Alice No País De Aslam

Alice, Propôe a Edmundo...


Caspian insistiu o caminho todo em saber sobre o teor da conversa entre Aslam e Alice, mas a garota foi firme e disse que apenas diria tudo quando chegassem ao castelo, e pudessem chamar Edmundo para a conversa. O rei não entendia o que Edmundo poderia ter a ver com um assunto de sua rainha, mas decidiu esperar e ser paciente. Assim que chegam ao castelo, e deixam seus cavalos com os encarregados, Caspian sobe as escadas da entrada principal do castelo seguindo Alice e perguntando:

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- Afinal, o que Aslam disse sobre Edmundo?

- Eu disse que direi tudo quando ele estiver presente. –ela encara o rei.

- Odeio quando me deixa nesse suspense... –reclama.

- Não seja afobado e curioso. Já disse que assim que Edmundo estiver presente, eu conto tudo aos dois... –eles entram no castelo.

- Então mandarei que o chamem...

- Não. –ela para. – Eu preciso de um banho, desde que cheguei aqui, não vejo água! Nem sei como ainda consegue ficar perto de mim! –ela ri provocando um sorriso no rosto amarrado do rei.

- Tudo bem... –ele se aproxima. – Vou pedir que preparem seu banho, e nos vemos depois. –Caspian se inclina como se fosse beijá-la.

- Certo. –ela é mais rápida e desvia o rosto logo depositando um beijo na bochecha do rei e segue rumo às escadas.

Caspian respira fundo, olhando para o vácuo a sua frente, já cansado de insistir em tocá-la, e ver Alice sempre escorregar pelas suas mãos feito água. Depois ele procura pelas amas e ordena que subam e preparem o banho da rainha. Mais tarde, já de banho tomado, e com um novo vestido Alice desce as escadas, e encontra o rei Caspian, e Edmundo em uma sala onde ficava a biblioteca do castelo.

- Bom dia Edmundo! –diz Alice ao se aproximar.

- Bom dia majestade! Caspian disse que desejava me ver...

- Sim, eu estive com Aslam logo mais cedo, e ele me disse algo curioso sobre você.

- E o que seria? –embora suspeitasse ele preferia não lembrar.

- É verdade que já foi Rei?

- Isso tem muito tempo majestade... –ele se senta em uma poltrona.

- Não estaria disposto a reassumir este título? –ela não era de fazer rodeios.

- Me sinto feliz servindo a Caspian com meus préstimos... –ele encara o rei.

- E sinto-me grato por isso. –sorri Caspian.

- Tudo bem, mas talvez Nárnia precise mais dos seus préstimos como rei do que como um simples ajudante de Caspian... –ela segue.

- Não sei se posso majestade... –ele diz de olhos baixos.

- Enquanto pensa no assunto, por que não ajuda com uma tarefa importante? –Caspian ergue os olhos e fita a face de Alice.

- Que tipo de tarefa majestade? –pergunta Ed com curiosidade.

- Precisamos encontrar o outro rei e as duas rainhas de Nárnia. Pedro, Lucia, e Suzana...

Neste momento tanto Edmundo quanto Caspian sentem-se um pouco desconfortáveis com a ideia, e se entre olham, mas é Caspian quem se levanta e manifesta-se.

- Não sei se é uma boa ideia...

- Foi o que Aslam me pediu para fazer... –conclui Alice.

- Talvez seja fácil convencer Lucia a ajudar, e com Pedro a mesma coisa, mas Suzana... –diz Edmundo olhando para Caspian que faz sinal pra ele não seguir adiante.

- O que tem Suzana? –pergunta Alice.

- É melhor falarmos sobre isso depois... Acho que Edmundo precisa de um tempo para pensar... –diz Caspian se aproximando pelas costas de Alice e tocando seus ombros.

- É eu acho melhor pensar no assunto... –Edmundo concorda e se levanta. – Agora se me dão licença, eu preciso cuidar de alguns... Afazeres atrasados...

Caspian acena com a cabeça agradecendo ao amigo, que logo sorri para Alice e se retira as pressas. Caspian passa por Alice e caminha até a mesa, onde havia algumas garrafas com bebida (N/A vinho feito apenas com uvas e sem álcool), e começa a servir um pouco em uma taça pequena.

- Precisamos dos quatro reis... –Alice caminha até a varanda.

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- Por que Aslam precisa dos reis de Nárnia? –Caspian anda até a porta da varanda.

- Você sabe... –ela se vira encostada a sacada. – Pra quebrar o feitiço de tempo.

