Bônus - Annabeth

Annabeth, pela primeira vez em seus 16 anos, se sentia completamente sozinha.

Piper e Reyna não falavam mais com ela, Luke pedira um tempo que resultaria num provável término de namoro e nenhum os namorados de suas amigas queria conversa com ela.

A loira se perguntou se ela estava mesmo diferente.

Presa dentro de seu quarto por livre e espontânea vontade, Annabeth analisou-se ao espelho tentando comparar a garota do reflexo coma garota de meses atrás, quando embarcaram naquela ilha.

Havia chupões feitos na semana passada por Luke em seu pescoço. Uma diferença, afinal, Annabeth jamais se permitiria levar um chupão, nem mesmo de seu namorado por achar vulgar, mas lá estava ela com a marca roxa exposta e que ela se orgulhava de ter.

Olhou para seus cabelos, os fios dourados permaneciam praticamente iguais, mas estavam sempre trançados com miçangas de prata ou ouro. Mais uma diferença. Onde estava seu rabo de cavalo? O seu eterno rabo de cavalo alto que a marcava com uma filha de Atena estudiosa?

Lampejos marcaram a visão de Annabeth rapidamente.

Havia um ela antes e um ela depois, a qual ela corria para ser a mesma pessoa de antes. O mesmo rabo de cavalo, a mesma pele macia e sem marcas, o mesmo caráter e...Lembranças?

Annabeth olhou seus olhos cristalinos, eles possuíam pontinhos cinzas que formavam algo, palavrinhas escritas, mas não em grego antigo ou latim... Em português, sua língua paterna.

A garota encarou os olhos por um longo tempo e decidiu que havia sim algo dentro de seus olhos cristalinos demais. Uma palavra que ela queria descobrir e que a atiçava a curiosidade. Não dormiria se não descobrisse.

Deu as costas ao espelho e procurou algo para escrever no vidro enquanto se olhava, procurou em todas as suas gavetas até achar um batom vermelho esquecido por ali. De quem quer que fosse, agora não era mais.

A garota ajustou o batom e encarou-se no espelho, escrevendo cada letrinha, até tornasse uma palavra confusa. Buscou por outro espelho e assim encontrou a palavra que tanto procurava.

LIBERDADE.

Com a dislexia de Annie, a palavra tornou-se uma charada por minutos até que finalmente conseguisse pronunciar.

— Liberdade. Liberd- Antes que pudesse questionar toda a palavra, a loira caiu no chão desmaiada.

Seu torpor a fez vez flashes do passado que não se lembrava, da memória a qual foi direcionada e manipulada, e assim a verdade limpou toda a sua mente.

Quando acordou, toda a sua memória havia sido resgatada, a verdadeira memória. Seu corpo doía e ela tinha a plena razão de quem era e o que tinha que fazer, afinal as memórias verdadeiras juntara-se com todo o seu dia-a-dia com Circe nos últimos meses.

Ela sabia que era Annabeth Chase e que tinha que sair imediatamente dali para avisar aos seus amigos sobre o plano de batalha.

Olhou-se no espelho uma última vez e com um pequeno truque de controle de névoa ensinado por Circe, todos ainda a veriam com os olhos cinza-cristalino até que saísse do Mar de Monstro.

Circe achava que tinha dado o pulo do gato, mas isso foi um completo engano porque ninguém nunca deveria subestimar Annabeth Chase.

CLIQUE AQUI!