As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo
Caindo e Caindo
Meus pais só podem estar de brincadeira, só pode ser pegadinha. Ou talvez enlouqueceram quem sabe. Não existem feiticeiros. Não existem contos de fada. Não existe final feliz. Isso é cientificamente impossível. Tudo bem que o que tem acontecido é realmente muito estranho, mas eu nunca seria feiticeira.
– Vocês só podem estar brincando comigo. Feiticeiros não existem.
– Existem sim, tanto que eu sou um.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Pai, para de brincadeira isso não tem graça.
– Quer uma prova, não é? Só acredita vendo. Ok.
Ele olhou para um vaso de plantas que estava em cima da lareira. Levantou a mão ainda prestando atenção no objeto. O vaso começou a voar e foi ao encontro da mão do meu pai. Foi realmente impressionante mas deve ser apenas um truque de mágica.
– Então...? - Perguntou.
– Isso não foi suficiente. Qualquer mágico faz algo como isso. E mesmo que nós fôssemos mágicos, não deveríamos viver em um mundo mágico ou algo do tipo?
– Deveríamos, mas como sua mãe é uma pessoa normal, achamos que talvez você nascesse sem poderes, então resolvemos morar aqui sem magia.
– Então se há um mundo mágico, como um humano comum saberia da existência dele?
– Por acidente. Sua mãe nos descobriu caindo em um dos portais.
– E do que adianta eu saber que sou feiticeira?
Ainda estou desconfiada de que seja uma pegadinha de mal gosto. Mas porque eles fariam isso?
– Nós vamos voltar a morar no mundo mágico. Já que é feiticeira não vai se sentir bem convivendo com pessoas que não sejam que nem você.
Talvez isto explique o fato de eu não me sentir da mesma espécie que os outros da escola.
– Quando nós vamos?
– Agora mesmo. - Disse minha mãe.
Meu pai pegou uma caneta e balançou-a em linha reta no ar. Uma fenda foi se formando até ficar do tamanho de uma cama de casal, o fundo da fenda era verde. Começou a ventar.
– Só atravessar. - Disse meu pai.
Nós três atravessamos juntos a fenda. Fechei bem os olhos por causa do vento. Senti uma brisa em meu rosto e abri os olhos. Estávamos em uma vila, havia várias árvores, havia varias casinhas bonitinhas. Então era verdade.
– Antes de falarmos com eles vamos mostrar para ela onde eu morava. - Falou meu pai.
– Ok, eles vão querer botar a conversa em dia o que vai demorar.
Fomos nos distanciando da vila, e nos aprofundando pela floresta. Até que chegamos em uma árvore que havia uma casinha de madeira na copa.
– Quando eu e sua mãe nos conhecemos, eu morava aqui. Bom saber que não foi destruída pelo tempo ou por alguém. - Disse meu pai.
– Você morava ali. - Digo surpresa.
– Sim, seu avô que fez para mim, e depois que meus pais morreram, perdi a casa, então sobrou apenas minha velha casa da árvore.
– Meus avós morreram como?
– É uma longa história, querida, agora vamos voltar.
Então meu pai ficou órfão e passou a morar em uma casa da árvore, nós viajamos por uma fenda e ele fez um vaso voar até ele. Só posso estar sonhando. Voltamos para a vila. Minha mãe bateu na porta de uma casa azulada.
– Pelo visto ela ainda ama azul. - Comentou minha mãe.
Uma moça de cabelos azuis e olhos azuis elétricos atendeu a porta.
– Valentina! Leonard! Mas que surpresa boa, pensei que nunca mais voltariam para o Vale.
Eles se abraçaram por um tempo e logo se soltaram.
– Que bom que você está bem. Alessa esta é minha filha, Thalia.
– Olá. - Disse Alessa para mim.
– Você tem o cabelo azul! - Foi a única coisa que consegui exclamar.
– Foi exatamente isso que sua mãe disse quando me conheceu alguns anos atrás. Tal mãe, tal filha.
– Onde está Dolabela? - Perguntou minha mãe.
– Está em casa fazendo um daqueles experimentos dela. Eu também tive filhos.
– Com o Paolo?
– Sim, gêmeos. Doralice e Hector. Até apresentaria vocês a eles agora, mas estão brincando por aí com o filho de Dolabela, Ítalo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Ela também teve um filho, mas com quem?
– Vocês não o conhecem, até porque ficaram tanto tempo longe daqui...
Eles continuaram conversando. Até que uma hora chegou a mulher chamada Dolabela. Ela tem os cabelos pretos e olhos cor de mel. Fiquei completamente excluída depois de ser apresentada para Dolabela. Decido me distanciar um pouco. Me sentei apoiada em um tronco de uma árvore e fiquei escutando música.
