“Olha, é um absurdo eu te ajudar a se vestir, viu? - Edgar

Eu posso saber por que? -Laura

Porque eu prefiro fazer o contrário.- Edgar”

Lado a Lado

Por Laura

Quando eu menos esperava, a situação entre eu e Edgar começou a melhorar. Ele colocou Catarina em seu lugar, e ela não apareceu mais em nossa casa. Ele ainda visitava Melissa com frequência, a atendia quando passava mal. Ficava um bom tempo dedicado a ela, mas passou a dividir seu tempo de forma melhor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Pois começou a passar mais momentos comigo e Pedrinho. E quando estava conosco era atento, carinhoso, prestativo. Ele contava estórias para nosso menino com uma dedicação incrível, quando queria colocá-lo para dormir, era de forma calma, falando as palavras docemente, sorrindo e o embalando. Mas nem sempre ele queria que Pedrinho dormisse, então Edgar atuava, contava sobre grandes aventuras, Edgar podia ser um pirata, um herói com uma espada ou até mesmo um bandido. Nosso filho ficava encantado. E claro, a mãe dele também.

Assim eu voltei a acreditar que era possível ter paz. Que conseguiríamos ser uma família feliz, sem aqueles conflitos atrozes.

Eu recuperei a minha vontade de sonhar, a intimidade verdadeira, a amizade e cumplicidade com Edgar. Nossos dias voltaram a ser alegres, e eu não me sentia culpada por passar as noites com ele. Pelo contrário, eu me sentia realizada quando lembrava dos nossos momentos noturnos. Nossa entrega, nosso amor, nossas risadas, suspiros, gemidos... era um sonho, só que real.

Até minhas aulas de literatura na biblioteca ficaram melhores, se tornando mais produtivas. Comigo mais satisfeita, de bem com a vida, eu lecionava com mais vivacidade, e meus alunos perceberam isso.

Mas enquanto minha vida se arrumava, eu não podia dizer o mesmo da vida da minha amiga Isabel. Eu ficava até acanhada de falar do momento bom em que vivia, já que ela estava passando por aflições e a grande maioria por causa da minha mãe.

D. Constância tanto fez que arrumou um emprego numa repartição pública para Albertinho. Era o que meu irmão queria, um emprego leve, que não precisasse de muita habilidade e que o trabalho fosse pouco.

Com isso, Albertinho passou ,ele mesmo, a enviar dinheiro para Isabel. Ele não havia assumido oficialmente o filho, mas o visitava e parecia gostar de Neto. Já minha mãe apesar dos pesares, e de falar certas coisas cruéis, parecia amá-lo de verdade. Ela amava Neto assim como amava Pedrinho. Para ela o sangue falava mais alto.

A baronesa queria interferir na educação, no corte de cabelo, nas roupas do meu sobrinho. Era autoritária, e ela e Isabel que nunca se deram bem passaram a ter mais conflitos.

Segundo Isabel, minha mãe queria que ela levasse Neto na casa dela, coisa que recusou já que trabalhava, não gostava da minha mãe, sabia que seria recebida pela porta dos fundos, e ela não admitiria que o filho sofresse essa humilhação, sendo recebido pelos fundos pela própria avó que dizia amá-lo.

Era uma situação realmente muito difícil e eu estava do lado da minha amiga, se fosse o meu filho não deixaria passar por isso. E sendo meu afilhado, e sobrinho ... era como se fosse meu filho também.

Cheguei a brigar com minha mãe por querer receber Neto assim. Em minha casa, ele era e sempre seria recebido pela frente, brincava com meu filho e eu estava satisfeita que eles estavam se tornando bons amigos.

Isabel também tinha medo, pois Albertinho viera com a conversa de registrar o filho. Ela desconfiava que fosse uma ideia da baronesa, e que dessa forma, ela poderia usar isso para tentar obrigar Isabel a seguir seu autoritarismo. Na verdade, ela até pensava que minha mãe poderia tomar Neto dela.

