-Como é possível? Como pode me causar tanta dor?

─ Eu sou um tipo raro de digimon. Sou um arcanjo, angélico. Por isso não sou alvo de ilusões por digimons de trevas. A segunda resposta é que o meu poder chega a de um digimon no nível mega com quase um milhão.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Não pode ser!

Wisemon tentou pela primeira vez acertar um golpe físico com socos. Ele nunca havia precisado lutar fisicamente. Lucas desviava facilmente. Os dois voavam. Wisemon parou, desceu e entrou debaixo do solo. O menino ficou observando dali de cima. Sentiu uma pancada nas costas fazendo-o cair, mas antes parou em pé. O mago havia usado um truque de se dividir em dois e enganá-lo. Mesmo assim o truque não foi suficiente para causar danos no anjo que estava disposto a lutar pra valer. Ele correu e desapareceu diante dos olhos do inimigo.

─ Que rápido ─ disse Ruan impressionado.

Lucas apareceu atrás do vilão. Este se virou e não o viu mais. O rapaz aparecia e desaparecia. O inimigo logo percebeu que o anjo preparava um ataque sagrado. Com as duas mãos unidas como numa oração ele fez surgir planetas.

─ CRUZ GRANDIOSA! ─ o ataque, em forma de cruz, explodiu no chão causando muita fumaça. ─ Botei força demais?

─ Idiota! ─ disse Wisemon dando um golpe por trás dele. Depois o segurou pelas asas, girou-o e o soltou contro farol que rachou pelo impacto. O mago formou uma bola de energia negra nas mãos e lançou. Parte do farol explodiu, mas não se soube se Lucas foi pego ou não.

─ Não! ─ exclamou Lúcia.

...

Casa de Gaia e Diana

Diana observava o lado de fora dos domínios de sua casa. Aquele ambiente bastante verde, arborizado, com uma floresta... Ali era o antigo domínio do antigo Piccolomon que havia morrido nas mãos dos Mestres das Trevas ao ajudar os veteranos domadores a fugirem para a fatídica Montanha Espiral. Depois disso e da reformulação do digimundo, Gennai permitiu que a família fosse abrigar-se longe dos acontecimentos do mundo digital.

Havia um campo de força que deixava todo o lugar invisível. Do lado de fora antigamente havia um deserto, mas depois de muito tempo agora era um semi-árido. Do lado de dentro, antigamente, havia um templo no alto da montanha que foi reformulado e agora era a casa da família sem montanha nenhuma. Era um paraíso perdido.

Diana estava ansiosa por muitas razões. Os digiescolhidos estavam lutando contra o famigerado feiticeiro e em risco. Uma pessoa que ela tanto amava estava naquele grupo e estava louca para reencontrá-la. A mulher não estava muito tranquila, porque a qualquer momento eles chegariam ali. Orou pelos adolescentes digiescolhidos depois voltou para casa. Ela vestia-se com um simples vestido floral.

Gaia assistia a algo na sala de casa quando ela entrou. Foi diretamente para o seu quarto e mudou de roupa. Colocou um vestido azul marinho com alças finas e prendeu os cabelos. Se olhou no espelho, seus olhos verdes lembravam a de uma outra pessoa. Foi para a sala, ficou atrás do homem e o beijou na nuca.

─ O que tanto te interessa aí?

─ Você não vai acreditar. A emissora estatal das ilhas foi contratada para um evento do Chanceler que vai acontecer daqui a pouco.

Diana passou a mão no peito do homem coberto pela camiseta branca e deu um sussurro.

─ Deixa essa televisão de lado ─ pegou o controle e desligou. Ela ficou beijando a cabeça dele e o alisando.

─ Puxa, assim vai me cutucar mesmo?

─ Lembra quando você tinha aquela maravilha de cabelos longos. Eu adorava aquilo sabia? E na sua forma real, você é bem sexy.

─ Quer que eu volte como era antes?

─ Não precisa... Ui!

