Meu Ponto Fraco - Litor

Capítulo 4 - Nada de mais.


Naquela tarde, Vitor foi ao encontro de um amigo que morava em Brasília mas se mudou para o Rio no ano anterior. Esse amigo era um dos que o influenciou a usar drogas na época, ele era viciado e estava vendendo uma moto para poder comprar as drogas, já que todo seu dinheiro tinha acabado.

Vitor o encontrou e acabou comprando a moto, já que apesar de não ter 18 anos e não ter carteira de motorista, ele dirigia em Brasília, mesmo que escondido de sua mãe. Então ele já tinha uma carteira falsa bem convincente.

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Lia estava desocupada naquela tarde e resolveu ficar na pracinha com Tatá, já que as aulas dela ainda não tinham começado. Ela empurrava Tatá no balanço e tudo estava tranquilo, até que chega Vitor de moto e para do lado de onde as duas estavam.

- Eaí Lia. – cumprimentou Vitor tirando o capacete.

- Ah, oi. – respondeu ela.

- Curtiu a moto?

- É bonita. – Lia deu de ombros. - Mas você pelo menos tem carteira desse negócio? Porque pelo que eu saiba, você só tem 17 anos.

- Ih, relaxa. Eu sei dirigir, tá?

- Se você diz.

- Quer uma carona? – indagou ele rindo.

- Tá maluco? Eu tô com minha irmã e, além disso, você nem tem carta de motorista ainda, vai arrumar problema logo, logo.

- Como quiser. Vou indo, tchau.

Lia se sentou em um banco, se perguntando o que Vitor tinha na cabeça em comprar uma moto mesmo sem ter carteira.

As horas se passaram e Lia já tinha voltado do parquinho com Tatá, que tinha saído com Paulina. Então Lia ficou no seu quarto, compondo sobre a decepção que teve com Dinho, e tocando sua guitarra.

Vitor ainda estava andando de moto, ele não se cansava daquilo. Estava passando pela rua de Lia, quando um carro virou na contra-mão.

Quando Vitor viu o carro em alta velocidade na sua frente, virou a moto em direção à calçada para evitar a batida, e acabou caindo com a moto na calçada do prédio de Lia. O carro freou com tudo, e Lia ouviu o barulho de seu apartamento. Quando saiu na sacada de seu quarto, tudo que via era um carro parado, com uma moça descendo para ajudar e Vitor caído na calçada, com vários arranhões no braço, já que ele estava sem sua jaqueta.

Lia foi até a calçada correndo para ajudar, já telefonando para Fatinha.

- Eu disse que você ia arrumar problema. – exclamou ela se agachando ao lado de Vitor e com o celular na orelha, esperando Fatinha atender.

- Relaxa, eu tô bem. Só tô com uns arranhões. – retrucor ele.

Vitor tentou se levantar e caiu no chão novamente, com dor.

Fatinha atendeu o telefone.

- Alô, Fatinha?

- Ooooooi Lia, que foi?

Na hora em que Lia iria dizer o que havia acontecido, Vitor a interrompeu.

- Não conta pra ela, por favor Lia. Ela vai brigar comigo. Eu tô bem, juro..só tô com um pouco de dor, mas não é nada de mais.

Lia olhou bem para Vitor, que fazia uma carinha triste, implorando para que ela não dissesse nada. E por mais que ela quisesse, realmente não conseguiu contar para Fatinha.

- Ah amiga, - disse Lia voltando sua atenção ao telenofe. - me passa aquela receita de miojo que você fez aquele dia? Eu adorei.

Fatinha começou a falar a receita na maior animação, mas Lia já não prestava atenção nela, e sim em Vitor. A moça que quase tinha “atropelado” ele também estava desesperada.

- Não precisa de tudo isso, relaxa. Eu só to com um pouco de dor, só isso. – tranquilizou o garoto.

- Moça, relaxa. – acrescentou Lia. - Ele é irmão de uma amiga minha, eu vou levar ele lá pra casa e vejo o que faço, minha mãe é médica.

- Ok, mas se for algo grave podem me ligar, tá? – completou a moça desconhecida.

Ela entregou o seu cartão para Lia e foi embora.

- Vem, - chamou Lia ajudando Vitor a se levantar. - vamo lá pra cima.

Vitor se apoiou no ombro de Lia e eles subiram até o apartamento, com muita dificuldade.

Quando chegaram no apartamento, Lia deitou Vitor no sofá e foi pra cozinha pegar gelos, band-aids etc.

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- Tá ó, você me fala onde tá doendo que eu te dou as coisas e você vai colocando no lugar, ok? – disse Lia se sentando no sofá em que Vitor estava deitado.

- Mas tá doendo tudo. – resmungou ele.

Ele riu.

- Dói quando eu rio também. – comentou chateado.

- Para de brincar, - retrucou Lia rindo. - você tá todo esfolado. Eu te avisei.

- A culpa não foi minha, tava tudo tranquilo. A moça que virou na contra-mão ué.

- Nada disso teria acontecido se você não tivesse comprado essa moto. Agora me fala onde tá doendo.

- Já disse, tá doendo tudo.

- Para de drama. – disse ela rindo.

Lia pegou um pano e limpou o pescoço de Vitor, que estava sangrando devido a um corte pequeno. Depois colocou um band-aid

- Você tá todo sujo. – comentou a roqueira rindo.

- Ah, e você esperava que eu ficasse limpinho depois de cair naquele chão imundo? – rebateu Vitor rindo.

- Pera, eu vou ligar pra minha mãe. Não tenho nem ideia de como cuido de você.

- Não precisa, sério. Eu tô bem, e alem disso, ela vai querer me levar pro hospital e eu não quero ir.

- Tá bom, tá bom. Que saco. – bufou Lia.

- Você fica linda quando tá com raiva, sabia?

- Ih muleque, me erra. – ela disse rindo. - Quero ver como você vai voltar pro hostel sem a Fatinha perceber, não consegue nem levantar direito.

- Eu me viro.

Lia limpou um corte bem grande no braço de Vitor

- Para, tá ardendo. – pediu ele e Lia pode ver sua cara de dor.

- Bem feito.

O celular de Vitor toca e ele faz o maior esforço possível pra tirá-lo do bolso, enquanto Lia ri das caras de dor que ele fazia. Ele atende o telefone, era Luana.

- Vitor?

- Ah, oi Luana.

Lia não sabia ao certo o motivo, mas ficou com raiva quando ele pronunciou o nome de Luana. Vitor colocou o celular no viva-voz, porque seu braço doía muito ao ter que segurar o celular na orelha para falar com Luana.

- Eu tava pensando da gente sair hoje. – exclamou a garota do outro lado da linha. - Só nós dois, sabe? Tô com saudade de você lindo.

- Hm, eu acho que não vai dar não...

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Luana.

Lia saiu da sala e foi para o quarto, e Vitor nem percebeu. Ela preferia não escutar a conversa dos dois.

- Nada de mais, - disse Vitor ao telefone. - eu só caí e me machuquei um pouquinho. Amanhã eu devo estar melhor, aí a gente sai, tá?

- Então tá né...melhoras gato. Beijos.

- Beijo.

Quando desligou o telefone, ele percebeu que Lia não estava mais lá e ouviu um som bem alto de guitarra, vindo de um dos quartos.