Two Kinds Of Hope

Capítulo 7


Então eu decidi começar uma missão de espiã-super-demais, para descobrir quem gosta do garanhão galã que é Luke. Porém, ele não sabe ainda. Na verdade, nem eu sei direito o que eu vou fazer, mas eu vou dar um jeito de achar essa garota e depois vou obrigar ela e Luke a se casarem. E tem filhos e os filhos vão ter a letra igual a da mãe e vou escrever coisas sobre as pessoas que eles gostam que nem a garota misteriosa fez.

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TALVEZ eu esteja sonhando um pouco mais do que o permitido, mas ninguém sabe no que eu estou pensando, então que mal faz? Só estou pensando na felicidade de Luke. Eu não contei pra ele sobre o que estava escrito lá também, porque ele não acreditaria ou mandaria que eu deixasse para lá. Mas eu não vou deixar pra lá. E eu não vou desistir. Eu vou achar essa garota se não meu nome não é Axl.

A primeira coisa que eu fiz nessa missão foi tirar a foto da prova do crime. Adam ficou me perguntando porque diabos eu estava tirando foto da porta do banheiro e eu só mostrei o dedo do meio para ele e mandei ele continuar o trabalho. Ele não me encheu mais, graças a Deus e eu consegui tirar pelo menos UMA foto boa com a câmera do meu celular. Depois disso, eu fiz upload dela no meu computador e imprimi (me sentindo uma agente 99), não perdendo a chance de andar sexy pelo meu quarto enquanto eu pensava no próximo passo. (Não se iluda. Eu só TENTEI andar sexy.) Agora, só falta dar continuidade a missão. Mas não posso pensar nisso agora, porque eu estou no treino de luta do Luke... lutando com ele.

-Por que eu concordei em fazer isso mesmo? -Eu pergunto, me abaixando mais do que eu deveria para me desviar de um soco que ele ia me dar. Mas não tão forte, eu espero. E então agarrando as pernas dele em pânico, já que eu estou abaixada. Ele cai no chão, mas segura meu braço e eu caio deitada do lado dele também. -Idiota.

-Porque você é minha querida amiga e vai me poupar de ter que lutar com algum fortão da sala. -Ele diz, baixo, pra ninguém ouvir.

-Até parece que você não conseguiria acabar com algum deles. -Eu digo, tentando retomar com a respiração normal.

-Esse é o problema. -Ele diz, me levantando em um segundo porque o lutador/treinador está chegando perto da gente. -Eu não quero bater neles. -Eu tento dar um soco de propósito nele depois dessa.

-E você quer bater em mim?! -Eu grito, e ele pega minha mão e torce, fazendo com que eu vire para não quebrá-la. -Você é uma merda de amigo.

-Cale a boca. Eu não bati em você nenhuma vez até agora.

-E nem vai. -Eu giro de novo, e empurro ele pro chão. Ele vai, de propósito ou não. Eu boto meu pé descalço no peito dele, e faço minha dancinha da vitória. Eu, como uma boa agente 99, deveria prever o seu próximo passo. Mas eu fui burra demais e infelizmente não prevejo quando ele puxa meu pé e eu caio no chão. De novo. -Ai!

-Ah, você mereceu. -A gente levanta. Eu faço minha pose de lutadora de karatê. -Abaixa. -Ele diz e eu abaixo rápido o bastante para ele não chutar meu estômago... ou meu rosto.

-POR QUE VOCÊ FICA ME CHUTANDO?

-Isso se chama luta, Axl. -Ele diz, como se eu tivesse cinco anos. Eu levanto e dou um tapa na cara dele. Ele me olha chocado.

-Ai?!

-Isso se chama luta. De verdade, Luke. -Eu replico, no mesmo tom que ele usou para falar comigo. Ele corre em minha direção, e me abraça. Mas não é um abraço amigos-para-sempre. É um abraço eu-vou-te-levantar-pra-te-jogar-no-chão-com-mais-força. E é exatamente isso que ele faz. Mas eu puxo a camiseta dele, e ele cai em cima de mim, e então eu empurro ele para o lado. -Eu estou tão brava com você agora.

-Ah, me poupe. -Ele dá um empurrãozinho no meu ombro. -Como foi a detenção com Mr. Encrenca? -Faço uma careta.

-Falando assim até soa sexy. -Ele faz um som provocador, e se apoia no cotovelo, olhando desconfiado. Felizmente, não há nada para ele desconfiar. -Ele é um canalha, Luke. Nós ficamos limpando o banheiro das meninas, enquanto eu lia as mensagens de amor que todas as meninas escrevem nas portas pra ele. -Tenho que usar todas as forças (que me restam) pra não contar pra ele sobre a garota. Me pergunto se ele ao menos gosta de alguém, ou sabe que... que é possível que alguém goste dele. Será que ele tem consciência dessas coisas? Quero perguntar, mas fico calada, porque isso deixaria ele mais desconfiado ainda sobre o que aconteceu hoje mais cedo, durante a detenção/trabalho escravo.

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-Quanto tempo você tem que fazer isso com ele mesmo?

-Três meses. Os três meses mais longos da minha vida. -Mas logo que eu falo, eu sei que é mentira. Os três meses mais longos da minha vida foram relacionados a minha mãe. Entretanto eu não gosto de pensar nisso. Então, prefiro acreditar nas minhas palavras. As que eu acabei de dizer.

-Vai passar rápido.

-Eu espero. Já podemos dar o fora daqui? Quero tomar sorvete, e você? -Ele levanta, e me puxa para cima também. O lutador/treinador não está em nenhum lugar no nosso campo de visão, então sentamos em uma das cadeiras da sala, e ele me passa a garrafa de água.

-Beleza. Eu também, aqui está bem quente.

-É. -Concordo, e o sinal que diz que a hora acabou toca, e eu e Luke nos jogamos no chão em agradecimento (e em parte para mostrar pro treinador como estamos exaustos de TANTO lutar) (mas nem tanto). O chão está geladinho e é gostoso ficar assim, mas temos que levantar, para tomar sorvete, o que é bem melhor que esse chão.

Quando nós saímos do lugar, estamos com roupas diferentes e bem mais refrescados. Eu troquei meu short e minha camiseta regata por uma calça jeans, regata e chinelos e Luke está de bermuda com a camiseta do Ramones, que o pai dele é meio viciado, assim como o meu pai.

Nós vamos andando até a sorveteria e entramos esfomeados. As atendentes do lugar são legais e tem nossa idade, parece. E elas não param de olhar para Luke, mas se ele percebe não diz nada. Talvez Adam esteja certo e ele seja gay.

Não. Eu tiro esse pensamento da cabeça, por dois motivos. O primeiro é que Luke não é gay. E disso eu tenho CERTEZA. Porque... Luke me beijou na oitava série. Eu não sei exatamente o motivo, mas ele diz que me achou bonita e legal e simplesmente me beijou. Mas então... então a coisa ficou esquisita entre a gente até ele falar que não sentia nada por mim mas queria ser meu amigo. E estamos sendo parceiros no crime desde então. Sem mas beijos. Sem mais coisas esquisitas entre a gente. E o segundo motivo é que no dia que Adam estiver correto em alguma coisa, eu posso me matar. Porque tudo no Adam e tudo que o envolve é simplesmente errado.