CAPÍTULO 117

Quando os adolescentes supuseram que o seu fim estava próximo, era uma realidade que poderia ser concretizada. Poderia, mas não. Édenmon conseguiu contornar a situação e retirar de suas mentes o pensamento negativo de derrota. Pois bem, o cenário não era outro: uma derradeira luta, apoteótica; o céu estava completamente vermelho, raios e trovões soavam a cada minuto; destruição generalizada; e um pedaço de terra que não deveria estar ali. Pronto, a cena já há havia sido montada, faltando apenas o espetáculo.

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Ainda no templo, Gennai observava a movimentação de longe em seu binóculo. Sua intuição era mais forte que si, por isso não quis ajudar os escolhidos. Por quê? Porque o homem teve uma ideia que poderia acabar com os planos do inimigo por completo.

Linx se aproximou do homem, tocou seu ombro e disse:

— O que pretende desta vez? Não confia neles?

— Confio, mas nunca subestimo o algoz. Você sabe que ele é muito forte, por isso eu preciso da ajuda de todos.

Adolphus questionou:

— Gennai, como líder do conselho eu exijo que me fale sobre o seu plano. Você simplesmente conversou a sós com o Édenmon antes de apresentá-lo.

— Simples: vamos prender Barbamon no mar das trevas.

— Mar de Dagomon? Você ficou louco, sabe que Daemon foi preso no mar e, depois de dez anos, libertou-se. O que impede daquele canalha fazer o mesmo? - protestou Weiz.

— Concordo com o Gennai - disse LinK -, pois pode dar certo. Nós podemos selar a entrada de Barbamon, coisa que não foi feita pelos digiescolhidos a Daemon.

— Exatamente LinK. Trouxe o selo sagrado comigo. Foi pensando nisso que eu o trouxe. Só quero que me ajudem, por favor.

Adolphus pensou por um momento; concordou.

— Tudo bem, qual o seu plano?

— Preciso que os quatro distraiam-no. Deixem comigo, pois sei o que farei. Infelizmente vocês servirão de isca.

— Ideia mais sem sentido. Não vai dar certo.

— Não vai dar certo, Weiz, se você atrapalhar a todos nós.

— O que você disse? - perguntou Weiz se aproximando do mais velho. - Repita o que você disse.

— Deixa de ser infantil. Concentre-se na sua missão, tudo bem?

Weiz saiu da frente de Gennai. Adolphus assentiu e permitiu que o plano fosse executado.

...

De todos os digiescolhidos, Freddy foi o único que ficou sem parceiro, por isso quis ficar à margem dos demais a sua frente. Sentou-se no chão, encostando suas costas num telhado que foi arrancado de alguma casa e chorou. A situação era delicada, claro; era o menor dos males ter que viver à monotonia da vida na Terra sem o seu parceiro.

Enquanto o loiro americano pranteava acerca de o seu parceiro, os escolhidos enfrentavam o teste final. Não era bem um "teste final", pois quem sabe outro vilão poderia aparecer no futuro... O que importava era deter o inimigo de uma vez por todas.

— Supõe mesmo que pode me vencer? - Kaiser estava muito confiante. Eram irritantes para qualquer um, suas ironias.

— Suponho não, tenho certeza que acabarei com a sua raça - respondeu Édenmon com tranquilidade.

— O quê?

— Eu perdi o meu melhor amigo por causa da sua ambição de conquistar tudo. Será um prazer ser o agente da justiça que irá detê-lo.

Foi certo que Kaiser não gostou muito do que o seu oponente disse. Então, usando a sua rapidez, tentou dar um soco na cara do guerreiro, contudo, para a sua surpresa, este desviou facilmente e deu um cruzado de direita bem na sua face. O demônio se afastou, atordoado pelo que havia acontecido; sua bochecha esquerda ficou vermelha.

Os digiescolhidos, ao verem o acontecido, ficaram otimistas. O êxtase foi de alegria, ao invés do que sentiam há pouco.

— Impossível. Não posso acreditar que levei um soco com tanta facilidade. Não permitirei que isso aconteça de novo.