Tudo está tão confuso. É muita informação de uma vez. Vou começar a morar aqui não conheço ninguém. Meus pais parecem ter sido bem felizes aqui.
Do nada três crianças apareceram na minha frente.
– Só pode ser ela. - Sussurrou o garoto de cabelos pretos e olhos cor de mel para os outros. - E aí gatinha, qual é o seu nome?
– Thalia, por quê? - Respondo um pouco agressiva.
– Gatinha estressada, hein.
– É que ela já deve ter sentido que você é um chato de galocha, Talinho. - Disse a garota de cabelo preto azulado e olhos azuis elétricos.
– Não me chame de Talinho! - Disse irritado. - Minha mãe parou de me chamar assim desde quando eu tinha oito anos!
– Talinho, você não sabe que mentir é feio?
– Para de me chamar assim!
Os dois começaram a discutir. Então olhei para o garoto que não havia falado nada até agora. Ele é extremamente parecido com a garota, parecem até serem gêmeos.
– Eu sou o Hector, tenho doze anos. Esse é Ítalo, ele tem treze anos...
– Treze anos e meio! - Corrigiu Ítalo.
– Treze anos e meio, e essa é minha irmã gêmea Doralice.
– Eu já não disse que detesto que me chamem de Doralice, Hector? - Disse Doralice o fuzilando com os olhos. - Thalia, desculpe o erro do meu irmão, me chame apenas de Lice.
– Lice, não é culpa minha se nossa mãe escolheu um nome para você, e que você o detesta. - Explicou-se Hector.
– Espero não ter que repetir isso. - Disse Lice.
– Doralice. - Disse Ítalo em tom provocante. - Doralice...
– Cala a boca. - Disse Lice dando um empurro em Ítalo.
– Pessoal, chega. Ela mal conhece a gente e já vai pensar que somos anormais. - Disse Hector separando-os.
– Nós já somos anormais, pessoas normais não tem magia.
– Me chamou de anormal? Geralmente as garotas me chamam de gatinho. - Se gabou Ítalo.
– Tem certeza de que você é filho da Dolabela?
– Tenho, por quê?
– É que você é muito diferente da sua mãe. Ela é inteligente e humilde enquanto você... como posso dizer educadamente... é o contrário dela. - Digo.
– Você me chamou de burro?!
– Mais ou menos isso.
– Valeu, Thalia. - Lice bateu a palma da mão na minha.- Eu nunca iria ter uma ideia de insulto desse.
Ítalo a olhou de cara amarrada.
– Bem vamos brincar de alguma coisa? Que tal pique-pega? Sabe brincar, Thalia? - Perguntou Hector.
– É claro que sei.
– Ok. Ítalo está com você.
– Ah, de novo. - Reclamou.
Lice, Hector e eu começamos a correr. Quando Ítalo começou a se aproximar, Hector e Lice sumiram no ar. Olhei para trás e Ítalo não estava mais lá. Senti uma mão encostar em meu braço.
– Peguei. - Disse Ítalo.
Doralice e Hector apareceram do meu lado.
– Como vocês...? - Perguntei.
– Definitivamente você não sabe brincar de pique-pega. - Disse Lice.
– Eu só sei do jeito normal.
– Normal? - Perguntou Ítalo confuso.
– Ainda não sabe se teletransportar, não é? - Perguntou Hector.
– Não sei. - Respondo.
– Você só tem que pensar no lugar que você quer ir, mas como somos crianças...
– Vocês que são crianças, eu tenho treze anos e meio, sou adolescente. - Interrompeu Ítalo.
– Está bem... Agora não me interrompa. Nós não podemos ir tão longe. Podemos recomeçar?
– Sim. - Digo.
– Ainda está com você Ítalo.
– Droga! Um, dois, três... Já!
Nós começamos a correr. Eu quero ficar atrás do Ítalo. Eu, Hector e Lice sumimos ao mesmo tempo. A sensação é de que você está voando e que está invisível. De repente me vi olhando para as costas de Ítalo, toquei o braço dele, ele olhou para trás, mas eu já estava perto da árvore onde eu havia me sentado.
Brincamos por uns quarenta minutos. O pique-pega é um pouco demorado porque sumimos a todo momento.
– Cansei! - Disse Lice.
– Eu também. - Disse Ítalo.
– Todos nós estamos cansados. - Disse Hector.
– Verdade. - Concordo.
Nos sentamos de costas para um arbusto. Sinto algo sugar minhas costas.
– O que é isso? - Pergunto.
De repente todos nós somos sugados para um buraco e começamos a cair.
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