Gaia a segurou pela cintura, colocou-a deitada no sofá e ficou por cima dela.

─ Querido, se comporte.

─ Você quem me provocou. Depois que comecei a saber o que era o amor, a paixão, eu passei a ficar mais feliz. Você deu significado à minha vida, Diana.

─ Você quem me deu esse significado. E para de ser taradinho. Até parece que está na seca.

Gaia deu um beijão na boca da mulher deixando-a sem fôlego.

─ Você quem me ensinou a sentir tesão e fazer sexo hehehe.

─ Mentiroso. Eu era uma menina de 12 anos na época.

─ E eu um digimon criança. E estou na seca sim já que não transo com a minha mulher desde ontem. Se eu pudesse fazia toda hora porque é bom, pronto falei. E quando vai me dar mais filhos? Por que não procria mais?

─ Ei, peraí. Em primeiro lugar, eu não procrio porque não sou animal e em segundo, não vai ser você quem vai ficar buchudo, não é você que leva um peso na barriga durante nove meses, não é o homem que ganha estrias. Não é assim que o galo canta, meu amor.

─ Mas você fica tomando essas pílulas. E eu quero mais descendentes.

─ Vou pensar com carinho.

Gaia deu outro beijo e começou a sessão de beijos, chupões e carícias.

─ Mamãe! Papai! ─ exclamou Gary.

O menino chegou de uma vez e praticamente gritou. Gaia caiu no chão com o susto enquanto a mulher se recuperava e ficava sentada.

─ Querido, você está bem? ─ perguntou Diana.

─ Estou.

─ Filho, por que veio gritando lá de dentro?

O menino deu um sorriso sapeca.

─ É porque papai me prometeu que a gente ia pescar hoje...

─ Havia me esquecido, desculpa filho. Eu vou me preparar, pegar as varas e vamos lá para a lagoa. Você vem, amor?

─ Não, estou cansada para ir para aqueles lados.

Os dois adultos estavam mesmo era chateados por terem sido interrompidos no maior clima de romance entre casal. Gaia foi o mais afetado pois já estava “animado” até demais por isso passou um tempo sentado no chão encolhido.

─ O que foi, filho? Por que tá parado aí sem fazer nada? ─ perguntou Diana.

─ Porque né... Eu acho que me transformo.

Os pais ficaram com uma interrogação na cabeça. Como assim “se transforma”?

─ Do que está falando, Gary? ─ perguntou Gaia.

─ Eu me transformo. Fico diferente um pouco do que já sou. Minha roupa muda e meus pés se transforma em patas.

Diana foi até o menino e o levou até o sofá. Os dois perguntaram a respeito sobre essa transformação que o garoto havia dito.

─ Ontem de noite, eu me acordei e me levantei tonto. Aí né eu fui pra cozinha pegar leite pra beber quando vi que meus pés tavam diferente... Aí eu me assustei porque eu tava com casco de bode.

─ Por isso que você veio correndo para o nosso quarto ─ falou Diana. ─ Querido, mas seus pés estavam normais. Isso foi um sonho seu ou uma impressão sua. Você não ficou jogando vídeo game até tarde, ficou?

─ Não.

─ Dormiu tarde?

─ Não, mamãe. Só que eu dormi normal aí me acordei com muita sede e fui pra cozinha. Só deu pra ver meus pés aí corri.

─ Gary, lindinho, não tem nada com seus pés. Ontem você só correu mas não nos contou nada a respeito disso. Por que não contou?

─ Ah mãe, eu tava com medo.

─ Deixe ele, amor. Vamos pescar juntos agora. Vem conosco?

─ Não, ficarei aqui mesmo. Se os digiescolhidos de repente aparecem por aqui é melhor ter alguém que os receba. Vão os dois.

Gaia beijou a esposa e saiu com o filho para o passeio entre os dois. A mulher se levantou do sofá e ficou aguardando a vinda dos futuros hóspedes.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Irmão...

...