— Ei, você - Kaiser prestou atenção. - Se a sua intenção era de invadir a Zona do Céu para absorver os poderes da pedra, perdeu tempo. Gennai permitiu que eu a absorvesse.

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— Não fale besteiras!

— Falo sim. A pedra me deu um poder sem tamanho. Agora estamos em pé de igualdade, e eu o derrotarei.

KaiserBarbamon não aguentou por muito tempo as provocações do ser a sua frente. Era demais para ele. Portanto, correu a fim de pegá-lo e enchê-lo de socos. Definitivamente o ex-Digimon de branco se descontrolou. Assim, ambos se agarraram e caíram no campo de girassóis.

— Farei você engolir aquelas palavras!

— Ui, que medo - provocou.

Fumaça e mais fumaça, era isso que surgiu no lugar onde eles estavam. O demônio tentou dar uns socos, mas era impedido pelo guerreiro que se defendia. Em certo momento, Kaiser socou, seu punho foi parado, deu um chute no estômago de Édenmon; este arrastado, aquele agarrou-se mais uma vez; ambos caíram sobre a floresta de sorvetes.

— Ninguém me vence. Eu sou o mais poderoso de todos, custe o que custar!

Kaiser subiu ao céu, levantou as mãos, formou uma bola de energia das trevas e a lançou à direção de Éden. Caos e destruição é o resumo do que ficou o lugar. Por fim, o algoz dos escolhidos desceu e ficou observando.

— Luz da Providência!

Um raio branco surgiu. KaiserBarbamon tentou impedir o golpe com as duas mãos, mas foi arrastado por muitos metros. No final das contas o vilão havia sido arrastado, o chão com a trilha feita pelos pés dele e suas mãos saíam fumaça. Édenmon apareceu diante dele.

— Não sou de nível inferior como os outros digimons. Acostume-se a usar seu potencial por completo - advertiu Édenmon.

— Seu idiota, eu tava apenas me aquecendo. Acha mesmo que pode me vencer? Sou invencível!

O corpo do digimau brilhou até explodir. Édenmon se atrapalhou um pouco, mas logo viu o seu oponente voar. Não esperou; duas asas brancas surgiram nas suas costas, e assim ele pôde levantar voo. O digimon dourado se jogou nas costas do outro - pois Kaiser voou a fim de eliminar os digiescolhidos, aproveitando-se da distração do oponente - e envolveu seus corpos em uma aura dourada.

— O que está havendo?

— Pensou mesmo que com aquele truque poderia me enganar, aproveitando-se da minha distração para atacar covardemente as crianças? Fogo da Justiça!

Ambos tornaram-se uma bola de fogo que rasgou o céu até caírem no meio do estádio. O lugar estava tomado por digimons refugiados, por isso quando eles caíram houve um tumulto. Os dois oponentes se separaram logo após a colisão.

— Intrometeu-se no meu caminho pela última vez, maldito! Não permitirei que tripudie de mim assim. Agora é questão de honra. Você acabou com os meus planos de dominar o digimundo, mas quando eu destruí-lo, logo depois matarei os escolhidos e os digimons.

Édenmon se preparou para mais uma rodada de luta, todavia não esperava pela atitude do seu rival. Este concentrou o poder em suas mãos e jogou contra um número expressivo de digimons que estavam na arquibancada. As vítimas ainda fugiam, mas o destino trágico as pegou de surpresa. A impiedade de KaiserBarbamon era sem limites; matar inocentes covardemente era demonstração da falta de ética e moral. Édenmon não teve tempo de protegê-los, por isso, por um momento, sentiu-se culpado.

— O que foi? Fracassou nessa sua missão de proteger os digimons deste lugar - ironizou.

— KaiserBarbamon, você acabou de demonstrar que não tem nenhum arrependimento, que só há maldades no seu coração. Eu te prometo que o expurgarei para sempre.

Os dois rivais ficaram quietos por alguns segundos. Édenmon tomou a iniciativa de começar a próxima luta. O guerreiro foi em direção do rival, este se preparou para contra-atacar, contudo o herói criou uma ilusão de ótica e desapareceu diante dos olhos do seu inimigo. Kaiser olhou sobre si e viu o herói sobrevoando; logo levantou voo a fim de pegá-lo. Éden percebeu a aproximação do oponente, preparou-se para atacar, mas o vilão também usou uma ilusão para enganá-lo.

