Capítulo 8

Segundos se passaram até a moça abrir a porta de seu apartamento, o que para Sam Winchester mais parecia uma eternidade. A jovem logo que avistou Sophia, abriu totalmente a porta sorrindo.

— Sophia, que surpresa você por aqui. Aconteceu alguma coisa? — Lorraine direcionou seu olhar para Sam e percebeu o quanto ele estava nervoso, vasculhando com o olhar o interior de seu apartamento.

— Desculpe, Lorraine. Esse é Sam Winchester, ele é irmão do loiro do impala, lembra? — Sophia falou adentrando o recinto, sendo seguida por Sam que continuava perscrutando o local na expectativa de encontrar aquele sorriso maroto e convencido do mais velho.

— O anjo dos olhos verdes? — Lorraine sorriu ao lembrar de seu “protetor”.

— Anjo? — Sam e Sophia perguntaram ao mesmo tempo, esperando a resposta da jovem sonhadora.

— Sim, aquele homem só poderia ser um anjo. Mas agora percebo que ele é apenas um homem digno, já que esse é seu irmão. Então não foi nenhuma imaginação minha.

Sam estava se perguntando se a garota era realmente confiável, ou se havia bebido alguma coisa. Dean poderia ser qualquer coisa, mas anjo? E isso acabou deixando-o angustiado, pois significava que ele não estava com ela.

— Ele não está aqui? Com você? — Sophia acabara fazendo a pergunta que estava entalada na garganta do moreno.

— Bem o anj... quero dizer Dean. Ele me trouxe até aqui e depois seguiu com seu impala para sua casa. Pelo menos ele me disse que iria...

Sam deixou os ombros caírem, tinha esperanças de encontrar o irmão com a garota. Quando ela abrira a porta para os dois, ele vira uma belíssima mulher. Dean certamente não deixaria a garota passar. E para seu tormento, seu irmão estava mudado, oq eu para ele significava que o loiro estava sofrendo com a história do maldito pacto.

Lorraine seguiu até a calçada acompanhando o moreno e apontando com o dedo indicador o local onde vira Dean pela última vez.

— Ele seguiu por aquele caminho. Espero que ele esteja bem. Tenho esperanças de reencontrá-lo e... desculpe, você nem está me ouvindo. Procure a polícia eles vão ajudá-lo na busca. E se eu puder ajudar a... — a garota estava realmente sentida por perceber o quanto Sam estava angustiado, ela não queria que nada acontecesse com o loiro.

— Obrigado Lorraine, você já me ajudou. Você e Sophia, sou grato a vocês duas — Sam desceu os degraus e virou-se mais uma vez — Só mais uma pergunta, a quanto tempo faz que vocês se despediram?

Lorraine puxou a manga da blusa e olhou para seu relógio.

— Fazem uns trinta minutos. Talvez vocês apenas tenham se desencontrado — a moça entusiasmou-se com o próprio pensamento.

Sam sorriu, acenou um adeus e entrou no carro. Passou a mão pelo queixo e antes que pudesse dar a partida no veículo, os sons das sirenes das duas viaturas da polícia que passaram por ele em alta velocidade, embrulharam seu estômago. Isso não seria bom sinal.

— Meu Deus! Será o Dean?

As duas garotas estavam assistindo a todo aquele movimento com as mãos no peito, pelo susto e o medo que agora sentiam ao ouvir o som dos pneus do carro do moreno derrapando. Ambas se abraçaram, Lorraine agora sentia as lágrimas descerem pela sua face. Teria seu “anjo” ter sido vítima das mortes misteriosas em Duluth? Que ironia, ele a acompanhara por receio de sua segurança e agora... ele, poderia ter sido morto. A garota abraçou ainda mais forte a amiga e entraram para dentro do apartamento.

¥¥¥

Bobby estava entrando em Duluth, quando pegou a chamada policial em seu rádio. O velho caçador aumentou o volume, pela urgência na chamada era coisa séria.

—Na escuta...sim próximo a entrada... é parece um acidente. Não sabemos se há sobreviventes... mandem uma ambulância, tem muito sangue dentro do impala e...

Bobby sentiu um soco no estômago, sua visão ficou turva e perdeu totalmente o raciocínio e a atenção no rádio. Sorte do caçador que não havia movimento na estrada àquela hora da madrugada ou acabaria, colocando a sua vida e a de inocentes em um acidente. O caçador estacionou, e continuou ouvindo as frases agora cortadas e desconexas.

Não havia muitos impalas por aí, ainda mais sabendo que Dean, estava desaparecido. Imediatamente ligou para Sam.

— Bobby, agora não posso falar... estou atrás de duas viaturas e... acabo de dar lugar a uma ambulância... — as palavras faltavam, a garganta apertada e um pressentimento sombrio tomara conta do moreno.

—É, eu escutei pelo rádio. Estou chegando garoto. Estou chegando. E, tudo vai dar certo, ok Sam? — Bobby apenas ouviu a pesada respiração e um gemido escapar dos lábios do moreno.

— Ai, Meu Deus! É o carro do Dean!

— Sam? Alô, droga moleque me responda! Mas que merda! — o caçador bateu no volante do carro e acelerou ainda mais. Enfim suas suspeitas foram confirmadas, Dean estava com sérios problemas.

Sam Winchester encostou o carro, seus olhos encaravam incrédulos o estrago. A parte da frente do impala estava totalmente distorcida e enquanto caminhava de encontro ao veículo, um policial o barrou.

— Parado aí! — Sam não havia processado nenhuma palavra que lhe era dita e continuou seguindo adiante — Você não me ouviu? Parado aí ou serei forçado a atirar!

Com o segundo grito do homem, o moreno concentrou sua atenção ao que acontecia a sua frente, e nesse instante olhou para o policial que bloqueava seu trajeto. Sem cerimônias o moreno foi logo dizendo:

— É o carro de meu irmão. Eu... eu preciso... encontrá-lo — o moreno implorava pela compreensão do policial. Caso contrário seria obrigado a desferir um soco no homem a sua frente. Vontade não lhe faltara, mas isso apenas complicaria ainda mais a situação. Prioridade era ajudar o irmão.

O policial abaixou a arma e colocou sua mão no peito do jovem. Isso apenas enfureceu ainda mais o Winchester mais novo.

— Eu sinto muito — o policial ruivo dizia compadecido.

— Sente muito? Como assim? O que quer dizer com isso? Onde está meu irmão? Deixe-me passar! Quero vê-lo! — Sam agora estava desesperado. Seus olhos avistaram o sangue por quase toda a pista, e esse sangue terminava em um canto, aquela jaqueta ele a reconheceria de longe. Não havia dúvidas, Dean poderia estar muito ferido ou coisa pior.

¥¥¥