Olhos

Capítulo X: Olhos castanhos


OLHOS

Escrita por Coffee

Capítulo X: Olhos castanhos

Kurenai sobre Asuma

O cigarro preso no canto dos lábios, o sorriso sacana. Era desse jeito que Kurenai se lembrava de Asuma. Não sabia ao certo quando eles haviam começado a se envolver, talvez após treinarem juntos, talvez após uma saída de bar.

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Eram discretos e ela sempre se surpreendia com isso.

Porque aquele sentimento a incendiava, a acendia, a tomava. E ainda sim, externamente tudo parecia pacato, monótono.

Sabia que alguns de seus amigos jounins desconfiavam, alguns podiam até mesmo ter certeza, mas nenhum deles nunca ousou dizer nada. Nem mesmo o indiscreto Kakashi, que apenas se satisfez em mandar uma piscadela sacana para Asuma quando os encontrou saindo de um bar tarde da noite.

Pelo menos era isso que ela pensava, que ninguém sabia, até um dia que Asuma contou que seus alunos (e os dela também) tinham absoluta convicção do relacionamento deles.

Talvez não fossem tão discretos assim. Mas como podiam?

Seu coração parecia querer voar do peito a cada vez que o encontrava, fosse aos corredores da academia, fosse às ruas pacatas de Konoha, fosse a encontros. Sua boca secava, seu estômago parecia uma pedra de gelo. Todas às vezes. E ela tinha certeza que daqui vinte, quarenta anos, tudo permaneceria daquele jeito.

Como se fosse à primeira vez.

Foi em uma tarde fria de inverno que descobriu que estava grávida. Grávida dele.

O Sarutobi recebeu a notícia beijando-a vezes seguidas em uma explosão de felicidade e orgulho pela criança que começava a despontar pela sua barriga.

Mas o destino não foi benevolente com eles. O destino levou o Asuma dela, seu amor, sua alma gêmea. Mesmo depois de anos ela se lembrava da dor ao receber a notícia, a desolação, o desejo de morrer também para estar junto dele.

Seu coração parecia oco. Sua vida sem sentido.

Foi após o primeiro ultrassom, ao ouvir o coração do seu bebê saltitando que ela começou a se reerguer.

Tinha que ser forte.

Por Asuma.

Por ela.

Pelo bebê deles.

Porque agora ela carregava uma parte dele dentro de si.

E os olhos castanhos na memória.