— Chamas do Castigo! - Édenmon teve pouco tempo antes de ser colhido pelo fogo. Algumas labaredas atingiram parte do estádio, destruindo-o parcialmente.

— Luz da Providência! - o que KaiserBarbamon não esperava era que o seu alvo fosse uma cópia feita pelo verdadeiro Édenmon. Este, na verdade, estava sobre o demônio e, aproveitando a distração deste, lançou seu golpe. O digimau foi atingido com violência.

...

A Ilha Arquivo fora arrancada do digimundo, disso todos sabemos; o pior era juntar todos os habitantes a fim de praticar um êxodo. Sair da ilha à Zona do Céu era uma tarefa complicada, mas os esforços poderiam ser válidos.

Dynasmon, Aiko e Agumon não puderam ajudar os digiescolhidos pelo simples fato de estarem atarefados demais com o êxodo. Após a queda de NeoVandemon, eles se concentraram em salvar a vida dos habitantes da ilha, pois, segundo Centarumon, o lugar estava com os minutos contados. Ninguém queria ser destruído junto com a ilha. Então, com a ajuda de Leomon, Centarumon, Elecmon e Meramon, puderam iniciar a travessia.

— Digimons da região litorânea primeiro, em seguida os da floresta e por fim o resto - disse Aiko. O rapaz era o líder.

— São muitos - disse Agumon.

— Tomara que dê tempo, parceiro.

— Sejam otimistas - respondeu Dynasmon. - São muitos habitantes da ilha, mas se formos organizados, podemos ter sucesso na missão. Infelizmente o problema daqui nos tirou da luta contra o inimigo.

— Tem razão, irmão. Não quero ficar com remorso, mas não dá para pensar nos meus amigos agora.

Enquanto Aiko, seu parceiro e seu irmão ajudavam os digimons a saírem do perigo, Leomon sentiu falta de alguém. Para o desespero dos seus amigos, Centarumon e Meramon, o leão decidiu adentrar às partes mais distantes da ilha para encontrar esse alguém. Centarumon não entendeu absolutamente nada, mas permitiu, com muito receio, que o amigo fosse.

Gêiseres surgiam debaixo da terra indicando a proximidade do fim da ilha. Dados eram dispersados no ar. A parte norte - onde havia gelo - começou a se desintegrar. Era fato que não dava mais para esperar, pelo menos a sorte temporária deles era que estavam no sul.

Leomon correu o bastante até chegar numa gruta. A cachoeira ali próxima secou. O leão entrou, mesmo que constantes terremotos poderiam causar deslizamentos de terra. Era um risco que ele queria correr para salvar o seu amigo... rival. Ogremon.

— Aí está você, seu idiota dorminhoco - disse ao ver o rival e amigo hibernando.

O problema do ogro era que, ao hibernar, ele paralisava, só acordava depois de um mês inteiro. Mesmo que o mundo acabasse, que ocorra o apocalipse, que um asteroide colida e acabe com tudo, ele vai estar dormindo.

Num primeiro momento é incoerente pensar que ambos são amigos, mas algo no passado aproximou-os a ponto de transformá-los em aliados, apesar da rivalidade continuar.

— Idiota pesado - retirou-se o mais rápido possível, carregando o outro nos ombros.

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...

Soco ia, soco vinha; chutes e outros tipos de contatos físicos. Era a luta mais difícil e equilibrada que o digimundo teve. Por várias vezes os dois rasgavam o céu a fim de aplicar algum golpe com maestria, mas nada de grave acontecia a ambos.

Édenmon deu uma sequência de socos no rosto do rival, segurou-o pela capa, girou-o várias vezes até soltá-lo e assim ser jogado direto à Ilha Arquivo. O digimau colidiu com violência na montanha central. O parceiro de Freddy soltou várias esferas de energia que destruíam boa parte da montanha.

