Estávamos todos muito arrasados para comemoramos por estarmos lá dentro. O Kouta sempre foi um cara estranho, mas ele era legal, nesse tempo que ficamos juntos ele se mostrou um grande amigo. Infelizmente ele se foi, mas foi com estilo, e se esse era o objetivo dele, foi cumprido com êxito.

— Filha? — Disse uma voz conhecida se aproximando de nós, estávamos todos abraçados, consolando uns aos outros, mas ao ouvir essa voz, Rei saiu do abraço e correu em direção ao seu pai.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Pai! — Ela o abraçou forte.

— O que houve com vocês?

— Uma coisa horrível pai.. — Ela disse cabisbaixa — Um dos meus amigos morreu agora para fazer com que todos nós sobrevivêssemos.

— Pessoal, sinto muito pelo amigo de vocês, mas pensem que ele morreu por um motivo nobre. — Todos enxugaram as lágrimas e deram um sorriso. — Agora vamos, já são 18:00h, vai escurecer e posso apostar que estão cansados certo? — Disse Yukio, o pai da Rei.

— Sim, realmente estamos cansados. — Argumentou Saeko — Aposto que o Kouta diria ''e famintos também''.

— Gente — Suspirei — Sei que todos adoravam o Kouta, mas ele fez aquilo para garantir que todos nós passassemos por aquele portão. Então por favor, não fiquem tristes, até porque não temos tempo para isso, e eu aposto também que o Kouta queria que descobrissemos a causa de tudo isso.

— Isso mesmo Takashi, boas palavras. — Disse Yukio — Agora vamos, vou mostrar onde vocês irão dormir. Ele seguiu conosco até uma parte subterrânea onde ficavam os quartos dos militares.

— Não é grande coisa, mas é o que temos. São quartos individuais.

— Sem problemas, contanto que posso dormir, está ótimo. — Eu disse e Yukio sorriu.

— Vamos ao nosso jantar então, mas antes, querem me dar suas mochilas? — Yukio perguntou apontando para as cinco mochilas que nós estávamos carregando.

— Bom.. Essas aqui pode levar, são armas. — Disse Saya entregando quatro mochilas para ele — Mas essa aqui, são apenas roupas e dinheiro, não tem necessidade de levar, vou deixar aqui mesmo em um desses quartos.

— O.K., vamos indo. — Disse Rei, e seu estômago roncou — Estou realmente faminta. Yukio deixou as mochilas de armas em um armário apropriado para essas coisas e depois foi nos levando até o refeitório.

— Rei, quais os nomes dos seus amigos? Além do Takashi claro, pois este eu já conheço.

— Srta. Shizuka, nossa motorista e enfermeira. Saya, nosso cérebro. Saeko nossa espadachim. Alice nossa querida amiguinha e Zeke, seu companheiro inseparável. — Rei falou apontando para cada um deles.

— Muito prazer, meu nome é Yukio. — Ele disse e todos nós sorrimos.

Chegamos no refeitório, onde tinham mais dois outros guardas sentados em uma das mesas e duas senhoras na cantina, acho que elas estavam fazendo a janta.

— Boa noite Sr. Yukio. — Os guardas falaram em uníssono batendo continência.

— Boa noite. A vontade. — Respondeu o Yukio e eles saíram da continência e voltaram a sentar.

— Pai, existem muitos guardas aqui? — Perguntou Rei.

— Bom.. Não são tantos, mas existem sim.

— Sr. Yukio... — Disse Saya mas foi interrompida.

— Sem formalidades por favor.

— Hum.. O.K. — Saya pigarreou e depois continuou — Yukio, tenho algumas perguntas, como tudo isso aconteceu? O que era aquele ultra-som que atraia os zombies? Quais as ... — Ela iria continuar mas novamente foi interrompida.

— Saya certo? — Ela concordou com a cabeça — Saya, acho que só posso responder suas perguntas, junto com meu amigo cientista.

— Entendi. — Ela disse pensativa.

— Quando vamos comer? — Perguntei para mudarmos de assunto.

— Esperem aqui já volto.

O Yukio se levantou e foi até a cantina, falou alguma coisa com uma das senhoras e voltou para a mesa.

