My Dragon Tale

Destemida.


\"\"


“A alma? Sumida sob a besta.”

Eça de Queirós.



Acordei já na cama, sem me lembrar de como havia ido parar ali.

Estranhamente me sentia aquecida. E estranhamente eu sentia um peso incomum sobre minha cintura.

Devagar sentei-me sobre a cama, e quando o fiz foi apenas para constatar que um ruivo um deitado ao meu lado. Sua expressão era serena e seu cabelo parecia uma juba... quase como um leão adormecido.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Aos poucos ia me lembrando que ele passará a noite inteira ao meu lado, explicando a nossa relação. Disse– me que eu estivera desaparecida por três meses, sem deixar rastro algum. Explicou a mim o que era um espirito celestial e que, sem tentar me deixar mais confusa do que eu estava, ele era um espirito.

Tentei, inutilmente, me levantar. E fui impedida por seus braços fortes e musculosos. O que ele pensa que esta fazendo?

—Loki... – Digo, remexendo– o para que me soltasse. – Loki! – Exalto– me quando percebo que não estou conseguindo. Por fim, puxo– o pela gola da camisa e, porque ele é muito pesado, acabei perdendo o equilíbrio e caindo da cama, deitando minhas costas no chão e puxando– o comigo.

Senti-o acordar e se sentar – sobre mim – esfregando os olhos.

—Lucy, se queria me acordar bastava ter me chamado – murmurou sonolento.

— Mas eu chamei... Ah, Loki sai de cima de mim – pedi, logo vendo-o arrastar-se de volta para a cama.

Preguiçoso.

Suspirei, para logo erguer-me. Meus olhos pousaram novamente na figura adormecida. Bom, ao menos ele é fofinho enquanto dorme...

Mas antes que eu pudesse pensar em algo, senti que estava esquecendo de algo. Ou alguém, para ser mais especifica. Ele estava faltando.

Suspirei.

Toc Toc.

—Loki, estão batendo na porta. – Falo, remexendo– o ante as cobertas, morta de medo e receio.

—Certo, eu já vou abrir. – Responde– me ele, sentando– me a força sobre a cama.

Cobri– me com as grossas cobertas e fiquei a escutar quem estava na porta.

—Erza?

—Bom dia Loki. – Diz a voz, calma. – Vim ver como a Lucy esta.

—Ela está bem.

—Posso vê-la?

—Se ela quiser.

—Mas antes... Você pode me explicar o que foi aquilo ontem?

—Natsu é um idiota. Ele não entende que ela está confusa agora. Não sei o que ele estava tentando fazer, mas aquilo não me agradou em nada.

—Entendo... – ouvi-a dizer. – Posso... Entrar?

Não. Não, não. Não!

—Lucy... – me encolhi sobre a cama e puxei o cobertor para cima de mim.

Nikkõ... Eu quero você aqui comigo.

—Acho melhor você não entrar Erza...

—Por favor, Loki, eu preciso vê-la.

—Mas ela não quer ver você. Ela não quer lembrar-se de você ou de qualquer outra pessoa da guilda. – argumentou Loki. – Vai apenas assusta-la mais.

—Tudo bem. Mas alguma hora ela vai ter que ir nos ver Loki. O mestre esta preocupado.

—Quando ela se sentir pronta irá, Erza. – Terminou firmemente, vendo a ruiva sair a passos bruscos.

Retirei os lençóis de cima do meu corpo, vendo o ruivo vir na minha direção.

—E pior de tudo isso Lu–chan... É que ela esta certa. – Comentou calmamente. – Se você quer mesmo recuperar suas memorias terá de voltar a viver a sua antiga vida.

—Mas Loki...

—Eu não vou força-la a nada, você sabe disso. Apenas estou te falando isso.

—Então você pode me trazer as minhas chaves? – Perguntei, pois havia ouvido muito delas na noite anterior. Se eu era, de fato, tão apegada a elas como não teria nenhuma memoria com as mesmas?

—Eu já volto. – Falou o espirito.

Continuei de pernas cruzadas na cama, esperando ansiosamente.

O que poderei descobrir com as chaves?