Enquanto isso, Wisemon havia acabado de causar uma explosão que supostamente havia atingido o seu adversário em cheio. Contudo, Lucas sobrevoava logo acima do vilão. Por causa da sua grande rapidez, ele não foi atingido pelo ataque. Em seguida, ele desceu com toda a velocidade e caiu sobre o vilão. Este caiu no chão causando um buraco com a sua queda.

─ Ainda bem que está vivo ─ falou Lúcia contente.

─ Não pode ser. Como uma criatura igual uma criança consegue me vencer tão facilmente?

Wisemon ficou com tanta raiva que começou a ficar envolvido por uma aura avermelhada. Ele já estava sem controle pois apareceu um digimon mais forte. Lucas ficou concentrado ao máximo para não perder a atenção. Uma aura branca ficou ao seu redor. Os dois estavam cara a cara quando eles correram um na direção do outro. Eles se cruzaram. O menino ficou perto de Lúcia enquanto o feiticeiro do outro lado.

Lucas ficou de joelho colocando a mão na barriga. Lúcia correu até ele para ver se estava bem. O menino sentia dor, mas não era tão importante assim.

─ Você não pode se esforçar tanto. Tenho medo que se machuque. Faz tempo que não vira digimon ─ disse a garota.

─ Não se preocupe comigo. Vou ficar bem. É que eu utilizei minha força toda para fazer esse ataque e acabei esgotado.

─ Utilizou o poder todo e nem senti nada? Vocês digiescolhidos são patéticos ─ debochou.

─ Você tem certeza? ─ disse o loiro. ─ Os meus amigos estão reunidos aqui torcendo por mim e me dando força... Acha mesmo que eu vou perder?

Wisemon sentiu algo entrando dentro do seu peito. Ao olhar, percebeu uma lança branca aparecer enfiada no seu corpo. Era a lança de luz que destruía todos os seres perversos do digimundo. O vilão ficou paralisado e também caiu de joelhos.

─ Isso! Ele conseguiu ─ comemorou Paulo.

─ Não pode ser... NÃO PODE SER!! ─ Wisemon ficou envolvido por uma energia e logo desapareceu definitivamente. Paulo e Impmon saíram da bolha enquanto a parede invisível desapareceu.

Eles foram até o loiro para se solidarizar com ele. O menino havia gastado muita energia com a luta, pois há quatro anos não se transformava. Ele estava ofegante e bastante cansado a ponto de ficar sentado no chão. Lúcia ficou do lado dele a todo o instante.

─ O que está havendo? Você está bem?

─ Não se preocupe comigo. Só estou fraco e com sede... Alguém tem água pra me dar? Eu vou ficar bem, eu juro.

─ Ah, eu tenho uma garrafa com água. Quando estávamos na casa de Linx, eu peguei um pouco da torneira ao lado do jardim ─ disse Jin. Ele entregou uma garrafa térmica prateada para o loiro. Lucas bebeu a água como se tivesse saído do deserto do Saara.

─ Desculpa, eu bebi tudo...

─ Não foi nada. Ainda não estou com sede.

Ruan olhou para o céu, percebeu que as nuvens começavam a se formar drasticamente no céu. O clima estava esfriando e os ventos aumentando. Estava para chover em breve. A luta deles com Wisemon impediram de perceberem a situação ao seu redor.

─ Precisamos destruir aquele satélite o mais rápido ─ falou Ruan.

─ Ué, não é melhor sairmos daqui e irmos para bem longe? Qualquer idiota com cérebro entenderia isso ─ refutou Rose.

─ Aposto que a próxima parada é tão longe que você será a primeira a se arrepender. E aí, vamos ou não destruir?

─ Ui, o classe média, querendo botar moral. Subalterno, favelado, espanhol. Ui ui, estou chocada com a sua liderança repentina. Afinal, nem o Paulo segurou essa e a Mia é quem está no comando. Palmon?

─ Sim?

─ Vamos entrar nessa maldita torre e destruir aquele satélite. Vamos mostrar a eles que não precisamos de ajuda para acabar com isso.