— Dentro de cinco minutos a janta já estará pronta. Mas, mudando de assunto, estou muito feliz que vocês tenham sobrevivido até aqui.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Todos nós estamos. — Acrescentou Saeko.

Estávamos conversando sobre tudo o que passamos até chegar aqui, quando tocou um sinal parecido com o da escola.

— O que é isto? Alguma emergência? — Perguntou Saya assustada.

— Não, relaxem, é apenas o sinal do jantar. — Respondeu Yukio e vários outros guardas começaram a entrar, logo o refeitório estava cheio.

— Me parece que existem sim, muitos guardas por aqui. — Murmurou Rei.

Levantamos e fomos em direção a fila que se formava na cantina. Chegamos logo, portanto, fomos uns dos primeiros a pegar a refeição. Não era nada muito suculento e atrativo, era apenas uma sopa de carne e água.

— Melhor se acostumarem, só servimos isso a um bom tempo. — Disse um homem de óculos, com jaleco branco, ao ver nossas caras de ''ânimo'' quando vimos a comida.

— Pessoal, quero lhes apresentar ao meu amigo cientista o qual eu falei, o Sr. N.

— Sr. N? — Perguntamos em uníssono.

— Sim, Sr. N. — Ele disse enquanto todos sentávamos em uma das mesas.

— O que significa o N? — Perguntou Alice.

— Nigawa, mas isso não importa, podem me chamar de Sr. N.

Estávamos tomando a sopa quando finalmente, a Saya começou um assunto.

— O Yukio nos falou que explicaria como tudo isso aconteceu, quando o Sr. estivesse junto. Agora que estamos todos aqui, gostaria de saber a causa para esse apocalipse.

— Srta...? — Sr. N perguntou.

— Srta. Saya, mas pode me chamar apenas de Saya.

— Saya, vamos falar sobre isso, eu prometo, mas iremos falar sobre isso na minha sala, lá eu irei conseguir explicar melhor. — Saya bufou e continuou a comer.

Quando passaram cinco minutos de puro silêncio (na nossa mesa), todos tinham acabado de comer, até que o Sr. N se levantou e fez um gesto para que o seguimos.

— Venham, vamos até a minha sala.

Nos levantamos e fomos atrás dele, fomos passando por vários corredores, até chegamos a um corredor estreito com uma porta no final.

— Entrem. — Disse Sr. N. Entramos e lá estava o escritório dele.

Era bem simples, apenas com uma mesa, um armário, duas poltronas e um computador.

— Agora, venham aqui. — Disse Yukio entrando no armário.

Isso mesmo, no armário tinha outra sala bem mais complementada. Tinham várias mesas com computadores bem modernos, cada um deles, era especificado em determinada área, o lugar era todo branco, existiam mesas de experiência em todos os lados e a maioria tinham corpos de zombies abertos em cima, era um verdadeiro laboratório de um cientista louco, igual aqueles dos filmes que eu costumava assistir.

— Ual! — Exclamou Alice — Isso sim é um laboratório.

— Por que fez ele tão escondido assim? — Perguntou Saeko.

— Eu tive vontade e eu fiz, simples.

— Ficou bem legal.. Mas agora, eu queria as explicações. — Disse Saya.

— A Srta. é bem persistente hein. Mas O.K. sem problemas, gosto de pessoas persistentes. — Falou Sr. N — Yukio, quer fazer as honras?

— Não obrigado, o Sr. explica melhor.

— O.K., aqui vamos lá. Criado por uma poderosa organização dos EUA, este é o T-Vírus, ele foi desenvolvido para tentar ressuscitar as pessoas, porém como todos perceberam, tudo deu errado. Isso mata as pessoas entre 2 a 4 horas depois de seu contato, que se pode dar através do ar, pela mordida ou arranhão de um infectado. O T-Vírus mata a pessoa, ou caso ela já esteja morta, ela regenera todas as células do corpo, reanimando o cadáver, mas apenas uma parte do sistema nervoso é re-ativado, a de se alimentar, tornando as pessoas infectadas canibais, podendo comer seus próprios parentes ou amigos.

— Então quer dizer que, não só o Japão, como também todo o mundo, está infectado com o T-Virus? — Perguntou Saya.

— Devido ao vírus se espalhar rapidamente, creio que sim.