— Errou o alvo, tolo! - Kaiser apareceu por trás e deu um chute no rival; depois o segurou por trás; ambos caíram no lago Seadramon.

Afundaram bastante. Kaiser segurava Éden dando um Mata leão. Por um momento a luta favorecia o digimau, mas por pouco tempo.

— Explosão de Ken! - Édenmon brilhou.

— Mas o que está havendo?

O lago dos Seadramons explodiu, secando toda a água. KaiserBarbamon ficou no centro da cratera procurando por seu inimigo. Surpreendeu-se ao vê-lo no céu a formar uma esfera de energia gigantesca.

— Barbamon, chegou o momento. Julgamento dos Elisios!

Kaiser não teve tempo para desviar, a sua única opção era ter que segurar a esfera com suas mãos. Entretanto, não teve força o suficiente para aguentar; foi engolido pelo poder até explodir junto com parte da ilha.

Leomon, que carregava Ogremon, foi surpreendido pela explosão. Uma árvore caiu sobre o guerreiro que não viu e foi atingido em cheio. Ficou desmaiado ao lado do seu eterno rival, que também tava desacordado.

— Mas o que foi isso? - perguntou Aiko.

— Não temos muito tempo - disse Dynasmon.

Julgamento dos Elisios era o golpe mais poderoso de Édenmon.

Enquanto isso, os digiescolhidos receberam um chamado de Gennai que precisava de apoio. Eles, que há pouco assistiam à luta, foram ao templo a encontro com o homem. Paulo parou por um pouco, observou a falta que Freddy fazia e foi atrás do garoto.

— Paulo, aonde vai?

— Lúcia, por favor, vá. Eu vou falar com Freddy.

— Tudo bem, mas não demore.

— O que acha que está havendo com ele? - perguntou Impmon o acompanhando.

— Preciso dar um pouco de força a um amigo. Ficar sem o parceiro digimon deve ser a pior coisa para quem é digiescolhido. Sei que é um momento difícil para ele, mas ainda bem que não é comigo. Sei lá, nunca vou querer passar pelo que ele tá passando.

Impmon olhou para o filho. Sua consciência pesava quando o assunto era contar a verdade. Será que um dia, eles se separariam da mesma forma como está acontecendo com Freddy e Gokuwmon? Seu medo era um dia contar a verdade e ser rejeitado pelo garoto.

— Paulo, o que aconteceria se fosse com a gente? Como reagiria caso a gente se separasse?

— Não fale isso Impmon, nem por brincadeira! Pare de pensar nisso porque nunca vai acontecer conosco.

Impmon se calou.

Paulo encontrou o amigo escorado num telhado em ruínas. Correu em sua direção.

— Freddy, vamos embora.

— Paulo me deixe aqui. Não tenho parceiro, ou seja, sou um estorvo a vocês.

— Que é isso cara? O seu parceiro tá lá, lutando com o maior inimigo que já tivemos e você aqui.

— Falar é fácil. Pimenta no olho dos outros é refresco. Quero ver se tivesse sido contigo... não falaria com tanta tranquilidade.

— Se eu tivesse morrido e o Beelzebumon se sacrificado, eu estaria orgulhoso, apesar de triste. Você não sabe a inveja que eu tive de ver o teu parceiro dando uma surra naquele monstro. Escute, pode ser que haja alguma solução.

— Sai daqui Paulo! Não preciso da ajuda de ninguém. Aliás, eu nem queria ter conhecido vocês. Maldita hora que eu os conheci. Preferia ter morrido do que ter ido àquele estádio e depois ter feito o acordo com o Astamon. Sabe de uma coisa: eu quero voltar pra casa e nunca mais ter contato com os digiescolhidos que só me trouxeram desgraça. Talvez foi por causa de vocês que fiquei sem parceiro.

Paulo se indignou e o segurou pela camisa.

— Você tá passando por um momento difícil, mas não te dá o direito de nos culpar pelo que está acontecendo. Se você quer ser um babaca fique à vontade. Cansei disso, vamos Impmon!

— Já vai tarde!