─ Tudo bem.

Rose abriu a porta do farol.

─ Vão ficar aí? Apesar de eu ser uma lady, sei me defender perfeitamente. Venha favelado dos cachinhos dourados, ibérico, anjo Gabriel de classe média.

─ Garota ridícula ─ disse Ruan com raiva e logo em seguida indo atrás com Hagurumon.

─ A Rose simplesmente está ficando insuportável nesses dias. Será a TPM? ─ indagou Mia.

Não apenas Ruan, mas Jin e Nashi resolveram segui-la. Paulo caminhou alguns passos para chegar perto da Mia. Esta ficou olhando friamente para ele.

─ Quero te dar isto ─ ele abriu a caixa. ─ Aqui está a escama de Seadramon, sua relíquia.

Mia observou o conteúdo dentro da caixa. Seu Legacy brilhou, a relíquia flutuou e se transformou num cartão com a figura da escama. Paulo estava na esperança de receber um crédito, mas logo ficou decepcionado.

─ Muito obrigada... Lucas. Por ter achado a minha relíquia. Vamos, Betamon.

Mia e Betamon também resolveram entrar no farol.

Impmon ficou com a cara de decepção. Ele nunca havia imaginado que o seu filho poderia ser tão frouxo quando o assunto era namoro.

─ Não passa de um arregão. A menina está fazendo um joguinho de gato e rato, mas no fundo ela ainda gosta de você!

─ Eu sou um fracasso pra namoro. Acho que vou virar um padre ─ disse melancólico.

─ Irmãozinho vai ser o padre mais lindo do mundo ─ falou Lúcia na brincadeira.

─ E aí, Lucas? Como está se sentindo?

─ Bem melhor, Paulo. Agora posso voltar a ser humano de novo.

─ Deixa eu te ajudar a levantar ─ disse Lúcia colocando o braço direito dele ao redor da sua nuca ─ É difícil te ajudar com essas suas maravilhosas asas... Ai! ─ Lucas bateu as asas assustando a menina.

─ Hahaha desculpa. Queria fazer isso há algum tempo ─ respondeu ele sorridente.

─ Ei maninho, não vai ficar sem roupa como da última vez? ─ perguntou Paulo.

─ Não, dessa vez não. Quando eu me transformei, a minha roupa mudou para este pano branco. Acho que é por causa do novo Legacy da Luz que me permite fazer isso.

Lucas se concentrou, suas asas desapareceram, as tatuagens também e suas roupas voltaram ao que eram antes. O loiro voltou a ser como era antes, sem nenhuma força, apenas um menino comum.

Os quatro foram os últimos a entrar. Paulo observou a figura do Monodramon sozinho parado olhando ao horizonte. O rapaz o chamou para também entrar. O pequeno dragão teve que obedecer.

...

Alguns quilômetros de distância da base de Wisemon, o Chanceler e seus subordinados sobrevoavam a região para chegarem ao local da última batalha dos digiescolhidos contra o feiticeiro. O líder ficava sobre o seu Unimon dourado enquanto era seguido por seus dois dos cinco lacaios; mais ao fundo cerca de cinquenta Mekanorimons e vinte naves. O Chanceler parou e os demais também pararam.

─ Mestre, a energia vital de Wisemon desapareceu ─ disse NeoDevimon impressionado.

─ Isso não pode ser verdade. Ele é um dos digimons mais fortes fora das ilhas. Se ele morreu então o resto do Continente Server está sem supervisão ─ falou Sanzomon.

─ Isso não é de se admirar. Os digiescolhidos já passaram por inúmeras batalhas no passado e no presente. Derrotaram Daemon e Barbamon. Além disso, eles batalharam na Terra. Não é algo excepcional visto que o nível deles está aumentando a cada dia. Entretanto, eles foram muito levianos ao acharem que este planeta ainda é o mesmo como era antes e a audácia de começar uma baderna. Mesmo não sendo muto forte, Wisemon era o único que eu contava para administrar toda essa vastidão de mundo; ele era competente e capaz de controlar esses insetos que estão aí. Portanto, eu os darei uma punição adequada de duas maneiras, uma física e a outra moral. A física será quando eu matá-los e a moral será quando os repórteres noticiarem ao mundo que os meninos são terroristas declarados. Sanzomon, os repórteres já estão prontos?