Loki trouxe o molho de chaves e percebi que eu deveria ser bastante forte para ter tantas. Algumas eram douradas e outras prateadas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—São elas?

—Sim. – Respondeu-me ele, com um sorriso. – Tome, são suas mesmo. – Ele deu a mim as chaves com extremo cuidado e quando as toquei senti uma onda abrasadora de energia tomar conta do meu corpo.



“—Juro proteger você e seu lindo corpo.

—Promete?

—Sim! – Gritou um homem vaca gigante.

—Eu não vou deixar você partir!

—Os espíritos são meus amigos e a minha família. Não os trate como objetos!

—É hora da punição Hime?

—Trate de voltar para mim! Custe o que custar!”



Depois de um lampejo de memorias distorcidas eu voltei a abrir os olhos e já me lembrava de como usar os espíritos, o sentimento forte que tinha por ele não desapareceu:

—Lucy?

—Loki... – Murmurei com ar sonhador, lembrando-me de como ele havia virado o meu espirito. – Nunca mais pense em fazer aquilo de novo, entendeu, rei dos espíritos? – Falei e ele começou a soluçar, abraçando-me:

—Lucy! Você se lembrou de mim, Lucy... Lembrou de todos nós...

—Sim... Eu lembrei de todos vocês... – Respondi, acolhendo-o em meus braços. Respirei profundamente antes de morder o lábio inferior. A minha decisão está mais próxima do que eu pensava. O momento havia chegado.

Eu me lembrava que eu era uma maga, como usar os espíritos e também em como os amava:

—Eu acho que terei de ir para aquela guilda...

—Tem certeza Lucy? – indagou-me Loki por mais uma vez em menos de dez minutos.

Puxei o ar mais fortemente para meus pulmões enquanto limitava-me a um aceno de cabeça.

Eu... Eu tinha de fazer isso. Quero dizer, uma hora ou outra eu teria de o fazer, e quanto mais cedo... Melhor.

Voltei a morder o lábio com certa forma enquanto sentia a tensão de meu espírito próximo a mim. Eu já podia avistar a construção da guilda, assim como podia ouvir certo zum-zum-zum vindo lá de dentro.

Será que... Estariam brigando... De novo?

Juntei as mãos frente ao peito temendo o que viria a seguir, mas... Eu não podia recuar agora. Precisava fazer isso. Por mim. Por Loki. E por... Nikkõ.

—Pronta? – o ruivo quebrou o silencio enquanto aproximava-se mais de mim e passando o braço por sobre meus ombros. Claro que isso me incomodou, mas era melhor assim eu acho. Quero dizer, ficaria mais fácil para me salvar se ele estivesse junto a mim.

Acenei levemente sentindo o nervosismo aumentar mais e mais.

Devagar ele empurrou as portas de entrada do estabelecimento.

Se do lado de fora eu podia ouvir o constante barulho de coisas sendo arremessadas e quebradas, quando as portas foram abertas apenas pude constatar que ali estava acontecendo uma guerra... ou algo bem próximo disso.

Nikkõ.... Me salva, por favor...

Hesitei por um momento, este que fora suficiente para que notassem minha presença ali. Senti minha respiração falhar por um segundo, tal como meu coração pareceu fraquejar uma batida.

—Luuceee!! – foi o grito daquele garoto de cabelos róseos que chamou minha atenção e despertou o restante dos presentes.

Se quer tive tempo de piscar e já vi várias pessoas ao meu redor falando coisas que não pude entender – ou compreender.

—Se aquietem pirralhos! – uma voz assustadora ecoou. Encolhi-me nos braços do ruivo buscando a origem daquilo. Arrependi-me no mesmo instante em que vi um gigante.

Onde fui me meter, Nikkõ?

—Lucy? – Murmurou alguém que não reconheci a voz:

—Eu vim... – Comecei e antes que pudesse terminar senti alguém me puxando dos braços do leão e puxando-me, abraçou-me com força:

—Ficamos preocupados com você. – A garota que havia me puxado tinha cabelos platinados e uma roupa rosa fofa. Apesar de tudo, ninguém chegou perto de mim enquanto eu estava em seus braços, surpresa pelas suas lagrimas. – Muito preocupados Lucy.

