Se Eu Morrer Jovem...

Capítulo Dezenove - Cato


Atravesso a sala do nosso andar bufando. A equipe toda me olha sem entender.

- Cadê ela? – perguntei

- Se trancou no quarto – Brutus respondeu – Ei Cato, o que houve?

- Nada. Eu explico depois – eu digo correndo e entrando pelo corredor. Bato na porta e grito o nome dela – Clove! Abre a porta, por favor, sou eu.

- Por que é que você não vai bater na porta daquela loira fútil e esfregar seus dedos no cabelo dela? – ela dizia cheia de ódio e ironia – O andar dela é o debaixo, se você pegar o elevador vai chegar lá rapidinho.

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- Que ódio, eu sabia que isso ia acontecer. – eu sussurrava pra mim mesmo –Clove, por favor, me deixa explicar.

- Vai explicar pra ela o quanto você está feliz por serem aliados. Aproveita e explica pra garota do 4 também porque agora eu entendi porque quer tantas garotas com aliadas.

- Que droga Clove, eu amo você, só você. Estou fazendo isso pra te proteger, é uma estratégia.

- Estratégia? – ela diz abrindo a porta. Me olhava cheia de raiva com aquele olhar mortífero e sanguinário que eu não conseguia desviar os olhos – Se esfregar em todas as garotas é uma estratégia agora?

- Não estou me esfregando em ninguém. – eu dizia enquanto entrava e fechava a porta do quarto – Eu só estou tentando ganhar a confiança dela. Se ela achar que eu gosto dela, vai ser muito mais fácil mata-la depois, quando tivermos que desfazer a aliança.

- E vai fazer isso com o Distrito 4 também?

- Não. Com ela isso não cola. – eu disse com mais tranquilidade. Aproximei-me dela e a envolvi em meus braços – Ei pequena, eu amo você, mais ninguém. Confia em mim.

- Eu confio Cato e também amo você. – ela também dizia mais tranquila – Mas você tem uma mania idiota de fazer as coisas sem me dizer antes.

- Me desculpe. Se eu pudesse matava todos eles agora pra ficarmos só nós dois. Eu e você, linda, perfeita e habilidosa. Faz todos os outros tributos ficarem com medo. Eu teria medo de você se não fosse a minha pequena.

- Pois mesmo que você não fosse o meu grandão ou não me quisesse mais eu não teria coragem de te machucar. – eu sorrio pra ela e a pego no colo. Ela sorri de volta pra mim – Sabe qual é o meu sonho?

- Qual? – perguntei

- Viver livre com você em qualquer lugar. Podíamos passar fome, frio, o que for, mas estaríamos juntos e livres, sem nada disso aqui. Só eu, você e Emily. Cuidaríamos dela.

- Seria perfeito. – então eu a beijo nos lábios e ficamos assim por um tempo. Quando nos separamos, eu digo com ela ainda no meu colo – Posso executar a minha estratégia? Prometo que não vou abusar.

- Sem beijo, declarações de amor ou coisa parecida? – ela pergunta.

- Sem nada disso. – respondo – E sabe o que mais? A ideia nem foi minha, foi do Brutus. Eu não aceitei muito de início, mas acabei concordando que é uma estratégia inteligente porque se sobrarmos só nós cinco no final, vamos ter que nos voltar uns contra os outros e vai ser mais fácil mata-la se ela estiver com cem por cento de confiança em mim.

- Eu sei, tem razão. Desculpe minha crise de ciúmes.

- Tudo bem. – eu dou uma risadinha – Você fica ainda mais linda quando está com ciúmes. – ela cora.

Sento-me com ela na cama e nos encostamos na cabeceira. Ficamos em silêncio por uns minutos, apenas pensando. Até que eu digo:

- Quer saber? Nós vamos sair vivos de lá, os dois. Eu não sei como vamos fazer, mas vamos vencer juntos e voltar pra casa. Nem que tenhamos que quebrar as regras.