Paulo se segurou para não dar um soco na cara do loiro a sua frente. Preferiu sair dali o mais depressa possível.

Os demais escolhidos chegaram no templo como combinado. Não encontraram Gennai, mesmo assim decidiram entrar.

...

Édenmon desceu para confirmar se o seu inimigo estava morto. Claro, esperava que ele estivesse, mas nunca acreditou 100% nas coisas.

— Acreditou mesmo que poderia me vencer? Mesmo que tenha sido um golpe excelente, não foi o suficiente - disse Kaiser aparecendo entre a fumaça. Mesmo em pé, ele estava com algumas escoriações e sem a capa da armadura.

— Nunca acredito totalmente nas coisas.

— Responda-me uma coisa: o que pretende intervindo-se no meu caminho? Porque o meu propósito é justo: destruirei este digimundo para criar outro.

— Cale a boca! Vindo de você não há nada que seja justo. Como eu disse, por causa de você eu tive que sacrificar a minha parceria com o meu parceiro e absorver a energia da pedra. Ajudei-o a ressuscitar, além de evitar que você conclua o seu plano absurdo.

— Maldito, pagará caro por isso.

— Não é só isso. Seus minutos estão contados. Os membros do conselho prepararão a abertura do portal ao mar de Dagomon para prendê-lo por toda a eternidade.

KaiserBarbamon começou a achar graça.

— Do que está rindo?

— Eu consigo atravessar e abrir portais, incluindo o mar das trevas.

— Não é só um reles portal, mas com o selo sagrado será impossível de escapar. Não terá a mesma chance que Daemon; eles não cometerão mais uma vez esse erro.

O vilão ficou completamente perturbado com a notícia. Desinteressou-se completamente em dar continuidade à luta. Entretanto, com seu oponente de luta à frente não podia ir ao templo acabar com o plano.

— Agora que você falou sobre isso, eu decidi não lutar mais. Preciso sair daqui o quanto antes, mas não antes de enviá-lo ao mundo das trevas.

— Que?

— Tome isso - Kaiser estendeu as mãos na direção do outro. - Isto é pra você. Vá pro mar de Dagomon!

— Não! Ahhhh...

Édenmon foi coberto por uma energia escura e desapareceu em seguida. Kaiser aproveitou a ausência do outro para voar direto ao templo.

No templo os quatros membros do conselho se reuniram no salão central - um vasto salão com tapeçaria vermelha, estátuas douradas dos quatro grandes protetores do digimundo e vários pilares, além de um trono no fim; pois nos tempos primordiais do mundo digital, um ser era escolhido pelos Quatro Grandes para se tornar o protetor do planeta.

Enfim, o quarteto ficou bem no meio do salão. O propósito era abrir o portal do mar das trevas com o selo sagrado - um jarro de ouro com símbolos do digimundo. Mesmo que esteja longe do seu alvo, o selo conseguia sugar seus dados igual um buraco negro. Ou seja, o Kaiser poderia ser desintegrado mesmo estando a milhares de quilômetros.

KaiserBarbamon saiu da ilha e retornou à zona. Precisava acabar com os planos dos seus inimigos, porém foi pego de surpresa.

— Espere!

Ele parou de se mexer quando viu o portal do mar se abrir diante dos seus olhos, principalmente quando viu Édenmon passar por ele.

— Não é possível, você voltou do mar das trevas! - exclamou ao vê-lo.

— Idiota, eu tenho a mesma capacidade de criar e atravessar portais. Não deixarei que derrote os meus amigos.

Era certo que o digimau ficou muito furioso com esse retorno repentino. Não previu o próximo golpe do outro, por isso foi colhido com violência. Édenmon atacou com o seu bastão, criando um raio que por fim atingiu o adversário. Este se levantou.

— E então, vai desistir?

— Se eu continuar lutando... perderei tudo. Preciso pensar em algo.

Kaiser observou Freddy a cerca de alguns metros dali.

— Eu já disse que não vou perder. Chamas do Castigo!

Édenmon tentou se defender, mas o ataque desviou e foi por outro canto. Freddy seria atingido se não fosse por Édenmon ter se colocado na frente. O fogo atingiu o digimon.