—Todos ficamos Mira. – Suspirou Loki com uma expressão carinhosa.

—Vocês gostavam de mim? – Perguntei surpresa pela minha vontade de chorar naquele instante.

—Nós te amamos Lucy. – Falou o rosado, com um sorriso cordial.

E assim a festa começou.



—Tudo bem se eu te levar pra casa, então? – Perguntou Natsu.

Algumas horas se passaram desde que vim para a guilda. Todos se apresentaram e aos poucos foram se apresentando e falando a mim como éramos amigos.

Percebi que Natsu, o de cabelo rosa, estava sempre perto de mim e queria sempre ter um momento a sós comigo. Apesar disso, sentia uma sensação estranha ao senti-lo perto, como talvez a garganta presa e a sensação de desconfiança.

—Não precisa, eu posso ir sozinha. – Respondi, lembrando-me de como ele me agarrará na noite anterior.

Algo me dizia que eu não deveria confiar nele logo de cara e segui esse instinto. Já que Nik está longe, tenho que improvisar e me virar com os meus próprios conselhos falhos.

—Tem certeza? – Insistiu ele e arqueie uma sobrancelha.

—Tenho. – Relutei, convicta.

Ia saindo da guilda, mas este me impede:

—Preciso te perguntar algo. – Ele segurou o meu braço antes que eu pudesse abrir a porta. Ninguém percebe por causa da musica e da bebedeira.

—O que é?

—Você se lembra de mim? – Obviamente neguei com a cabeça, mas ele insistiu novamente – Não se lembra do que passamos juntos? Do que vivemos? – Observei seus olhos num tom ônix fervilharem de animação.

—Não, eu não me lembro de nada. – Eu notei que ele podia ter segundas intenções, por isso, tentei ao máximo me desprender dele.

Consegui e sai dali o mais rápido que podia.

Eu sentia que, se continuasse perto de Natsu algo ruim iria me acontecer.

A noite parecia mais calma longe da Fairy Tail. As estrelas brilhavam em serenata a linda lua cheia, que iluminava o meu caminho.

Caminhei calmamente até em casa, sem a mínima interrupção. Entrei em casa e mirei algo diferente na minha mesa.

Era um pequeno bilhete de cor branca, com os seguintes escritos:

“Escreva a mim um diário”

A letra era a mesma, mas eu não imaginava como Nikkõ havia me enviado um bilhete. Talvez fosse uma parte de sua magia, mas não poderia deixar de negar.

As letras do bilhete mudaram quando me perguntei como faria isso:

“Apenas escreva o que aconteceu no seu dia, uma folha por dia.”

Sorri com a versatilidade e praticidade de tal pequeno pedaço de papel, buscando onde deveria guardar folhas.

Procurei na escrivaninha e tive sucesso, achando diversas folhas e também um tinteiro. A tinta estava seca e tive que jogar agua para que voltasse a ficar boa.

Peguei a pena, sentando-me a frente da escrivaninha pronta para anotar o meu dia. Aquilo parecia tão bom.

Comecei:

“Nik, já faz um dia que você me deixou aqui sozinha.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Bem, eu não fiquei brava. Não de verdade.

Depois que você foi embora ontem vieram me fazer uma visita e nessa visita conheci um dos meus espíritos: Loki. Na verdade, recuperei um pouco das minhas memorias. Lembrei dos meus espíritos.

Ainda que seja bem pouco do que costumava ser, fico feliz de ter me lembrado de como eles são importantes para mim e que, mesmo não querendo, nunca ficarei desprotegida com estes por perto.

Ah, hoje também fui na minha antiga guilda, Fairy Tail.

Foi bem assustador no começo, mas depois percebi que eles eram bem engraçados e tontos e que gostavam muito de mim.

Mas eu tenho que te confessar uma coisa.

Natsu Dragnell me causa arrepios. Não pela aparência, longe disso, mas parece que... Sempre que eu vou chegar perto dele algo ruim vai acontecer comigo.

Com você acontece a mesma coisa?”


Olhei o relógio e percebi que algumas horas haviam se passado com rapidez.

