Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra

25 - Epifanias de Quase Morte


Durante todo o tempo em que passei desacordado eu senti dor. Ondas lancinantes de fincadas em meu ponto vulnerável , parecia que alguém estava me cutucando com uma adaga de gelo.

Mas , o que mais me perturbou foram os sonhos.

Em todos eles eu via a cena na primeira pessoa. Em todos eu sempre morria.

O sonho sempre começava num lugar escuro. O brilho de Contracorrente iluminava pouco mais que um metro à minha frente.

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Após andar um pouco o terreno começava a ficar mais íngreme. Como uma colina escura.

Eu andava por incontáveis horas. E no pico eu encontrava aquilo , aquele ser.

Ele se materializava na minha frente. Sempre estava envolto em uma névoa negra que espiralava e serpenteava sobre todo seu corpo. Seus olhos eram vermelho sangue e eu nunca conseguia distinguir se ele possuía ou não cabelo. A névoa parecia ser sua vestimenta , como um sobretudo que o cobria da cabeça aos pés.

E ainda havia a espada totalmente negra, não como as de ferro estígio, a dele parecia ser feita da própria noite. O cabo , lâmina , tudo preto. Eu via raios amarelos cortando a lâmina da base até a ponta, parecia ser um espírito da tempestade em forma de espada.

Ele sempre me atacava , eu nunca conseguia me desviar ou me defender. Ele sempre me matava. E logo após fazer isto eu escutava sua risada maligna ecoar em meus ouvidos.

—Percy Jackson – ele dizia – Você não terá chances contra mim.

Minha voz não conseguia respondê-lo , eu não a possuía.

—Você pode conseguir salvá-lo, mas não conseguira se salvar – ele prometia – E nem salvará ela.

Ele sempre se referia à Annabeth como “ela”. Aquilo despertava uma raiva tremenda em todo o meu ser.

Ele sempre fazia ameaças em relação à ela. De alguma forma , ele sabia que se a ferisse , iria destruir minha alma , eu seria um inimigo muito mais fraco e uma ameaça muito mais ínfima.

—Percy Jackson – ouvi a voz dele mais uma vez – Neste exato momento você está morrendo – ele debochou.

"Porém seria muito fácil para mim deixar o escolhido se perder de um modo tão simples, deste modo eu o reviverei para que presencie o mal que irei o causa, considere isto como uma dádiva, ou maldição. Mais uma coisa, seu tempo está acabando, a reunião dos deuses é daqui a apenas um dia, você tem 24h para libertar o deus"

Quando ele disse aquilo foi como se uma injeção de adrenalina fosse injetava direto no meu coração.

Vagarosamente eu consegui abrir os olhos , felizmente não havia claridade o suficiente para fazer minha cabeça latejar. Apenas senti uma fincada em minhas costas para finalmente me acostumar com o cheiro de enxofre e o ambiente hostil.

—Percy? Graças aos deuses! – ouvi uma voz soar próxima.

—Anna...Annabeth? – tentei dizer , minhas costas latejaram quando o fiz.

Gemi de dor.

—Ei cara, acalme-se , vou te dar um pouco de néctar – senti um movimento em minha frente.

Uma garrafa foi estendida próxima ao meu rosto. Abri a boca e deixei o líquido entrar em minha boca. Senti o gosto dos bolinhos de chocolates azuis que minha mãe fazia para mim quando eu era menor. Uma onda de energia percorreu meu corpo, me senti um pouco melhor.

—Melhor? – a voz perguntou.

—Um pouco – consegui dizer fracamente.

—Que bom, Annabeth vai ficar extremamente satisfeita com seu despertar.

Baixei os olhos. Era Luke, ele estava agachado de frente para mim. O garoto tinha um sorriso no rosto, parecia realmente feliz com o fato de eu estar vivo e acordado.

—Luke? – consegui dizer – Onde estão meus amigos?

—Ah! Eles foram pegar lenha pela floresta, a temperatura caiu de uma hora para outra desde que você, bem... você sabe – ele disse cauteloso.

—Não... não sei, eu o que? – indaguei confuso.

—Nico disse que sentiu sua alma ir para o reino de Hades, mas logo após ele não conseguiu senti-la mais, como se ela houvesse se perdido, e então você acordou – ele disse conclusivo.

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—Eu... eu morri? – me surpreendi.

—Ao que parece sim, você morreu – ele disse – Você deve ter feito muitos aliados desde minha partida, apenas um deus para trazê-lo de volta!

—Sim... acho que sim – eu sabia perfeitamente que era um deus, que era ele quem havia me trago de volta, decidi não compartilhar esse fato com Luke.

Continuei conversando com Luke sobre o que havia ocorrido após minha queda do drakon, ele me contou o modo como Annabeth fez de tudo para me manter vivo, além dela gastar todo o seu néctar e sua ambrósia para tratar de meus ferimentos, o modo como ela fez uma tala em meu braço, que por sinal ainda estava dolorido e quebrado mas muito melhor.

Depois de alguns minutos eu vi os galhos estéreis das árvores se mexerem e eles revelaram Nico, Thalia e Annabeth.

Annabeth se pôs a correr em minha direção ao ver que eu havia despertado.

Ela chegou próxima à mim e se ajoelhou.

—Percy? Ah meus deuses, que bom que acordou. Cabeça de Alga! – ela disparou as frases e me abraçou forte mas cautelosamente.

Ela continuou próxima à mim e eu a beijei calorosamente.

—Ah Percy! Não sabe o quanto eu fiquei preocupada, não suportaria perder você, nunca mais faça isso, me prometa – ela me analisou com os olhos cinzas e expressão sombria.

—Tudo...tudo bem Annabeth, eu prometo – disse e minhas costas doeram desconfortavelmente , gemi de dor.

—Percy, suas costas. Ah! deuses, seu ponto vulnerável!. Nico me passe o néctar.

—O meu acabou – Nico disse de costas.

—O meu também – falou Thalia.

Annabeth praguejou em grego antigo. Com esforço eu apontei para minha própria mochila, me lembrei de que ainda haviam 2 cubos de ambrósia nela.

Annabeth os colocou em minha boca delicadamente. Mastiguei e os engoli. Me senti muito melhor e a dor diminuiu consideravelmente.

Ouvi um urro estrondoso vindo da floresta. O chão tremeu logo em seguida. Alguns corvos voaram dali , apressados.

—Por Hades, o que foi isso? – Nico ficou de pé e desembainhou sua espada.

—Acho melhor não ficarmos para descobrir – Thalia disse, semicerrando os olhos para a floresta de árvores-esqueleto.

Assenti.

Annabeth me ajudou a levantar. A dor aumentava a cada passo, porém eu não poderia fraquejar e ser um fardo para todos.

Ainda tive que me apoiar em Annabeth, mas já estava me sentindo mais forte e revigorado por conta do longo sono.

Meu coração gelou ao lembrar do aviso do deus sombrio.

—Annabeth , que horas são? – perguntei.

—O que? Não acho que isso seja relevante aqui Percy – ela disse sabichona.

—A reunião dos deuses é daqui a algumas horas, precisamos achar o deus desaparecido - omiti o sonho.

—No seu relógio está marcando 21h, então teremos que achar este deus rápido, se Zeus marcou esta reunião todo e qualquer deus será de extrema importância – ela concluiu.

Annabeth tinha razão, teríamos que encontrar o deus desaparecido em menos de 24h isso sem contar o fato de que teríamos que descer mais fundo no tártaro, e , na minha condição, eu não conseguiria escalar e muito menos lutar.