Slayers ( Interativa )

Capítulo 1 -Um dia de trabalho como outro qualquer


–Quantas vezes eu preciso dizer? Se você ver um tigre com um rabo de escorpião, não o deixe zangado. - disse para Carly enquanto corria ao seu lado.

–Mas você nunca disse isso! - protestou ela.

–Será que o motivo é porque isso é obvio?! - falei ironicamente.

–Poxa, eu não tinha visto o rabo, estava escondido embaixo das folhagens. Pensei que era um tigre normal que havia fugido da cidade. Até rosnar igual a um ele rosnava. - disse Carly como se isso fizesse todo o sentido do mundo.

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–Por isso os chamamos de tigre-escorpião. Porque ele é metade tigre, metade escorpião.

–Não, a calda dele é de escorpião. Não a metade. - disse ela sorrindo e logo depois me dando língua de forma zombeteira.

Tudo havia acontecido muito rápido. Eu e Carly recebemos a ordem de exterminar uma das criaturas que estavam ultrapassando a 6ª barreira, a barreira onde terminava a densa floresta de Goldenfried, o nosso país. A principio seria um trabalho rápido, fomos lá e matamos o fauno que violará a barreira. Porém essa minha inteligente amiga, minha melhor amiga na verdade, viu esse tigre-escorpião e sem parar para pensar, o que é bem típico dela, foi até lá e segurou-o e começou a puxar, até que ele tentou acertá-la com a calda. Por pouco o golpe não pegara em seu rosto e agora essa criatura estava nos perseguindo.

–Tanto faz como ele seja, vamos acabar logo com isso. -disse.

–Então por que não vai lá e acaba com ele? Ah é, esqueci que você é praticamente inútil quando está de dia não é mesmo? - perguntou ela me provocando.

Eu poderia responder mas ela estava certa, meu poder só funciona de forma eficaz se estiver próximo ao alvo e quando não está de noite fico relativamente fraco. E enfrentar uma criatura, que possui um veneno mortal na calda e presas e garras letais, no corpo-a-corpo não é algo muito esperto.

–Porque eu sou maior que um pé de alface? - respondi brincando, pegando no seu ponto fraco. Carly tinha apenas 1,55 metros e era constantemente zoada por isso.

Ela me olhou com um misto de raiva com entretenimento, o mesmo olhar que indicava quando ela ia se vingar de algo mais cedo ou mais tarde e infelizmente ela se vingou mais cedo, cedo até demais. Seu sorriso travesso foi a ultima coisa que vi antes de ela saltar para perto de mim e dar uma rasteira.

Caí de mau jeito já que o golpe fora totalmente inesperado e não demorou muito para poder ouvir o som dos pesados passos do tigre juntamente com o seu rugido. Não havia jeito, agora graças as gracinhas de Carly teríamos de entrar em combate e como sempre, seria eu quem sairia dessa na pior. Rapidamente me ergui e me pus em posição de batalha e quando olhei para o lado vi que Carly já havia desembainhado a sua seigen, a Copyer, uma katana que era não só sua arma mas também aquilo que selava grande parte de seu poder.

–Não tenho opção, não é mesmo? Estou com fome e quero ir pra Granderion e isso já é motivo suficiente para usá-la. Sim estou falando isso pra que não fique com a consciência pesada por não ser muito útil nessas horas e como eu vou te salvar, você paga o almoço.

Assenti com a cabeça. Já não estava mais com raiva dela, era difícil ficar bravo com a Carly, era simplesmente uma perda de tempo. O sorriso que ela dava fazia você esquecer quaisquer problemas era como se o sorriso dela dissesse “vai ficar tudo bem, se não ficar, nós fugimos correndo”. Logo pude ver seu poder entrar em ação. Seus cabelos, que era liso e castanho claro e batiam em sua cintura, começaram a mudar de forma, tornando-se cipós e sua pele branca começavam a ganhar uma textura similar a uma árvore. Sabia o que era aquilo, era sua habilidade de imitar a forma de criaturas e assim imitar também os poderes, porém nada comparado aos poderes das criaturas verdadeiras. E se não me enganava aquela era a forma de uma Elemental da floresta.

E em uma investida furiosa o tigre-escorpião selou o próprio destino. Com um simples balançar das mãos da Carly, a árvore mais próxima do tigre desabou em cima do mesmo prendendo-o ao solo. De forma rápida o tigre atacou o caule da árvore ferozmente com sua calda mas antes dele se libertar Carly fez com que as raízes da árvore prendessem a sua calda. Carly andou saltitante de forma ritmada como se pulasse ao som de uma musica que só ela ouvia, então abaixou ficando cara a cara com o tigre. Ela ergueu a katana e quando ia desferir um golpe, o tigre libertou a pata direita e tentou acertar Carly, porém a mesma inclinou o rosto desviando por pouco do golpe.

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–Não, não, não, não, não. - disse ela movendo o dedo indicador de um lado ao outro em sinal de desaprovação. -Tigre mal, e criaturas más devem ser castigadas.

Após dizer isso ela acertou um golpe forte, certeiro e mortal no crânio da criatura, pude ouvir o som do crânio se quebrando enquanto a katana era afundava na cabeça do tigre, matando-o. Após retirar a katana, o sangue do tigre-escorpião respingou em seu tênis de cano alto o que a fez soltar uma expressão de nojo, limpou a katana usando a pele do próprio tigre e logo em seguida a guardou. Carly se virou para mim, era uma garota bonita, sua pele era branca e seus cabelos agora estavam normais, brilhando à luz do sol, um castanho claro que se parecia com os dos olhos dela que aparentava estar entre o castanho claro o verde e o mel, ela usava uma camiseta delicada com uma jaqueta por cima e estava de calça jeans escura, tudo como de costume. Assenti com a cabeça e fomos andando de volta para Granderion, nosso castelo, nossa casa e acima de tudo... nossa prisão.