Talvez fosse pelo fato deu estar animada para escrever. Ou pelo fato disso ser para Nikkõ.

De qualquer forma, comi um pedaço de pão e deitei.



O Sol abriu-se no céu como em todos os dias.

O meu diário já tinha dez páginas escritas, frente e verso, com informações de cada dia descrito.

Todos os dias, ia até a guilda, onde descobriu um pouco mais sobre o meu passado.

Mas a minha lembrança mais querida ainda era a do beijo que Nikkõ havia me dado no dia em que nos separamos e também da promessa que havíamos feito.

Todos os dias, eu ansiava pela sua volta.

Ainda que, esperançosa, desejasse ardentemente seu sorriso.

Finalmente despertei por completo, deixando as cobertas e sentando na beira da cama. Bocejei e esfreguei os olhos, ignorei o sono e fui até o banheiro. Tinha uma toalha pronta lá para o meu banho matinal.

Tomei um banho rápido, saindo de toalha e pegando uma roupa qualquer.

Vesti-me comendo um pedaço de pão com manteiga derretida, olhando a janela coberta pela cortina rosa claro.

—Hum! Hum! Agora sim! – Disse totalmente pronta.

Sai de casa.

Eu estava indo para a guilda, como um ritual a cada dia.

Tomei o caminho de sempre, notando as mesmas pessoas de sempre. Elas pareciam ser gentis.

As chaves estavam presas na minha cintura e Plue me seguia caminhando:

—Acha que hoje vai ser um dia bom, Plue?

Ele fez um “plue” animado e ri:

—Acha que Nik volta logo? – Perguntei, e dessa vez ele ficou confuso. – Bem acho que devo pegar uma missão.

E a ideia continuou martelando na minha cabeça. Era hora de fazer isso?

E Nikkõ não dava sinal de vida além do bilhete no primeiro dia. Isso me deixa preocupada.

Cheguei na guilda e fui até o balcão:

—Bom dia Mira! – Falei animada.

—Bom dia Lucy. Está animada hoje! – Peguei Plue e o sentei no meu colo. Sorri:

—Eu quero pegar uma missão hoje, Mira. – Respondi, deixando-a surpresa.

—Não é meio cedo ainda Lucy?

—Ué Mira! Eu não sou mais criança!

—Eu sei Lucy. – Ela sorriu ao meu jeito infantil – Mas não seria melhor esperar o seu time voltar de missão? O Natsu, a Erza, o Gray e a Wendy foram semana passada e já devem estar voltando.

—Eu preciso fazer isso sozinha. – Informei.

—Porque não leva alguém então? É perigoso ir totalmente sozinha.

—Afz. – Resmunguei entediada. Poxa! Todo mundo saia em missão menos eu.

—Você parece uma criancinha. – Resmungou Gazille, com Levy ao seu lado.

—Vá comer ferro, vá brutamontes. – Ralhei. – Vou pegar uma missão. – Foi o que falei, levantando e arrancando a primeira coisa que vi no mural de missões.

—Lucy!

—Parti! – Gritei de volta, sem me importar.

Não sei qual era a Lucy que eles conheciam, mas eu não sou tão boba assim. Se é para recuperar as minhas memorias eu preciso ficar mais forte e confiante e nada melhor que uma missão para isso.

—Hum! Quem eles pensam que são, Plue?

Ele olhou convicto assentindo.

Caminhei a passos rápidos até em casa e chegando lá mirei melhor a missão.

—Buscar um livro magia numa biblioteca abandonada e ainda trazê-lo em perfeito estado. – Não parecia tão difícil.

Nem deveria ser complicado.

Era achar um livro e pronto.

Pena que não fosse tão fácil.

Bem, eu fui até a cidade do pedido. Falei com o dono do pedido e ele me garantiu que nada de ruim aconteceria comigo.

Era só uma biblioteca abandonada né?

—Olha aquela garota está indo para aquele lugar...

—Ela deve querer morrer...

—Será que falaram a verdade para ela?

Ignorei isso, pensando no que eles tentavam me dizer e as minhas respostas pessoais pareciam se nexo.

Talvez fosse algo da minha cabeça, mas continuei em frente.