─ É claro que sim, mestre.

─ Muito bem. A ordem é ficarem aqui por trinta minutos. Eu irei sozinho ao encontro dos digiescolhidos, brincarei um pouco enquanto o jornalista e o cinegrafista filmam o acontecimento. Mas explique a eles que só podem filmar de longe e não se aproximarem de jeito nenhum.

─ Certo, mestre. Mas mestre, é prudente o senhor ir sozinho?

─ Sanzomon, duvida da minha capacidade? ─ perguntou sorrindo.

─ Não, mestre. Perdoe-me pela minha ousadia!

Strabimon foi sozinho enquanto os capangas esperavam. Uma nave acompanhou o Chanceler, ali estavam os jornalistas.

Base Secreta de Weiz

O homem, que até então assistia à luta, cuspiu o vinho que tomava quando viu a derrota de Wisemon ao vivo e a cores. Não acreditou que aquilo pudesse ser verdade. Logo bateu a fúria e começou a jogar o prato, taças no chão e a gritar de raiva.

─ Puta merda. PORRA!!! Parece uma maldição! Quando é que esses moleques do diabo vão morrer?! D’arcmon? D’arcmon tá surda?

─ Sim, chefe? Quer dizer, não chefe.

─ Traz mais duas garrafas de vinho pra mim. Vai na adega e traz. Eu vou ter que tomar bebida alcoólica para poder tirar minha frustração ─ ele estava de costa para o telão. Viu D’arcmon parada e com um olhar de tonta para o monitor. ─ O que foi?

─ Se-Senhor... Aquele não é o Chanceler?

Weiz olhou para o telão e viu a figura do Chanceler com os digiescolhidos. Nem mesmo ele estava acreditando naquilo. O homem abriu uma gargalhada sinistra.

─ Agora esses mijões não fogem nem fod...

...

Como o feiticeiro havia morrido, o quartel general dele já não estava sob a sua magia, por isso aqueles cenários que Paulo, Lucas e Wesley viram não havia mais. O local estava completamente vazio, apenas a parte superior onde havia a sala de comando ainda estava funcionando.

Mia subiu ao terraço com Betamon para ajudar Rose e Palmon a destruirem o satélite que ali funcionava. O objeto era bem maior e parecia mais uma parabólica. Palmon usou seus tentáculos para retirar a antena do lugar, Betamon usou a sua descarga elétrica Uma pequena explosão fez com que o objeto parasse de funcionar.

─ Êba, agora sinto a energia aumentar ─ disse Betamon.

─ Conseguimos. Mas o correto seria se nós fôssemos embora? ─ disse Palmon.

─ Não, acho que precisamos de lugar para ficar e aqui pode ser um lugar ideal no momento. A nossa caminhada vai ser muito cansativa. Se caso aparecer algum digimau, podemos evoluir nossos digimons ─ respondeu Mia.

Os demais conseguiram encontrar a cozinha do local. Era igual à cozinha industrial. Puderam encontrar bastante alimento e água. Eles repartiram um tipo de ração que os digimons comiam. Os humanos provaram e mais pareciam pequenos biscoitos doces e salgados ao mesmo tempo. Aquilo ali alimentou todos os digiescolhidos e digimons.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Ai, estou cansada. Por que eles nos deixaram tão longe? ─ perguntou uma mulher aparentemente humana, cabelos brancos, com um vestido vermelho, usando um chapéu e óculos. Ela carregava o microfone da emissora.

─ Parece que é surda, Arch? A comandante Sanzomon exigiu que não nos aproximemos mais ─ falou um homem usando uma roupa azul, cheia de bolinhas amarelas, usava um chapéu azul e possuía um olho apenas.

