Hitler E Sua Escova

Menstruieren


Ao abaixar o porta-retrato de sua mãe no criado-mudo, Hitler ajoelhou, entrelaçou as mãos e rezou um pouco pedindo perdão à Deus pelos últimos anos de sua vida terem sido de puro pecado. Envergonhado, a atrocidade que ele cometeria nessa noite fatídica poderia destruí-lo ou restaurá-lo emocionalmente. Rezava só por descarrego de consciência, pois não se importava com aprovação divina no momento. Achava que Deus o ajudaria em qualquer circunstância, por isso ao terminar a oração recitou um trecho da bíblia para si mesmo e foi vigiar através de um pequeno buraco entre os blocos de pedras de sua cabana a hora em que a escova tirou suas roupas e foi tomar banheiro no chuveiro improvisado com água da chuva no único vestiário mal-estruturado do quartel.

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Aquele era o mesmo local onde os soldados iam vestir seus uniformes e tomar banho após uma série de alongamentos e exercícios, o pênis de Hitler ficou duro ao pensar sobre isso. Pegou um pote de vidro no armário, calçou os sapatos e dirigiu-se até lá habilidosamente na ponta dos pés. Vindo do refeitório com uma cesta de frutas, Eva o avistou e correu até ele para puxar assunto.

A trilha estava escura, a única iluminação que recebia era dos lampiões que jaziam dentro dos dormitórios quando as portas estavam abertas. Nesse momento, haviam duas ou três. Sendo malicioso, ele notou seu corpo moldado ao comprido vestido floral azulado. Ela estava acima do peso e seus seios aumentaram. Os mamilos de Eva eram quase rosados, mais ou menos da cor dos pêssegos que ela trazia na cesta.

– Veja o que eu roubei - o apontou a cesta de palha. Ao erguer a cabeça para admirar o céu estrelado e lusco-fusco, ela comentou sorridente. - A noite está linda hoje, não é?

– Vésperas de tristezas costumam ser assim. Amanhã os nossos soldados tem mais uma batalha territorial pela frente, precisamos ficar bem atentos principalmente depois que implantaram uma bomba nas minhas pastas - respondeu calculista, as mãos entrelaçadas nas costas.

– Vou pedir para reforçarem a segurança ao redor do quartel - Eva garantiu de prontidão, meneando a cabeça.

– Por falar em segurança, você viu o general?

– Ele estava jantando comigo.

– Hmmmm... Espero que o jantar estivesse bom - enciumado, coçou o bigode.

– O que foi? Que cara de bosta é essa?

Abismado com o linguajar, Hitler arqueou as sobrancelhas com antipatia. - Por favor não se dirija à mim com palavras de baixo calão. Exijo respeito.

– Eu não quero ser intrometida, mas você está um pouco tenso, tem até gotas de suor na sua testa - ela verificou preocupada.

– Você deve pensar que meu trabalho é fácil! - ele disfarçou, batendo as mãos nas pernas para demonstrar sua falsa indignação. - Não posso descansar, tenho sempre que estar em estado de alerta!

Mordendo o lábio inferior, Eva tirou algo comprido e grosso da cesta. - Quer uma banana?

– Quero, obrigado - ele rapidamente pegou a fruta e ficou a segurando de forma que a deixou desconfortável.

– Hoje é lua nova, dizem que é o início de um novo ciclo. Eu acho que isso nos traz a garantia de que viveremos em paz assim que colocarmos um ponto final na guerra.

A palavra "ciclo menstrual" veio à mente de Hitler e ele se lembrou de que tinha um objetivo traçado. Ele pigarreou sedutoramente. - Pegue essa banana, não quero mais, preciso ir.

– Aonde você está indo? Eu gosto tanto da sua companhia, queria que pudêssemos passar mais tempos juntos.

Impressionado com o toque suave e frio de sua mão, ele sentiu um nó na garganta e sugeriu a si mesmo que se fosse se atrasar alguns minutos não faria diferença. A escova ainda estava tomando banho. Uma música de fanfarra tradicional tocava em um rádio do refeitório e eles dançaram e riram. Depois de depositar um beijo em sua bochecha saliente, Hitler deu as costas e se direcionou direto para o vestiário/banheiro.

Lá dentro, a escova estava cantarolando o hino da Alemanha e se ensaboando. O líquido vermelho escorria pelas belas pernas depiladas num fluxo contínuo. Escondido atrás de uma parede que separava cada chuveiro e privada, ele agachou e foi engatinhando até sua amada.

Ao chegar muito próximo, verificou se ela continuava a cantar e lavar o cabelo loiro de olhos fechados. Vendo oportunidade em sua distração, se enfiou entre as pernas dela, abriu a boca e esperou o sangue escorrer de sua vagina. Quando uma gota caiu em sua língua, ele o provou e esboçou um sorriso satisfeito. Mais gotas viscosas pingaram e Hitler encheu o pote de vidro com a menstruação. De repente a escova desfaleceu e deitada no chão quadriculado, se sacudiu com espasmos violentos. Sabendo que ela não podia reagir e ninguém a procuraria, Hitler fugiu assim que ela o viu e Eva o viu saindo suspeitosamente do local. Caminhando para a floresta atrás de sua cabana, assobiou para Bartholomäus e ele saiu detrás de uma das árvores segurando uma sacola que continha um giz, um isqueiro e velas. Prosseguindo pelo bosque sombrio, só pararam quando estavam num ponto longínquo da toca do lobo. O cientista acendeu as velas e Hitler pôs um dedo no sangue da menstruação e começou a desenhar um pentagrama sobre o solo lamacento. À luz do luar, iniciariam o ritual.

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– Deus satã, eu vos rogo neste altar sem alicerces e lhe entrego esta oferenda sangrenta e pecaminosa que vos alimentará. Atendei aos pedidos de seu filho e conceda-o o poder da transmutação e que todo o mal seja louvado.

Graças ao elevar do poder das trevas, uma névoa translúcida cobriu a floresta e eles começaram a correr. Sem conseguir se segurar em um dos troncos, Adolf desfaleceu ao chão e atolou o rosto em um monte de fezes. Elas não eram recentes.

– Maldito soldado, eu sabia que aquele cheiro vinha de algum lugar - gritou.

Bartholomäus se afastou de seu líder, pasmo. O corpo do ditador sacudiu com espasmos violentos e na toca do lobo a escova também sentiu os mesmos efeitos, afinal, seus espíritos estavam trocando de corpo. Quando a crise incontrolável de espasmos cessou, Hitler revirou os olhos e ficou de pé, demoníaco.

– O que eu estou fazendo no corpo do Hitler?

O pacto havia sido um sucesso.