— Édenmon!

Apesar de ter sido atingido, Édenmon sofreu apenas escoriações superficiais.

— Você está bem?

— Sim...

— Ótimo. Freddy, nunca desista de ser um digiescolhido. Sinto que pode estar meio confuso, mas estou contigo sempre. Esteja também com seus colegas. Agora saia daqui.

— Édenmon...

— Aqui é perigoso demais para um humano.

— Eu quase chorei com esse sentimentalismo todo, mas não ficarei mais. Tenho um digimundo a destruir. Tomem isto - KaiserBarbamon aproveitou a distração dos dois para lançar um de seus truques. Duas bolhas sugaram a dupla; depois foram lançados para bem longe. - Adeus.

Aproveitou o pouco tempo que restava para voar em direção ao templo.

Édenmon usou parte do seu poder para se libertar e a seu parceiro.

— Droga, estraguei tudo de novo.

— Não foi sua culpa, parceiro. Precisamos nos unir a fim de eliminarmos o mal do digimundo para sempre. Vamos nessa luta juntos.

Freddy assentiu e percebeu seu erro ao falar aquelas palavras a Paulo. Quando chegar o momento, pedirá desculpas.

Édenmon levou seu parceiro até um lugar seguro.

Os momentos decisivos estavam para terminar, inclusive a guerra do bem contra o mal. O fim do atual algoz dos digiescolhidos estava para ser concluído pelos membros do conselho que preparavam o selo sagrado.

— Mais alguns segundos... - disse Linx.

KaiserBarbamon chegou ao templo faltando pouquíssimo tempo; destruiu uma parede até ficar dentro da edificação. Claro que os digiescolhidos tentaram intervir.

— Não tenho tempo para isso - uma forte luz saiu dos seus olhos. O ataque causou cegueira temporária a todos.

Após mais uma demonstração de poder, ele correu para dentro do salão principal. Destruiu parede por parede até encontrar os quatro membros do conselho prontos para finalizaram o selo. Usou toda a sua rapidez para alcançá-los.

Édenmon conseguiu entrar no templo. Não esperou pelos outros que ainda estavam se recuperando.

— Mão do Destino! - os dois Angemons, que protegiam o templo, atacaram.

— Chamas do Castigo! - este ataque sobrepujou os outros.

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— Vamos sair daqui - disse Linx ao ver o monstro derrotar os guardas.

KaiserBarbamon concentrou o máximo de poder no punho direito, aproximou-se do selo e deu um soco bem no meio onde estavam os quatro. O jarro despedaçou no mesmo instante; Adolphus, Linx, LinK é Weiz foram arremessados contra a parede; algumas estátuas despencaram juntamente com alguns pilares. De longe dava para ver uma luz sair de dentro do templo.

Édenmon chegou pouco tempo depois, mas não conseguiu impedir que o seu rival destruísse o plano inicial. Óbvio que ficou frustrado. Viu a presença do adversário ao lado da cratera onde estava o jarro.

Linx se levantou com dificuldades e foi ajudar os seus colegas. O aparelho digital em seu pulso ficou seriamente danificado, inclusive os outros três dos seus companheiros.

— Finalmente eu acabei com a última esperança de vocês me deterem. Olhe só Édenmon, por culpa da sua distração eu acabei frustrando seu único plano de acabarem comigo - começou a gargalhar como se tivesse vencido a guerra.

— Eu não diria" último", tampouco "único".

Linx e os outros viram Gennai surgir de uma sala secreta atrás do trono. KaiserBarbamon e Édenmon também deram atenção ao homem.

— O selo sagrado não passava de um truque, um blefe que eu criei para fazê-lo vir até mim. Nem mesmo os meus colegas do conselho sabiam totalmente do plano. O verdadeiro e único truque que vai te pegar é isto - Gennai mostrou o punho; nele havia o seu aparelho.

— Está blefando para que assim os digiescolhidos possam ganhar tempo.

— Não. Aqui, no meu aparelho, existe o verdadeiro portal para o mar das trevas com o verdadeiro selo. Seu fim chegou, Barbamon.

Continua...