- Ele ainda acredita nisso? –Caspian caminha até a sacada e olha para os campos verdes a frente.

- Você não?

- Aslam insiste em dizer que estamos presos no tempo, e que somente o regresso da menina Alice pode nos libertar... –Caspian bebe seu suco de uva e encara Alice com o semblante sério e fechado.

- Então você sabe que eu não sou a Alice com quem se casou?

- Você é a Alice com quem me casei... –ele deixa a taça sobre o muro. – É a moça por quem me apaixonei, e que tomei como minha rainha. –ele segura firmes as mãos de Alice. – E eu te amo. –Alice sorri sem conseguir evitar a surpresa diante daquelas palavras tão bonitas e sinceras.

- Não pode me amar... Nós nem nos conhecemos!

- Eu conheço você. –ele se aproxima mais. – Sei quem você é, e sei que ama também...

- Você se apegou a uma ilusão... E quer continuar acreditando nisso, mas... –ela toca o rosto do rei. – Aslam tem razão. Agora eu sei por que estou aqui...

- Você sempre esteve aqui... –ele a aperta contra si. – Comigo.

- Quer acreditar nisso por que ama muito uma parte de mim, que nunca existiu... –ela diz calmamente.

Alice vê nos olhos de Caspian o esforço que ele fazia para acreditar nas suas próprias palavras. Era como se ele soubesse a verdade, mas se negasse a acreditar nela, por medo de alguma coisa.

- Já chega... –ele irrita e se afasta. – Não quero mais falar sobre isso...

- Caspian? –ela o chama vendo-o passar pela porta da varanda.

- Estou com dor de cabeça, vou voltar para meu quarto e dormir um pouco...

Assim ele anda até a porta, e passa por ela logo batendo a mesma com força e seguindo pelo corredor. Alice respira profundamente sentindo-se triste como se estivesse decepcionando o rei, e esse sentimento não lhe era agradável. Após pensar por alguns segundos, ela apanha a taça deixada por Caspian na beirada do muro, entra na biblioteca e deixa a louça em uma bandeja, e em seguida se retira do cômodo. Alice sai do castelo usando a porta dos fundos, que a levaria até os campos verdes, e procura por Edmundo, logo o encontrando cuidando dos cavalos. Aproxima-se dele, e diz assim que Ed a vê:

- Sabe quem eu sou não sabe? E não diga a rainha por que vejo nos seus olhos que não acredita nisso... –diz com firmeza.

- Eu soube que não era a rainha assim que a vi na floresta. –ele admite enquanto afrouxa as rédeas de um dos cavalos. – Ripchip não se enganaria.

- Então por que não disse a Caspian?

- Ele sabe a verdade, mas prefere ignorar para não perdê-la... –diz em tom sério.

- Me ajude a convencê-lo, ele ouvirá você...

- Não posso. –ele retira as rédeas do animal.

- Por que não?

- Porque sei como é amar alguém e ela ser tirada de você. –diz com os olhos parcialmente tristes. – Caspian é como um irmão pra mim, e eu o amo. Não quero vê-lo sofrer.

- Por isso o ajuda a manter essa farsa, e condena toda Nárnia a essa situação? Se não fizermos nada, eu ficarei presa aqui pra sempre...

- Todos nós estamos presos aqui. Meus irmãos Pedro, Lucia, Suzana e eu... Assim como você nós também não pertencemos a Nárnia... –ele se afasta para pendurar as rédeas em um tipo de cerca de madeira. – O feitiço de tempo nos aprisionou aqui.

- Então me ajude a encontrá-los e poderemos voltar pra casa...

Edmundo larga tudo que estava fazendo e escora as mãos sobre a cerca baixando a cabeça e respirando profundamente enquanto pensa nos irmãos e lembra vagamente de como era estar em casa, depois fica ereto e encara Alice, logo se aproximando dela e dizendo:

- Tudo bem... –diz diante dela. – Eu vou convocar os outros...

- Obrigado! –Alice sorri satisfeita por ter conseguido convencê-lo assim como Aslam disse que ela conseguiria.

Edmundo se afasta e conduz os dois cavalos para os estábulos deixando Alice sozinha. Ela se sente satisfeita em parte, mas por outro lado pensa em Caspian, e em como ele poderia ficar infeliz com a sua decisão. Porém, Alice tinha certeza plena de que o que estava fazendo era o certo. Ela confiou completamente nas palavras do grande leão, e sabia o que tinha de ser feito.