Eu tentei acalmar minha amiga, mas não retirei o seu meu medo, da minha mãe podia esperar tudo. Eu mesma já fora vítima das armações dela.

Do outro lado, a minha vida com Edgar estava tranquila, estávamos felizes e apaixonados e isso estava durando um bom tempo. Até eu passei a acreditar que dessa vez seria diferente.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O aniversário de Pedrinho estava próximo, e eu e Edgar resolvemos comemorar. Comemorar a nossa felicidade e os 2 anos do nosso filho. Minha mãe queria uma festa grande. Mas optei por uma reunião mais íntima em nossa casa. Isso me agradaria mais.

E para não usar palavras mais duras, haveria a presença de pessoas “não muito amigas”, como seu Bonifácio e Guerra, minha mãe e Isabel. Eu só esperava que por respeito a Pedrinho, a baronesa e meu sogro se controlassem.

A festa seria no fim da tarde daquele sábado. Eu já estava me arrumando, queria descer e dar mais uma olhada nos preparativos. Pedi a Edgar que me ajudasse a vestir, e já estava me arrependendo disso, pois enquanto ele apertava o meu espartilho disse:

– Ainda está cedo... Meu amor- ele me agarrou por trás, e beijou minha nuca, ele ria, e eu sabia o que queria, mas resistia

– Eu ainda tenho que ver se esta tudo pronto e … – ele apertou bem os meus quadris, enquanto beijou o meu pescoço

– A Matilde é uma ótima empregada, tenho certeza que está tudo bem... E Pedrinho está dormindo...- ele sussurrou tentando me convencer com a boca próxima a minha orelha, o que me arrepiou

– Edgar … tome jeito... que eu saiba o mundo não vai acabar hoje - falei sorrindo - Amarra esse espartilho logo! - fiquei séria

– Tá bom... - ele fez que me obedecia, mas percebi que afrouxava o espartilho

Edgar me virou de frente para o corpo dele, e me beijou com ardor. Ele ainda não respirava direito quando disse:

– E se fomos rápidos? - ele sorria insinuante, eu não aguentei e sorri para ele, a verdade, é que eu também já queria... preferi não resistir mais

Edgar não precisou de mais nada como resposta e me jogou na cama. Assim em pouco tempo, estávamos completamente sem roupas e nos amamos com pressa e vontade.

Eu estava saciada, e suada nos braços dele quando me levantei e disse jogando as roupas de Edgar em cima dele:

– Vamos, se arrume.

– Mas já? Estou cansando... A senhora sugou toda a minha energia – ele riu manhoso

– Você disse que seríamos rápidos...E que moleza é essa? Antes você tinha mais vigor, tá amolecendo com o tempo? – o provoquei

– Vigor, eu ainda tenho muito … se você quiser verificar – ele se fazia de ofendido, mas depois riu, pegou em meu quadril, e aproximou o rosto do meu pescoço era como se quisesse sentir o meu cheiro de perto

– Não... Edgar ... assim a gente não sai do quarto – dessa vez eu não ia ceder, comecei a me vestir

– Eu te ajudo com a roupa – ele sorria sapeca

– Eu não caio mais nessa. Se vista e depois chame a Matilde para me ajudar com o espartilho. Talvez fosse melhor eu tomar outro banho, mas agora não tem mais tempo – fingi um aborrecimento que não existia em mim.

Edgar parou um pouco e me observou admirado, ele sorria e eu perguntei já incomodada:

– O que foi?

– Você está linda. Por mim ficaria sempre assim.

– Acho que nem você gostaria que eu aparecesse apenas com esses trajes na frente dos nossos convidados.

– Tem razão- ele falou sério, já com uma pontinha de ciúme- Vou me vestir e chamarei Matilde para te ajudar. - ele sorriu de modo encantador, um sorriso verdadeiro e começou a se arrumar.