The Iron Girl

Capítulo 14 - Blackout


Tony POV

Depois de se passar uma hora, eu comecei a ficar preocupado. Depois de duas, eu tentei ligar pra ela, sem sucesso. Depois de três, eu decidi que alguma coisa tinha acontecido e resolvi ir atrás dela. Ninguém fica três horas correndo, não é? Segui a trilha de pegadas na neve até a floresta. Ela continuava por alguns (muitos) metros. Até que se juntava a outros passos, em uma confusão só. Não fazia ideia do que tinha acontecido ali, então olhei ao redor. Vi seus óculos caídos alguns metros à frente e corri até lá. A trilha de pagada de antes voltara, mas agora, ao invés de um par de pés, eram dois.

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Ouvi alguma coisa tocar: o telefone dela. O encontrei não muito longe dali. Era Claire, a tal amiga dela, quem estava ligando. Quando ia atender, a ligação caiu. E então, lá estava. Uma mensagem que não tinha sido enviada. Três únicas letras que deixavam bem claro o que tinha acabado de acontecer.

IMA.

Christine POV(algum tempo antes)

Eu estava correndo tão rápido quando era possível, com a música no volume máximo. Correr sempre me ajudava a esquecer algumas coisas, e era exatamente isso o que eu estava precisando. Foi quando alguma coisa me atingiu, me fazendo cair no chão. Levantei e olhei ao redor. Pontos coloridos dançavam na minha frente, o que dificultou a visão no início, mas logo eles foram sumindo. Eu fui atingida por um galho, senão o tronco de uma árvore. Me levantei do chão e olhei ao redor outra vez. Só tive tempo de ver um vulto a alguns metros antes de quase ser atingida por outro galho enorme. Me virei na direção de onde veio o segundo galho e a vi, a mulher ruiva com que eu e Tony brigamos há não mais que alguns dias. Olhei para o outro lado e vi um homem, exibindo um sorriso. Eles eram dois, eu só uma. Eles eram fortes, indestrutíveis, e eu... bem, eu sou uma mera humana. É, acho que as coisas não vão ficar nada boas.

A mulher veio andando na minha direção, mas o homem continuou parado. Para minha sorte. Ela me segurou pelo pescoço, me levantando do chão. Seus olhos brilhavam num vermelho ardente, como se fossem de fogo.

- Não é tão forte sem seu amiguinho por perto, não é? - ela perguntou, com um sorriso no rosto.

- Você nem imagina - chutei seu joelho direito com toda força que consegui, fazendo com que ela me soltasse. Para meu azar, isso também fez com que o homem se aproximasse.

Ele tentou me acertar um soco, mas eu segurei seu pulso e o torci, provavelmente deslocando-o. Eu sabia que era inútil, que eles se curavam, mas eu pelo menos conseguiria alguns segundos. Corri até uma árvore próxima e me escondi atrás dela. Peguei o celular e comecei a digitar uma mensagem. Mal tive tempo de escrever IMA antes que um braço agarrasse meu braço e me puxasse para o lado, me fazendo derrubar o telefone. Acertei uma cotovelada no maxilar dela com o braço livre e consegui derrubá-la no chão, libertando meu braço. Me levantei bem a tempo de evitar uma faca que se fincara no chão exatamente onde segundos atrás estava meu ombro. Comecei a correr de novo, mas o homem segurou a gola do meu casaco, me impedindo de prosseguir, e de respirar. Ele me puxou para trás e me lançou contra uma árvore, onde bati de costas antes de cair no chão. Tinha quase certeza que uma costela se quebrara.

Ignorei a dor e me levantei, mas ele já estava em frente a mim, e me acertou um soco no rosto. Me senti de novo no orfanato onde cresci, onde James, um garoto de 16 anos muito alto e forte para sua idade, costumava me bater todos os dias. Até que eu aprendi a revidar. Abracei a árvore às minhas costas e levantei as duas pernas, chutando-o no peito. Ele cambaleou para trás, mas foi apoiado pela mulher, que agora vinha em minha direção. Chutei a neve escorregadia em baixo de mim, fazendo-a atingir os olhos da mulher, e consegui acertar um chute em seu abdome e um soco em sua cabeça. Ela rosnou com a dor, mas aquilo não foi nada que pudesse pará-la. E eu sabia disso. Eu sabia que aquela luta já estava perdida antes mesmo de começar.

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Ela me jogou contra uma outra árvore, depois me levantou e repetiu o ato. Eu estava com dificuldade em respirar, e minha cabeça estava doendo, sem contar os insistentes pontos coloridos que teimavam em atrapalhar minha visão. Levantei e recebi um soco no rosto, seguido de um chute. Meu nariz estava sangrando, assim como o canto da minha boca, e minha visão estava embaçada. Eu não tinha mais como lutar. Ainda caída no chão, recebi mais um chute nas costelas, provavelmente fazendo mais algumas se partirem. Eu já estava semi-consciente. Não tinha forças pra mover um músculo. A mulher me levantou outra vez e, antes que ela pudesse me jogar contra outra árvore,. o homem pois a mão em seu ombro.

- Lembre-se, Ellen, ele a quer viva.

- Ela já me causou muitos problemas.

- Não só a você. Vamos, não temos tanto tempo. Ele provavelmente vai sentir a falta dela em algum momento.

- Certo.

Ela me soltou, fazendo com que eu caísse no chão. O homem me pegou e me pôs nos ombros para me carregar. Senti meus óculos escorregarem do rosto e os vi caindo no chão. A última coisa que vi antes de perder completamente a consciência.