Pegou o copo com a segunda dose de Cubalibre da noite e saiu andando pelo Pub. Estava num péssimo dia, tudo o que era possível (e o que não era também) dar errado, dera. Fora demitido, um idiota sem seguro batera no seu carro. Descobrira que a noiva gastara a poupança do casamento em dividas de jogo, o cachorro do vizinho cavucara seu lindo jardim e as últimas moedas da carteira tinham sido pra pagar as duas únicas doses de bebida que iria ingerir aquela noite.

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Tinha que pensar positivo: pelo menos não ia dirigir bêbado já que estava liso. Lado positivo? Como? Mesmo que enchesse a cara nem carro ele tinha mais!

Suspirou.

Os olhos percorriam o local, mas todo mundo parecia acompanhado e bem feliz, obrigado. Exceto por aquele loiro sentado no balcão, com um copo na mão e um ar distante. Estaria sua sorte mudando?

Avançou com passos predatórios. Parou perto do loiro e, com um sorriso que achava sedutor, lançou:

Imagina um coco numa ladeira. Rola ou não rola?– mal lançou a frase e se arrependeu. Só podia ser culpa da bebida.

O loiro arregalou os olhos cinzentos de leve, parecendo indeciso entre mandá-lo a merda ou rir do que acabara de ouvir:

– Fala sério. – acabou sorrindo torto antes de fazer um gesto em direção a banqueta vaga ao seu lado.

É. Talvez a noite não fosse de todo perdida.

Fim.