Hora de mais um teste. Não sei o que irá me acontecer, mas sinto que não irei bem de novo. No corredor onde estamos, existem vários bancos um de frente para o outro. Pensei em sentar bem longa para não conversar com ninguém. E deu certo, pois parece que ninguém quer conversar comigo também.

Fico distraído até que Quatro chama:

-Al, venha.

Me levanto devagar e dou longos passos de cabeça baixa até a sala espelhada, onde vejo uma cadeira e um monitor, assim como no teste de aptidão.

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-O-o que vai me acontecer?- pergunto, nervoso. Suando frio.

-Isso é só uma simulação para ver como você lida com uma situação de perigo. - ele diz, pegando uma seringa.- Você vai entrar na simulação e só irá acordar quando se acalmar ou se destruir esse medo.

Tudo bem, não é? É só me acalmar. Eu espero que seja fácil, mas sei que não será. Quatro injeta o líquido em meu pescoço e seis segundos depois, estou adormecido.

Acordo. Estou no meio da rua, não sei qual rua. Ando para a frente dois passos e uma bigorna cai a um metro de mim. Olho assustado para cima e vejo uma figura desconhecida, feminina apontando e rindo de mim. Ela pula sobre a bigorna sem se machucar e diz:

-Eu te odeio! Eu te odeio!- e solta uma risada histérica.

Várias pessoas ao redor dela começam a gritar.

-Eu te odeio! Fracassado!- e coisas do tipo.

Tento afastar as pessoas e sair correndo, mas elas me puxam para a roda de novo e, dessa, vez, jogam pedras em mim. Eu sangro e grito por socorro mas ninguém consegue me ouvir. A figura feminina grita mais:

-Não chega mais perto de mim! Se chegar, eu te mato!

Estou desesperado e tento chutar o ar pra ver se acerto alguém. Não adianta, estou encurralado e as pessoas parecem espectros. Minha voz soa abafada, nem eu consigo ouvi-la. Sinto dor onde as pedras me acertam e sinto que estão me batendo mais. A figura feminina continua repetindo que vai me matar se eu chegar perto dela. Horas se passam mas não consigo ver o céu escurecer. Até que olho novamente para a figura e reconheço os traços do rosto.

Vou morrer aqui, então quero olhar para a garota que amo pela última vez. Aceito minha morte e lanço um sorriso pra ela, mesmo que ela não sorria de volta para mim. Amoleço o corpo e deixo pensamentos escaparem de minha boca silenciosamente.

-Te amo, Tris.