Alice No País De Aslam

Sua Majestade a Rainha Alice


Já era noite, e chovia. As janelas do quarto batiam por conta da força do vento, e em sua cama a pequena Alice dormia perdida em seus sonhos... Lá estava ela em pé naquela praia, diante de três homens, um rato e um leão. De repente o ultimo voltou seus olhos a ela e disse com sua voz majestosa:

- É chegada a hora de sua partida!

- Poderei voltar algum dia? –pergunta a pequena menina.

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- Você já alcançou toda a sabedoria que este mundo poderia lhe dar!

Sua voz mansa, e seu semblante feliz e calmo, mostrava toda sua magnificência. A pequena Alice sorri, e caminha em direção ao rato colocando-se de joelhos diante do mesmo:

- Vou sentir sua falta! –diz a garota.

- Também sentirei a sua, majestade! –responde o rato.

A menina envolve o pequeno rato em seus braços, depois se levanta e caminha até o garoto de cabelos e olhos negros e diz:

- Obrigado por ter cuidado de mim!

- Só estava fazendo meu trabalho! –ele sorri.

Eles se abraçam também, de uma maneira gentil e carinhosa. E em seguida Alice se dirige a outro menino, de cabelos loiros e olhos azuis. Diante dele ela sorri e diz:

- Você foi um ótimo amigo!

- Vai se lembrar de mim? –disse ele com um sorriso triste.

- Sempre!

Alice sorri segurando as mãos do garoto. Depois se afasta e caminha em direção ao ultimo, que era também o mais velho. Este tinha cabelos longos, e barba por fazer, e parecia um pouco mais triste do que os demais. Também foi mais difícil para a pequena Alice se despedir dele. Logo suas lágrimas tomaram conta de seu rosto delicado, e ela se lançou nos braços dele o abraçando com força:

- Eu vou vê-lo de novo? –disse ela ao se afastar.

- Eu espero que sim! –ele tentou sorrir, mas estava tão triste quanto a pequena.

Alice deu alguns passos, e se afastou de todos, não querendo partir, então uma fenda foi aberta entre o mar a pequena menina seguiu por ela, apenas parando por um instante e dando adeus a todos.

...

A pequena menina de doze anos desperta em sua cama, sem entender por que tinha sempre o mesmo sonho a cada ano que ficava mais velha. Ela se levanta e segue até a sala onde seu pai lia um livro diante da fogueira. Ao ver a filha em pé diante da porta, ele retira os óculos e diz sorrindo:

- Teve outra vez aquele sonho querida?

- Sim papai... –a menina andou até o pai e sentou-se no colo do mesmo. – Por que isso sempre acontece quando se aproxima meu aniversário?

- Talvez voce seja especial! Talvez exista algo, em algum lugar esperando para ser descoberto por voce!

- Acha mesmo papai? –seus olhinhos brilharam.

- Tudo é possível meu anjo!

A garotinha se aconchega no colo do pai, enquanto ele volta a ler seu livro. Depois acaba adormecendo.

...

Seis anos depois

Alice e a mãe viajam em um automóvel com destino a residência de um amigo da família. A garotinha se tornou uma bela jovem de cabelos longos e cacheados. Mas ainda guardava alguns segredos de menina:

- Mamãe! Acha normal uma pessoa ter sempre o mesmo sonho? –pergunta curiosa.

- Não sei querida! –a mãe desconversa. – Ajeite suas meias...

- Talvez papai soubesse responder. – Alice olha pela janela com olhar triste.

- Seu pai não está mais conosco... Você sabe disso.

- Eu sei...

- Prometa que vai se comportar!

- Prometo!

...

Assim que chegam a residência do Lord Grant Whitebkaider, as damas são recebidas pela Condessa e esposa do Lord, Lilian que não era nada agradável.

- Estão atrasadas. –disse em tom rude. – Alice, Leopold está a sua espera para a dança... Vá encontrá-lo.

- Sim condessa! –ela se afasta e procura o filho da condessa.

- Sinto muito pelo atraso condessa! –se desculpa Rose Mary.

- Já devia ter me acostumado com seus atrasos. –a condessa se vira e deixa a mãe de Alice.

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- Perdoe a minha esposa! –diz Grant ao se aproximar. – Ela está nervosa, planeja esta festa há semanas!

- Eu entendo Lord Grant!

Ao passar por alguns convidados, Alice é surpreendida por Leopold que logo a agarra pela mão e a conduz para o centro do jardim principal onde os pares iniciam a dança.

- Pensei que teria que iniciar sozinho a dança. –reclama o moço de cabelos ruivos e bem penteados.

- Sinto muito Leopold!

- Não se desculpe apenas não se atrase outra vez. –responde com todo seu ar orgulhoso.

Enquanto era conduzida durante a dança por entre os demais convidados, a jovem Alice não conseguia conter seu riso, o que chamou atenção de Leopold o deixando desconfiado:

- Ora! Do que está rindo?

- Estava imaginando as moças vestindo trajes masculinos, assim como os rapazes com roupas femininas! –ela sorri como uma moleca.

- Ora! Não imagine bobagens... Continue dançando e não me envergonhe. –ele ergue seu queixo mostrando-se indiferente.

Quando a musica cessou, Alice pediu licença a Leopold e correu pelo jardim a procura de suas amigas, as gêmeas Doroti e Dorotéia. Logo as encontrando juntas, de braços dados perto das flores:

- Voce já sabe? –diz Doroti.

- Ele te contou? –segue Dorotéia.

- O que? –pergunta Alice.

- Sobre o pedido. – Doroti.

- Que ele fará. – Dorotéia.

- Que pedido? – Alice.

- Não desconfia? – Doroti.

- Nem imagina? – Dorotéia.