— O que os cientistas e os policiais estão fazendo a respeito? — Perguntou Saeko.

— Os policiais estão procurando sobreviventes e os cientistas estão procurando uma cura para isso. — Respondeu Yukio.

— Mas, o que foi aquele apagão? — Perguntei.

— Aquele apagão ocorreu devido ao nosso experimento. Vocês já devem saber que eles são atraídos pelo som certo? — Falou Sr. N e concordamos com a cabeça.

— Mas não foi apenas uma atração, eles estavam dentro de um transe. — Disse Srta. Shizuka — Porque até mesmo com outros barulhos, eles apenas olhavam e depois iam embora.

— Isso aconteceu porque o barulho feito por vocês era da mesma frequência do som produzidos por nossos aparelhos, ou seja, dois sons da mesma frequência apenas os confundiam, assim deixando eles sem o senso de direção do som. Presumo que quando os barulhos produzidos por vocês terminou, os zombies continuaram seguindo o nosso zumbido certo? — Explicou Sr. N.

— É, isso realmente aconteceu. — Falou Rei pensativa — Mas se o barulho de vocês era mais alto que o nosso, por que não podemos ouvir?

— Simples, porque esse som é mais alto do que os tímpanos humanos podem capitar, e o computador conseguiu fazer esse som parecer da mesma frequência do que qualquer outro som para os zombies.

— Mas qual foi o motivo para vocês quererem atrair os zombies? — Perguntei.

— Isso foi apenas um teste, agora que sabemos que nossa experiência funcionou, o nosso plano é: atrair o máximo de zombies que conseguirmos para uma grande área fechada e depois queimá-los, não queremos gastar munições, afinal, é uma enorme quantidade de mortos-vivos.

— Hum... Agora eu entendi tudo, obrigada Yukio e Sr. N. — Disse Saeko.

— Disponham. — Disseram Yukio e o Sr. N em uníssono.

— Só mais uma perguntinha.. — Disse Saya e todos suspiraram alto — Calma, calma, é coisa rápida.

— Estou com sono. — Disse Alice enquanto bocejava.

— O.K., vou ser rápida. E os EUA? Quais as providências que eles têm tomado sobre isso?

— Bom... Ainda não temos essa informação. — Disse Yukio.

— Hum.. Entendo. Pronto, agora podemos ir dormir.

— Obrigada! — Disse Srta. Shizuka enquanto bocejava.

— Querem ajuda para chegarem até os quartos? — Perguntou Yukio.

— Não obrigada, já aprendemos o caminho. — Respondeu Rei.

— O.K., estão boa noite e até amanhã.

— Não tem como ser uma boa noite depois de tudo o que aconteceu hoje. — Murmurou Saya em uma altura que todos escutaram e depois saiu andando em direção aos quartos.

— Foi mal. Ela é assim mesmo, as vezes mal-humorada e as vezes normal.. — Eu disse coçando a nuca tentando disfarçar a situação.

— Mas afinal, ela tem razão. — Disse Saeko e saiu atrás da Saya.

Eu, Rei, Alice e a Srta. Shizuka demos um sorrisinho sem graça e corremos atrás das duas.

— Vem Zeke. — Disse Alice ao sair e Zeke foi atrás dela. Quando acompanhamos a Saya e a Saeko ficamos um pouco em silêncio até que eu resolvi quebrar esse clima.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Saya... — Eu disse meio acanhado, porque não queria ter que aguentar um dos seus surtos — Tente ser um pouco mais... Amigável, por favor.

— Desculpe parecer grosseira pessoal, mas eles deveriam se tocar um pouco mais né? Como teremos uma boa noite depois de tudo isso? E além do mais, sinto que eles estão escondendo alguma coisa de nós.

— Meu pai não faria isso conosco... Eu acho. — Disse Rei.

— Se isso for para te dar mais segurança, acho que esconderia sim, Rei. — Disse Saeko.

Todos ficaram com uma expressão pensativa. O que será que eles têm a esconder? Será que a Saya está certa mesmo? Ah, sei lá. Já aconteceu tanta coisa, que eu não espero mais nada... Queria que você estivesse aqui Kouta, com sua habilidade em armas e computadores, poderíamos descobrir mais coisas, mas isso não importa mais, durma em paz meu melhor amigo idiota.