Sam piscou incrédula.

- Eu sei que... Eu sei que sumi e não mandei cartas, mas existe toda uma história por trás disso e se você... Se você, por favor, me der à chance de explicar eu... eu...

-E se começarmos pela Carly? – Sam falou meio ácida, mas tinha certeza que logo mais estaria nos braços de seu amado.

- Eu acho que ela deveria explicar isso. – Freddie falou olhando pra porta enquanto Carly saia lentamente, sorrindo por ver que seu plano funcionara. Ela explicara detalhadamente sua relação fraternal com Freddie, de como ela vinha auxiliando ele com os problemas no casamento, e do por que Freddie a abraçara. Sam escutou tudo em silêncio. Carly se despediu beijando lhe a testa como sempre fazia e saiu.

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-Agora, é a minha vez. – Sam continuou a encará-lo e Freddie começou.

- Eu não sei antes do que foi. Eu estava correndo, provavelmente depois de ter falado algo com você...

-Era nossa segunda semana de namoro – Sam completou – Você presenteou-me com um novo pincel para meus quadros.

- Nós namoramos? – Sam acenou e Freddie prosseguiu- Estava correndo em direção ao palácio quando uma carruagem me atropelou. Quebrei a perna e ganhei vários machucados pelo meu corpo todo. Todavia, bati fortemente a cabeça. Passei um mês em minha cama, desacordado, segundo minha mãe. Quando acordei, não lembrava mais nada que tivesse me acontecido durante toda minha vida. O doutor, o mesmo que atendeu você, disse que a memória jamais voltaria. Então o melhor a fazer foi me pôr dentro do castelo, enquanto eu reaprendia minha vida. Minha família contou-me tudo o que sei. Creio que não houve menções ao nosso namoro, por que só nós sabíamos dele e...

- Eu te amo, Freddie – Sam cortou-o, sorrindo. Freddie pareceu surpreso inicialmente. Então, inclinou-se e encostou levemente seus lábios nos dela.

-Eu também te amo, Sam. – Falou encarando diretamente nos olhos azuis que pareciam tão profundos.

- Preciso que me perdoe também. – Sam começou – por fazer você sofrer, por ter deixado a magoa atrapalhar nossas vidas, por quase ter perdido nosso filho, por...

-Espere um pouco – Sam parou subitamente – Eu urgentemente necessito que você repita suas duas ultimas palavras. Sam raciocinou um pouco.

- Nosso filho – falou levando a mão a barriga.

-Nosso filho – Freddie ecoou, repetindo o movimento de Sam.

-Você tem alguma ideia de nomes? – Freddie perguntou, sentindo-se cada vez mais confortável. Por fim ela era sua.

- Não, ainda não o fiz. Pensei que seria melhor se fizéssemos a escolha juntos. – Sam sorriu e Freddie a beijou de novo. E de novo. E de novo. Até que os dois caíssem no sono, embalados pelo calor que os envolvia.

Sam por fim, sentia-se livre da cadeia de rancor que a aprisionara por tanto tempo.

Estava escuro.

Sam estava sozinha na grande cama de veludo. O ar estava frio demais. Talvez fosse pela falta do calor de Freddie que o quarto parecia estar congelando. Freddie saíra para uma reunião pela tarde e ainda não voltara. O quarto estava escuro, contudo, a lua iluminava fracamente alguns locais, deixando os moveis mais visíveis. Não conseguira dormir pois tivera um horrível pesadelo onde seu bebe e Freddie eram arrebatados dela, deixando-a sem nada. Acordou-se assustada e sentiu sua barriga mover-se também. Alisou a barriga enorme e redonda de agora seis meses, sussurrando palavras de alivio que eram mais voltadas pra ela.

Sam escutou algo.

A porta estava aberta, o que era algo muito estranho, considerando que Freddie sempre a deixara bem guardada por seus melhores guardas.

-Benoce? Francisco? Donde están?- Sam gritou. Nenhuma resposta.

Seu coração acelerou.

Sam sentou-se na cama e espiou. O quarto estava mergulhado em silêncio sendo quebrado apenas pelas batidas fortes e descompassadas do coração de Sam. Uma sombra atravessou o quarto parando exatamente na frente da janela, permitindo que a luz pálida da lua iluminasse seu rosto.

- Olá, Sammy.