Acredita Em Nárnia?

Brincadeira de criança.


Lúcia esperava seu irmão na esquina, enquanto observava o saquinho com dez bolinhas de gude. Pareciam pequenas Via Lácteas. A representação no museu era linda.

-De onde vieram? - perguntou Edmundo.

-Eu ganhei. Bonitas, não?

-Bastante. Soube o que fez ontem na aula.

Ela tinha certeza que não havia contado para ele.

-Não fiz nada alem de mostrar meu desenho.

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-E pegar Molly na própria cilada.

-Não fiz nada!

-Tenho amigos lá Lúcia, não minta igual das outras vezes.

-Eu não menti! Não fiz nada!

-Observar os hábitos do inimigo e prever seus ataques não é nada?

Ela abaixou a cabeça envergonhada. Seu irmão havia travado diversas batalhas, e não podia enganar um perito nelas.

-Acho que fez muito bem. Mas usar seus conhecimentos em alguém que é ignorante não é nada sábio.

-Falou o que faz coisas muito sábias. - ela murmurou.

Ele ergueu uma sobrancelha. Deu de ombros e voltaram para casa. A resposta de sua família ainda não havia chegado. Subiu e fez sua tarefa, assim como seu irmão. Olhava pela janela, e viu algumas crianças brincando no parquinho.

-Edmundo, vou sair e já volto.

-Posso saber aonde vai?

-Lá embaixo.

-Tudo bem.

Ela pegou o saquinho de bolinahs de gude e desceu. Era três garotos, que não deviam ter mais de dez anos. Um tinha cabelos loiros, outro castanho e outro preto.

-Oi. - ela falou tímida. - Vocês sabem jogar bolinha de gude?

Os meninos começaram a rir.

-É claro. - falou o de cabelos castanhos. -Eu sou o Lince.

-Sou Ruan. - falou o loiro.

-Sou Celso. - falou o de cabelos pretos.

-Me chamo Lúcia. Ensinam-me a jogar?

-Sim. - falou Ruan.

Ele pegou um giz, e desenhou um círculo no cão.

-É o seguinte, Você joga todas as bolinhas no círculo, pega uma e tenta tirár o resto do círculo. Quem tirar mais ganha.

-Então tá.

Lúcia conseguiu tirar apenas duas. Acabou que Celso ganhou.

-Valeu meninos. Nos vemos por aí.

-Tchau. - eles falaram.

Já sabia jogar, agora faltava alguém com quem jogar.