─ Mu, deixa de ser idiota e começa a gravar!

O homem segurou a câmera, contou até cinco e começou a filmar ao vivo. A reportagem saiu ao vivo para todas as ilhas comandadas pelos governadores. A mulher começou a comandar.

─ Bom dia, eu sou Archnemon da DMN. Estou aqui para cobrir a luta do nosso herói. O grande Chanceler veio para acabar com os terroristas chamados digiescolhidos. Acabamos de descobrir que eles mataram a sangue frio o Wisemon... Olhem, é o nosso herói montado no Unimon!

Os garotos descansavam quando uma voz misteriosa surgiu de todos os lados.

─ É uma honra encontrá-los aqui, digiescolhidos...

─ Que voz é essa? ─ perguntou Rose.

Todos foram ver pela janela da sala de comando. O Unimon dourado estava pousado no chão e uma pessoa sobre ele. Logo supuseram que podia ser um novo inimigo. Contudo, nenhum digimon parceiro havia percebido a presença do inimigo. De fato, Strabimon tinha a habilidade de apagar a sua presença. Eles desceram e saíram do farol. Eles viram pela primeira vez o maior pesadelo deles.

─ Quem é você? ─ perguntou Ruan.

─ Nashi, você já viu aquele digimon?

─ Nunca o vi na minha vida, Mia ─ respondeu.

O Chanceler sorriu.

─ Eu me chamo Strabimon, general do mestre Chanceler. Sou o substituto de Wisemon e aquele enviado para prendê-los. Segundo o meu mestre, vocês são terroristas e por isso merecem serem julgados como bandidos.

─ Vai sonhando! ─ reclamou Ruan.

─ Galera, vamos lutar com ele ─ disse Paulo.

O cenário era propício para uma grande batalha. O tempo estava completamente cinza e nebuloso. Uma tempestade estava para acontecer. Começou a ter incidências de raios.

DIGIMON: STRABIMON

Atributo: Vacina

Nível: Criança

NPD: 50.000

─ Ele é tem cinquenta mil de poder, mas é muito forte para um digimon no nível criança ─ avisou Jin.

─ Idiotas, não podem reagir. Serão presos de qualquer maneira. Eu pretendo cumprir a minha missão que eu prometi ao Chanceler ─ disse Strabimon sorrindo.

─ Cala a boca. Galera, não existe mais satélite. Podemos lutar ─ disse Rose.

Os Legacys brilharam.

─ Kotemon digievolve para... Dinohumon!

─ Hagurumon digievolve para... Guardromon!

─ Palmon digievolve para... Togemon!

─ Betamon digievolve para... Seadramon!

─ Mushroomon digievolve para... Woodmon!

─ Hum, irão reagir? Pois bem, eu terei que impedi-los mesmo à força ─ sem tirar o sorriso no rosto, Strabimon desceu do Unimon.

Jin foi o único que percebeu a tranquilidade daquele digimon. O Chanceler nem mesmo foi visto por Monodramon antes, por isso o pequeno dragão também caiu na brincadeira.

─ Ora, vocês são bastante pertinentes. Aprecio o espírito de luta de vocês, contudo eu preciso prendê-los e garantir a paz deste mundo.

─ Não fale besteira! Nós que venceremos ─ disse Mia.

─ Muito bem. Quem será o primeiro a lutar?

─ Eu ─ disse Dinohumon.

Enquanto isso, a repórter noticiava o acontecimento. A população ficava sabendo em tempo real sobre a luta e já hostilizavam os digiescolhidos.

Strabimon mantinha-se extremamente tranquilo enquanto mantinha a farsa. Em breve, porém, ele irá se revelar como o verdadeiro Chanceler do digimundo. E não só isso, ele tem um ás na manga em que porá em xeque a vida dos digiescolhidos: sua verdadeira forma na fase Mega.

Fim do Arco Wisemon