Tema: Luke Castellan e Annabeth Chase

Fandom: Percy Jackson e Os Olimpianos

Não sentido

Annabeth Chase estava descansando no Chalé dos filhos de Atena. Sentada em sua cama, era um dos poucos momentos do dia em que podia realmente procrastinar. Óbvio, uma filha de Atena não fazia literalmente nada de maneira muito regular, mas Annabeth estava muito cansada desde a batalha no Empire State, e ninguém parecia se colocar contra o seu merecido descanso.

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Muitas coisas haviam acontecido. Os semideuses conseguiram derrotar Cronos, sim, alguns tombaram em batalha, isso é verdade, era estranho pensar que alguns rostos bem conhecidos não seriam mais vistos pelo Acampamento e isso doía. Mesmo assim, era um alívio que a batalha tivesse sido ganha.

Annie deu-se por pensar nos seus amigos que tinham morrido. Silena Beauregard, Charles Beckendorf, Michael Yew... Luke Castellan. Sim, a morte do filho de Hermes era a mais impactante pra ela.

Lembrou-se de quando fugira de casa aos sete anos com ele e Thalia. Ele era sempre tão bom pra ela. Naquela época ele tinha quatorze anos, e era simplesmente legal. Ele a agradava de algum jeito, sorrindo e sendo gentil, cuidando dela e de Thalia. Os três viajaram juntos e de tanto viajar acabaram formando uma família. Simplesmente uma família, um bando, que os acolheria depois de terem sido negados.

Depois Thalia se sacrificou para que os dois pudessem viver, e Annie sentiu que o sacrifício dela os ligaria por muito tempo. E com certeza os ligou.

Annie estava cansada, e deixou-se adormecer num sono de papoulas.

Família, Luke. Você prometeu.

Todos já sabiam do que tinha ocorrido. Annie não queria se lembrar de novo, mas as imagens continuavam vindo à sua mente e ela não podia tentar impedir.

Fugindo, fugindo, fugindo... Nas florestas, nas cidades, correndo, chegando ao Acampamento... Thalia se fora... Eles cresceram, sim, eles cresceram, Luke falhou no jardim, ganhou a marca, a cicatriz no rosto... Percy Jackson chegara, meio perdedor, meio herói, ele era um dos filhos dos Três Grandes, ocultando o verdadeiro herói, o herói que se perdera nas sombras...

E sangue.

Um rosto conhecido que ela pensou que nunca mais veria apareceu, envolto em luz. Ele chamou seu nome.

Annabeth acordou de repente e puxou o ar, sentindo a respiração falhar. Passou a mão no rosto quente e sentiu algumas lágrimas. Estava nervosa, tomou um copo de água, se controlando para não chorar, depois deitou em sua cama e começou a pensar no Parthernon. Era o que fazia quando queria se acalmar. Lentamente as antigas colunas gregas foram tomando o lugar daquelas imagens que lhe perturbavam, e os corredores ficavam maiores, então Aquiles e Heitor apareciam... Sua mãe...

Estavam lá, os guerreiros de Troia. Odisseu, Agamenon, Páris, Nestor, Menelau... Estavam todos bradando e contemplando as ruínas da cidade, as cinzas, os mortos, quando o rosto apareceu de novo.

“Annabeth” – ele chamou novamente.

“Luke? Como pode ser isso?” – e então Troia desapareceu, estavam só ela e Luke numa sala que irradiava raios.

“Pouco tempo para detalhes. Muita coisa a se dizer” – ele disse.

“Isso é um sonho?”

“Sonho, visão, pode chamar do que quiser.”

“Isso é coisa da minha cabeça?”

“Não” – ele riu – “eu consegui entrar em contato com você aqui do submundo. Não pergunte como, eu só consegui. Muita coisa a se dizer, pouco tempo”.

“Diga.”

“Eu só achei que não consegui me despedir de você... Propriamente. Por isso estou aqui. Foi bem difícil de conseguir, mas me deram uma chance.”

Annie sorriu fracamente, com os olhos meio abertos e a franja caindo na frente do rosto. Estava a ponto de cair.

“Eu queria me desculpar. Sei que não há perdão para o que eu fiz, que não há justificativa...” – Luke abaixou sua cabeça, com pesar – “Mas eu sei que você entende. Você sempre entendeu. Obrigado por entender essas coisas. Eu queria te dizer que eu também te entendo. Sabe, por não ter querido fugir comigo quando eu pedi.” – Annabeth sentiu seu rosto quente arder e começou a chorar – “Alguém precisava me parar. Não ficaríamos a salvo se você tivesse ido comigo. Obrigada por continuar leal à sua consciência, Annie.”

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“Foi só a minha consciência. Meu coração queria muito ir.”

“Eu sei. Mas o que é o coração para uma filha de Atena, certo?”

“Desculpe, eu sei, eu sou fria...”

“Você pode até ser fria, mas aquela não foi a ocasião. Não se arrependa, Annie. Você salvou a todos nós assim.”

“Foi você quem salvou todos nós. Você foi o herói da profecia.”

“Agora podemos ser lendas” – Luke sorriu.

“E farão poemas sobre nós, e nunca seremos esquecidos.”

“Minha canção terminou. Mas a de Annabeth Chase ainda vai ser tocada, por muitos e muitos anos...”

“Eu não quero fazer isso sem você.”

Luke sorriu fracamente.

“Como você pode dizer isso? Você tem muitas aventuras pra viver, monstros pra matar...”

“Não vale a pena sem você.”

“Annie, agora você tem o Percy. Eu nunca vou poder ter suas aventuras, mas isso não é mau. É assim que tem que ser. Apenas siga em frente com todas as suas crenças, e não me desaponte.”

“Eu te amo.” - Annabeth conteve as lágrimas, levantou a cabeça e sorriu.

“Eu também te amo.” – Luke disse, sorrindo – “Tenha uma vida fantástica, Annie.” Os olhos dele brilharam, e a imagem se desvaneceu aos poucos.

Então Annabeth acordou.

Família, Luke. Você prometeu.