Entre O Céu E A Terra

Capítulo 4: Caçando lembranças


Mary olhava para o armário. Não sabia como, mas sentia que Ray não era apenas seu amigo. Meia-calça preta, short jeans escuro, camiseta preta do Death Note. O cabelo ruivo estava preso em um rabo. Se olhou no espelho. Faltava alguma coisa. Passou delineador preto nos olhos. Estava pronta.

Encontrou o garoto no lugar combinado. Ele também estava de preto: jaqueta de couro, calça jeans e coturnos. Não percebeu que ela se aproximava, uma vez que olhava para o outro lado.

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– Não acredito nisso. Você quer andar de moto só com essa blusinha? Anda, pegue a jaqueta. – disse ele, lhe estendendo a jaqueta.

– Mas e você? – apesar disso, ela e subiu na moto atrás dele.

O percurso durou aproximadamente 15 minutos. Ela segurou na cintura dele, aumentando a força algumas vezes por medo. Foi um alívio quando chegaram ao parque. Uma série de emoções a invadiu no momento em que entraram.

O tema do parque era anjos. Cada montanha-russa era um novo desafio. Não estava muito cheio. Ela queria ir em tudo, mas tinha medo de acontecer algo. Começaram a andar entre os brinquedos. Ele comprou um algodão doce para ele, sempre rindo muito.

– Vamos ficar só andando ou não? Sabe, eu quero ir em algum brinquedo...

– Desculpe. É que eu tenho um pouco de medo de acontecer algo.

– Não se preocupe. Aqui eu serei como seu anjo da guarda, nada de ruim vai te acontecer. Confie em mim. – Ray olhou diretamente nos olhos da garota, que desviou os olhos.

Ela acabou cedendo e foi andar nos brinquedos. Passaram boa parte da tarde se divertindo no parque. Ela sentiu medo, adrenalina, alegria, nervosismo e várias outras emoções. Porém, a mais forte foi uma sensação de reconhecimento, apesar de não saber o que lhe era familiar.

Quando começou a escurecer, ele a levou para o bosque. Por mais que estivesse cansada, o contato com a natureza a deixou bem. Foram se embrenhando entre as árvores, até saírem completamente da trilha. Sentaram-se lado a lado embaixo de uma árvore.

– Gostou do passeio?

– É, foi bom. Cansei, mas gostei.

– Você está ficando gelada. Pegue, vista. – após um minuto de silêncio, ele colocou a mão no braço dela, percebendo a baixa temperatura. Tirou a jaqueta e fez ela vestir. Ficaram se encarando por um tempo, sem saber o que dizer. Por fim ela desviou o olhar e abaixou a cabeça.

– Você não me disse... Por que me trouxe aqui?

– Tinha a esperança de que este lugar despertasse alguma lembrança sua. Acho que isso

– Não, apesar de que alguma coisa, não sei o que, me pareceu familiar. Já tínhamos vindo aqui antes?

– Não. Mas um lugar como esse faz você sentir várias coisas. Seria de se esperar que você sentisse algo assim. Quer ir embora?

– Eu gosto daqui, me faz bem. Esse cheiro de terra molhada, essa brisa leve, esse céu estrelado... Mas já está de noite e... Ah, não!

– O que foi, anjinha? Ta tudo bem?

– Agora que eu me lembrei. Saímos totalmente da trilha e já está escuro. Como vamos voltar?

– Lembra que hoje eu seria seu anjo da guarda e não ia deixar nada de ruim te acontecer? Isto ainda está valendo. Confia em mim?

– Eu acho que sim, mas... – ele fez sinal para ela ficar quieta. Eles se levantaram e se levantaram, se deram as mãos e começaram a andar. Demoraram aproximadamente 5 minutos para chegarem à trilha e mais 5 para saírem do bosque. Ela não fazia ideia de como haviam conseguido, mas ela também parecia saber exatamente o caminho de volta.

No trajeto de volta para casa, eles permaneceram em silêncio. Ele deixou-a na porta da sua casa. Ao se despedirem, ele lhe deu um beijo na testa. No instante em que os lábios dele tocaram sua pele, um arrepio percorreu todo o corpo da garota, que olhou em seus olhos e foi para casa sem dizer nada. Mas isso não havia sido normal.