Little By Little

Love would burn the city down for you


Acordei com o sol batendo no meu rosto. Abri os olhos com dificuldade e demorei alguns segundos para entender onde eu estava e o que havia acontecido. Ficaria assustada ou arrependida por ter dormido com Jeremy, mas acabei me surpreendendo ao escapar um sorriso.

Jeremy estava deitado do meu lado com o cabelo esparramado pelo tapete. Sua mão tocava minha perna nua e tive dó de acordá-lo. Era tão bonito dormindo...

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- Ei, acorde, Jer.

Observei-o abrir seus olhos negros. Ficou me olhando.

- Jer... - disse com um sorriso. - Eu gostei. É tão... atraente. - disse jogando seu corpo por cima do meu. De repente, eu me encontrava deitada no tapete novamente e sentia o toque de Jeremy em meu corpo.

Fechei meus olhos quando ele se aproximou do meu rosto e me beijou lentamente.

- Não é arriscado ficarmos aqui? - perguntei.

- Se não aconteceu nada até agora, não. - sorriu, se levantando.

Observei Jeremy colocar sua calça enquanto eu permanecia sentada. Ele era completamente atraente e isso me deixou desconcertada.

Andou em minha direção e me deu sua mão. Me levantei com um pulo, sem saber o que faríamos depois.

- Vamos olhar o castelo. É enorme! Temos muito o que ver aqui. - disse como se tivesse lido minha mente.

Foi em direção da cozinha apenas de calça e logo voltou senti o cheiro de café.

- Você está usando o café de um homem morto? - gritei e ouvi a risada de Jer.

- Cala a boca, Donna. - ele ainda ria.

Olhei novamente em volta daquela sala. As imagens continuavam lindas como na noite passada e talvez guardassem um segredo, mas estava distraída demais pensando em Jeremy para poder pensar naquelas obras.

Me abaixei pegando a camiseta preta no chão e vesti-a, ignorando o vestido. Andei até o grande espelho oval e parei. A camiseta deixava minhas coxas a mostra e eu sentia o cheiro de Jeremy. Me senti segura e confortável.

- Você está linda. - Jeremy disse atrás de mim.

- Mesmo com esse cabelo bagunçado?

- De qualquer jeito. - ele me olhava fixamente. Não sorria, nem se mexia. Só assim pude ver que ele estava sendo sincero.

Olhei para baixo. Havia ficado tímida pela primeira vez e pude perceber que homem nenhum havia me tratado assim. Nunca falavam que eu estava bonita sem querer me levar para a cama ou me olhavam como Jeremy olhava.

- Venha. O café está pronto e precisamos de muito tempo para andar por esse lugar. - olhou pra cima.

Segui-o até a cozinha onde ficamos conversando e tomando café até chegarmos ao ponto de quase esquecer que não podíamos perder tempo.

*

Parei ofegante. Havíamos entrado em todos os quartos e lugares do castelo. A maioria estava sem nada dentro, mas outros haviam obras, tintas, pincéis por todos os lados. Inclusive obras não terminadas. Bruice parecia ser o tipo de pessoas que começava a pintar algo e parava para começar outra.

Abri a porta do último quarto e me deparei com uma tela branca. Senti uma vontade de pintar e percebi que havia ficado tempo demais longe das tintas.

- Já te disse que sou pintora? - perguntei, olhando para a tela em branco.

- Não. - Jeremy estava surpreso. - Pinte algo pra mim, então. - sorriu.

Não pensei duas vezes em correr até aquela tela e me sentar. Abri a enorme janela que estava na frente dela fazendo com o que sol entrasse e tivesse um vista privilegiada. O lugar era alto e eu só conseguia ver algumas árvores, o céu e os pássaros, mas lá embaixo, via um jardim bem cuidado, o lago e alguns cisnes nadando.

Coloquei minha quinta xícara de café de lado e pedi para que Jeremy ficasse do lado da janela. Ele continuava sem camisa, seus cabelos estavam bagunçados como sempre e ele sorria. O vento bateu de leve em seu rosto fazendo com que alguns fios de cabelo viessem pra frente.

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Senti um frio na barriga e desejei viver aquele momento para sempre. Aquela seria a tela mais incrível que eu pintaria. Sorri para Jeremy.

- Não vai demorar muito.

- Tem o tempo que precisar. - continuou sorrindo.

*

O sol já estava se pondo quando eu parei para observar a tela pronta. Jeremy continuava no mesmo lugar, mas vez ou outra parava para falar algo idiota que me fazia rir ou se mexia.

Suspirei e acabei percebendo que estava orgulhosa com o resultado da tela. Virei-a para Jeremy que continuou parado.

- Incrível! - disse vindo em minha direção e me beijando. - Você é incrível.

Sorri, me levantando da cadeira. Nem sentia minha bunda mais.

Jeremy ficou observando-a enquanto me dirigi a janela. O tom laranjado do céu me deixou calma.

- Donna... - senti Jeremy tocar minha cintura. Me virei e fiquei olhando-o. Sabia que queria dizer algo. - Eu te amo. Acho que te amo desde o primeiro segundo que te vi. - sua voz rouca invadiu o quarto.

Levantei minha mão para tocar seu rosto.

- Eu também te amo, Jer.