- Não! –Alice ri. – Mas aposto que me dirão!

- Nem pensar! – Doroti ri.

- Sem chance! –Dorotéia ri.

- Vamos! Contem logo ou direi a mãe de vocês que costumam nadar nuas no lago Green Wood!

- Ele pedirá sua mão... –Doroti.

- Em noivado. –Dorotéia.

- O que? –Alice arregala os olhos.

Logo a irmã mais velha de Alice se aproxima e a afasta das gêmeas, lhe carregando às pressas em direção as mesas do jardim.

- Ora! Essas linguarudas, não deviam ter te contado... –diz Sarah. – Era surpresa.

- Você sabia?

- Por que acha que a condessa organizou esta festa? –Sarah sorri.

- Mas eu...

A atenção de Alice foi dirigida para os arbustos por onde um pequeno e ligeiro coelho branco passava as pressas seguindo rumo aos fundos do jardim.

- Você viu aquele coelho? –pergunta Alice sorridente.

- Não vi nada!

- Espere aqui... – Alice se afasta com um sorriso sapeca no rosto.

- Alice deixe o coelho...

- Eu já volto. –responde a garota já correndo na outra direção.

Alice segue o pequeno animal até que o encontra próximo a uma arvore comendo um pouco de grama. Quando se aproxima devagar, tomando cuidado para não afugentá-lo, Alice percebe que entre as raízes daquela grande árvore havia um grande buraco. Curiosa, ela se ajoelha diante do mesmo, e leva suas mãos as bordas, se inclinando para ver o que tinha lá dentro, mas acaba escorregando e cai. Seu corpo despenca no vácuo, enquanto ela grita por socorro, até que finalmente, depois de um longo tempo apenas caindo, ela para a alguns centímetros da grama ficado no ar logo em seguida caindo e tocando o chão.

- Ai! –ela sente um espinho lhe cravar na palma da mão e senta-se para retirá-lo.

Vindo pelas suas costas, um pequeno animal de pelo marrom se aproxima, e lhe espeta com algo, fazendo com que Alice se vire e o encare.

- Fique onde está, e não mova um dedo sequer! –ameaça o rato empunhando uma espada minúscula.

- Você é um rato falante? –pergunta Alice espantada.

- Ora! Por que ninguém encontra algo menos obvio para dizer quando me vê? – resmunga o pequeno.

- Porque é um pouco estranho, você não acha? –a garota franze a testa.

- Você é a estranha aqui, agora fique de pé! –ele a cutuca novamente com sua lâmina.

- Por Aslam! –ouve-se a voz de um rapaz que se aproxima. – O que está fazendo Ripchip? –diz o garoto de cabelos curtos e escuros.

- Encontrei uma invasora! –responde o rato.

- Não sou uma invasora. –reclama Alice ao ficar de pé.

- Ela não é invasora Ripchip! –riu o garoto. – É a rainha!

- Rainha? –Alice diz surpresa.

- Não Edmundo! –responde o rato. – Esta não pode ser a rainha Alice. Apenas se parece com ela...

- Espere! Meu nome é Alice. Mas não sou nenhuma rainha!

- Sim! Você é! –responde Edmundo.

- Tem certeza? –questiona Ripchip. – O rei ficará desapontado se levarmos a rainha errada até ele...

- Rei? –diz Alice. – Do que estão falando?

- Você logo verá majestade! –responde Edmundo segurando sua mão.

Alice segue caminho com aqueles dois estranhos, sem entender nada, enquanto eles discutiam sobre ela ser ou não a rainha certa. Até que finalmente a garota decide se manifestar no meio daquela confusão, parando na metade do caminho:

- Espere! Ou vocês dois são loucos, ou eu estou dormindo. Então vou me beliscar e logo ambos sumirão.

Alice fecha os olhos, dá um beliscão bem forte em seu próprio braço, depois sorri e abre os olhos devagar vendo os dois a encarando com um ponto de interrogação nas suas testas.

- Por que ainda estão aqui? –pergunta ela.

- Ih! Essa aí é doidinha! –resmunga Ripchip.

- Isso não é um sonho! –sorri Edmundo. – Nós somos reais!

- Mas se quiser tentar de novo, eu posso ferir você com minha espada! –diz o rato.

- Ripchip? –repreende Edmundo.

- Foi só uma ideia!

- Por favor, majestade! Precisamos voltar para o castelo, antes que anoiteça... –segue Edmundo.

- Mas eu preciso voltar pra festa. Leopold me pedirá em noivado... –responde Alice ainda mais confusa e perdida.

- Noivado? –diz o rato.

-Noivado? –pergunta Ed.

- Sim, noivado... –responde Alice.

- O rei não vai gostar nadinha de saber disso. –Ripchip embainha sua espada.

- Majestade, a senhora já é casada! –explica Edmundo.

- Como é que é? –questiona a garota.

- Com o rei.

- Do que tá falando? Eu não sou casada, nem tenho dezoito anos ainda... –ela corrige.

- Sim! Completará dezoito anos daqui dois dias! –mais uma vez Edmundo sorri.

- A rainha, completará dezoito anos Edmundo. –corrige o rato.

- Ela é a rainha Ripchip... –repreende Ed.

- Tudo bem! –Alice ri. – Isso é mesmo um sonho. E eu já deveria ter acordado. Devo estar dormindo em baixo daquela arvore. –ela leva as mãos à cabeça. – Mas porque ninguém me acorda?

- Lá vamos nós de novo... –diz Rip revirando os pequenos olhos.

- Majestade, o rei ficará preocupado se não estivermos no castelo antes do ultimo canto da coruja... –segue Edmundo.

- Tudo bem! –ela sorri. – Eu irei com vocês, e assim que seu rei me vir, dirá a vocês que estão loucos...

Continua...

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