[Rovena Marie]

Depois da enorme comemoração que aconteceu entre os componentes do Elmo Azul sai a procura de Jace pelo acampamento, não o achei por ai, então deduzi que tivesse ido dormir assim como a maioria dos Elmos Vermelhos. O outro problema é que eu não encontrava o James também, desde o beijo com Jace eu não o tinha visto, nem mesmo na comemoração, o que era muito estranho.

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Andei sozinha rumo ao Chalé 6 e reparei em como eu gostava dele. O Chalé 6 é um prédio prateado, nada elegante, com cortinas brancas simples e uma coruja entalhada na pedra acima da porta. Os olhos de ônix da coruja parecem acompanhar quem os encara. Por dentro, os beliches ficam todos agrupados em uma parede. A maior parte do quarto estava ocupada por bancadas de trabalho, mesas, estojos de ferramentas e armas. Os fundos eram uma imensa biblioteca entulhada com antigos pergaminhos, livros encadernados em couro e brochuras. Há uma mesa de arquiteto com um jogo de réguas e transferidores e com algumas maquetes de prédios em 3D. Mapas de guerra enormes e antigos cobriam as paredes até o teto. Armaduras pendiam sob as janelas, as placas de bronze cintilam ao sol.

Tudo parecia compor um ambiente perfeito para mim e eu amava estar com aquelas pessoas educadas e inteligentes. Sorri ao passar por alguns irmãos jogando xadrez e fui em direção a meu beliche. Tomei um banho, vesti meu pijama preto de cetim e deitei para dormir, mas assim que tateei o travesseiro encontrei um papel dobrado em cima dele. Com uma caligrafia caprichada estava escrito o meu nome, desdobrei e comecei a ler.

“Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente

Embora o meu amor

seja uma velha canção nos teus ouvidos

Das horas que passei à sombra dos teus gestos

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentando

Pela graça indizível

dos teus passos eternamente fugindo

Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.

E posso te dizer

que o grande afeto que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimas

nem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavras

dos véus da alma...

É um sossego, uma unção,

um transbordamento de carícias

E só te pede que te repouses quieta,

muito quieta

E deixes que as mãos cálidas da noite

encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes

Reli o poema mais duas vezes e percebi que aquilo era obra de Jace. Ele era simplesmente muito estranho para um filho de Hades, mas eu gostava muito de seu jeito diferente. De repente me peguei sentindo o cheiro dele em minha colcha que ele havia sentado mais cedo cheirava a um perfume que eu nunca tinha sentido, além do cheiro de banho recém-tomado. Fiquei me deliciando com pensamentos e quando me dei por conta Rhanna já caia exausta em sua parte do beliche.

– Boa noite Rhanna, durma bem.

–Boa noite Rov, você também.