Se Eu Morrer Jovem...

Capítulo Dezoito - Clove


- Cadê minha faca? Hã? Eu coloquei ela aqui. Onde você escondeu minha faca? – Cato gritava com o garoto do 6 por causa do sumiço de uma das facas que eu estava usando. É claro que a faca não era dele, era minha. Ele estava enfrentando o garoto por que ele tinha roubado a minha faca, mas Cato não podia sair gritando “Devolve a faca da minha namorada.”

- Eu não peguei a sua faca, tá maluco? Não sei onde está a sua faca. – o garoto disse tentando se defender. Alguns pacificadores surgiram, tentando separa-los.

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- Ele pegou minha faca. –Cato tentava soltar seus braços das mãos dos pacificadores e ir novamente pra cima do garoto.

- Eu não peguei nada, me larga.

- Eu vou te pegar vagabundo, você vai ver. – ele disse lhe ameaçando.

- Quer me largar? Sua faca não estava ali.

- Vamos acabar logo com isso? O que acha? – ele apontava o dedo na cara do garoto enquanto os pacificadores o arrastavam pra longe – Melhor vamos esperar pela arena porque você vai ser o primeiro que eu vou pegar. Espera pra ver.

A treinadora apita ordenando para que todos voltem à formação.

- Você não sabe com quem tá se metendo moleque. –ele continua as ameaças.

Depois do treinamento vamos para o almoço. Mas diferente das outras refeições, almoçamos todos juntos na sala de jantar fora do salão. A maioria dos tributos sentam-se sozinhos, esses provavelmente não formariam nenhuma aliança durante os jogos. Sentam-se juntos apenas os dois do 12, os garotos do 6 e 8 que enfrentaram Cato por causa da faca e nós, os cinco carreiristas.

- Olha lá a garota do 12. – Marvel disse – Ela e o menino parecem bem amigos, né? Eles não param de conversar.

- Qual o nome dele, alguém sabe? – Cato perguntou.

- Peeta, eu acho. – respondeu Tara – Mas por que quer saber?

- Pensei em uma aliança. Se ele a conhece tão bem assim, vai nos ajudar a mata-la.

- Qual é cara? – Marvel disse rindo – Eles são do 12. Vão morrer na cornucópia.

- Ela é esperta demais pra morrer na cornucópia. – Cato retrucou. – Ela provavelmente nem vai pra lá, aposto que vai correr pro outro lado. E não podemos perder a oportunidade de matar o máximo possível só pra ir atrás dela.

- E acha que ela vai querer ficar sem nenhuma arma? – Perguntou Glimmer.

- Ela tem patrocinadores, conseguiu quase todos ontem no desfile. – Cato dizia com uma certa raiva.

- Eu pego ela! – eu disse interrompendo a discussão – Arrumo rápido um estojo de facas e acerto ela, independente de onde ela for. Enquanto isso, vocês cuidam dos outros e peguem o máximo de suprimentos e armas possíveis, dai dividimos as armas entre nós de acordo com a habilidade de cada um.

Parece que todos concordaram porque permaneceram em silêncio por alguns minutos. Então Glimmer começou a enrolar uma mecha de seus cabelos loiros no dedo e olhou pra Cato, tentando seduzi-lo.

- Dai a gente monta um acampamento e dormimos juntos, não é? – ela dizia pra todos, mas olhava apenas nos olhos dele.

Eu dei graças a Deus por não ter uma faca ali no meu bolso porque eu ia enfiar na garganta daquela garota antes da hora permitida. Mas o que me fez mais raiva foi o que aconteceu logo em seguida: Cato sorriu pra ela e alisou outra mecha de seu cabelo.

- É claro. – ele disse olhando nos olhos dela – Vai ser ótimo acamparmos juntos.

Eu me levantei da cadeira cheia de ódio, mas tentando contê-lo pra que ninguém desconfiasse.

- Eu vou pro meu andar. – eu disse – Quero descansar um pouco, vejo vocês amanhã.

Então sai da sala de jantar e peguei o elevador.