Epílogo

Epílogo

Messes depois...

Senti os braços fortes e aconchegantes de Peeta em volta de minha cintura. Sorri e corei ao mesmo tempo. A noite passada fora perfeita e as memórias balançavam em minha cabeça, da forma mais agradável e extraordinária possível.

Peeta se virou para mim, depositando um beijo em minha testa. – Está com fome? – perguntou.

– Morrendo de fome. E você?

– Meu Deus, eu também! Vou fazer alguma coisa para comermos antes das crianças acordarem, ok?

– Ok.

Me alevantei e fui até o banheiro. Escovei os dentes, lavei o rosto e fiz o resto de minha higiene. Como no resto das ultimas semanas, alisei minha barriga pela milésima vez. Ela ainda estava pequena. Para ser mais exata não parecia que eu estava grávida. Afinal, são apenas dois meses de gestação.

A ideia de carregar um bebê por noves meses dentro de mim me deixou pasma no primeiro momento. Mas depois, me acalmei. Peeta estava comigo. Tinha mais dois filhos comigo. Porém, estava faltando algo. Algo que eu havia prometido antes de sair de casa.

Os meses, dias e horas passavam de forma diferente. Eu já não olhava por cima dos ombros, não andava por ai com medo, desconfiada de tudo e todos. O medo, remorso e ódio haviam se esvaziado de mim e sumido de repente. Eu me sentia segura. Sentia-me livre e amada.

O cheiro de bacon vindo do andar de baixo da nova casa me fez despertar. Desci as escadas aos pulos e encontrei Peeta terminando o café.

– Tem um carro parado perto da clinica – falou Peeta, colocando café em minha xícara – Eu vi uma mulher baixinha com uma criança.

– Está esperando alguém?

– Nós estamos de férias há uma semana. Ninguém viria até aqui, não é? – Peeta foi até a porta da cozinha e antes de sair se virou – Eu já venho.

Os minutos se passaram e nada de Peeta voltar. Enquanto ele não via, comi como um ogro tudo que vi pela minha frente. Quando estava no fim do meu ultimo pedaço de bolo, senti mãos pequenas cobrirem meus olhos e uma gargalhada conhecida invadir meus ouvidos. Clove.

– Porra Katniss, você bem que poderia morar perto! – Clove gritou, me abraçando.

Logo Annie, Madge, Cato, Finnick e Gale estavam juntos na cozinha, me abraçando loucamente. Quando as lágrimas finalmente cessaram e eu tive a noção de que todos realmente estavam aqui, foi ai que a vi. – Kat... – Prim correu até mim, se jogando em meus braços.

– Patinha, você veio!

– Oh meu Deus, quase a esquecemos dentro do carro! – disse Cato, recebendo um soco de Clove.

E a tarde se passara assim naquela tarde de primavera. Como costumávamos a fazer.

Catarina, a filha de Cato e Clove já estava andando. Ela tinha os cabelos negros da mãe e os olhos azuis do pai. Finnick e Annie iriam se casar aqui, na próxima semana. Madge e Gale estavam esperando não apenas por um filho, mas sim por dois. A animação da loira era quase que incontrolável. Alex, Kristen e Prim brincavam em um canto, como se conhecessem há anos.

Subitamente, me lembrei de todos os momentos que haviam me trazido até aqui. Todas as coisas, tudo que eu havia passado. Eu reescrevi minha história com alguém que nunca imaginara ter ao meu lado.

E eu acho que as coisas acontecem assim. Quero dizer, eu fiz minhas escolhas e sem elas não estaria aqui. Posso dizer com orgulho que não me arrependo de nada que fiz, por nenhum momento. Eu havia aprendido com tudo e isso me trouxe onde estou hoje.

Olhei para Peeta, que segurava forte minhas mãos. Seus lábios se chocaram contra os meus, para um beijo calmo e romântico. Sorri assim que me separei dele, ainda sentindo sua respiração próxima a minha boca.

Era aqui meu lugar. Era aqui que eu tenho o que preciso e acima de tudo, é aqui que tenho ele.

Para sempre.

FIM