Castigo
Quem sabe pouco, quem sabe nada.
- O que você quer?
Linda estufou o peito indignada quando a pergunta lhe atingiu, cortante.
Mello lhe encarava, sentado no chão, as mãos dadas com um Near irritantemente apático, que mal se dignava a encaixar as peças de um quebra-cabeça qualquer.
- Eu só estou procurando o Matt!
- Bom, eu não sei onde ele está- o loiro respondia debochado, cheio de má vontade, apenas tornando mais e mais rubra de fúria a visão da menina.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Você PRECISA ser sempre tão grosseiro?
- Tanto quanto você precisa ser sempre tão intrometida. Acha que eu não sei onde você e o Matt foram?
A cor do rosto lhe sumiu por alguns instantes. Matt havia contado! Desgraçado! Nunca mais iria ajudar aquele ruivo aproveitador de uma figa!
- É, eu fui mesmo na sala do Roger! E quer saber, eu queria que VOCÊ fosse morrer!
Saiu da sala a passos duros, irritada e bufando.
Mello mordeu o chocolate, mais relaxado. Pode ouvir um suspiro vindo por baixo dos cabelos brancos sem vida, enquanto as mãos pegavam uma peça vacilantemente, apenas para po-la de lado.
Revirou os olhos. Pegou a peça e a colocou no lugar pelo outro.
Mordeu o chocolate, em silêncio.
.
.
.
Em sua sala, Roger recebeu um monitor que afirmou ter visto Mello e Near na sala de brinquedos. Quando abordados sobre um considerável sumiço, o loiro desagradável havia se metido, dizendo que Near fora ao banheiro. Parecia furioso pelo estomago do outro ter lhe tomado tanto tempo desnecessariamente.
Roger agradeceu e coçou a cabeça.
Bom. De certo modo, nada fora do esperado.
.
.
.
Linda seguia pelos corredores, decidida a encontrar Matt. Aquele...Aquele...AH!
Perguntou a todos que encontrou. Mas não. Ninguém tinha visto recentemente. Um ou outro até dizia que sim, só de regata. Tinha até quem dissesse que tivera a impressão de te-lo visto junto à Near andando por ai.
Linda franzia o cenho. Não podia ser tudo verdade.
Continuou andando. Bateu na porta do quarto que Matt dividia com Mello até quase por a porta abaixo, sem obter resposta.
.
.
.
Mello se irritou, e colocou todas as peças que pode no lugar.
O outro apenas deu os ombros, virou o quebra-cabeças no chão e voltou a montá-lo.
Não soltavam as mãos.
Não podiam.
Mello pensou em Linda, vagamente.
.
..
.
Near tossiu.
Uma certa febre lhe tomava, mas ao menos já conseguia se manter consciente.
Bebeu mais da água que Mello deixara ali perto.
A sensação do desmaio ainda lhe assombrava. Era como se fosse um pequeno gosto da morte, do eterno apagar.
Ajeitou-se o melhor que pode.
Não podiam deixar Roger saber.
Ainda não.
.
.
. Matt coçou a cabeça. Sentia um certo suor lhe tomar.
Situação incomoda, parecia um foragido.
Coçou a nuca, irritadiço. As pernas lhe doíam um pouco, as costas também.
Pensou no que aconteceria se Linda lhe encontrasse.
.
.
Em seu quarto, ele assentiu.
Desligou o telefone.
E saiu.
Fale com o autor