Sabe quando você está assistindo um filme de terror e vê a mocinha ir pra armadilha e pensa: “Menina Idiotas! Sai Dai!”

E depois começa a tocar aquela musica de terror?

Era eu.

Desnecessariamente, pensei que não precisaria usar as chaves quando entrei na biblioteca abandonada e cheia de teias de aranha, juntando o fato de ter também alguns animais mortos.

De repente comecei a escutar vozes e isso me assustou.

Era como se todo o meu corpo fosse consumido e inebriado por elas. Dissonante ao resto do mundo.

Corri sem direção, virando para trás e percebendo que deveria ter sido pega em alguma armadilha e ainda por cima, para me ajudar, minhas chaves haviam sumido.

—Droga! – Exclamei desesperada, pedindo aos céus que Loki pudesse me detectar como naquela noite, mas parece que foi inútil. Ele não veio.

Continuei a correr e o corredor parecia não ter fim.

Parecia que eu estava num dos contos que Gazille insistiu em me contar.

As tabuas rangiam quando eu passava e o som das vozes ficava mais alta, como se cantassem algo.

Insisti a mim mesma que não choraria ou gritaria se algo acontecesse.

Não podia ficar ali...

Nikkõ... Levy... Erza...

Todos eles gostavam de mim e eu não quero desaparecer novamente.

“Lacrimosa...”

Continuei correndo e senti algo bater em mim, parando-me e levando-me ao chão.

Deitei a cabeça no chão, mas tive medo de abrir os olhos e ver o que era:

—Rogue... – Sussurrei.

—Eu estou aqui. – Respondeu.

—Não não está. – Falo por fim, acreditando que isso faz parte de uma ilusão. E deveria mesmo fazer.

—Então isso não é real? – Sinto um corpo sobre o meu, pesado e intenso. Meus olhos se abrem e encontram um outro par só que da cor rubi enérgica. Os cabelos não estavam mais tão longos, agora disciplinados e alinhados, mas as roupas continuavam pretas mesmo que diferentes. Seu hálito era refrescante e frio perto do meu rosto.

—É uma ilusão desse lugar. – Respondo, sem saber porque.

—Se eu fosse mesmo uma ilusão faria isso? – Ele se inclinou ainda mais sobre meu corpo, beijando meus lábios com suavidade e leveza. Seus lábios tinha o doce gosto do mel e o suave tom da inocência.

Escutei uma replicação atrás de nós e antes que eu pudesse perceber, o toque ficou muito mais intenso e enérgico. Ele não queria que eu me importasse com nada além dele? Foi o que fiz.

Passei meus braços por sobre seu pescoço e o puxei para mais perto, intensificando seu beijo e fazendo arfar levemente:

—Vocês vão ficar no chão mesmo? Que romântico. – Disse uma voz que eu reconheci inconscientemente. Rogue apenas relaxou e suspirou:

—Está com ciúmes? – Perguntou o moreno, a meia luz de uma pequena vela na mão loiro.

—Humpt. Porque eu estaria? Metade das garotas dessa cidade estão aos meus pés.

—O que está acontecendo? – Pergunto.

—Você está nos atrapalhando. – O rapaz loiro fala novamente e depois desse tom, lembrei-me do seu nome. Sting Eucliffe. – Cheney, vai ficar ai no chão ou vai me ajudar a pegar o idiota?

—Vou cuidar da Lucy, você pega o idiota.

—Argh! Você é um cretino, Rogue. – Sting fala bufando e desaparece a passos largos.

—Rogue-kun... – Sussurrei. Era a segunda vez que o chamava assim e isso o fez sorrir.

—Vamos sair daqui.

—Espere! As minhas chaves! – Insisti, quando ele me levantou e tentou me puxar para fora.

—Sim, vamos acha-las então. – Ele enlaçou seus dedos nos meus e começamos a caminhar juntos. – O que você veio fazer aqui?

—Vim fazer uma missão.

—Aqui?

—É. E você?

—Eu arranjei um trabalho meio complicado de se explicar aqui. Quando saímos eu explico.

De repente, senti-me sendo puxada para longe dele, caindo ao chão:

—Ou você me entrega o livro de volta ou vou machucar ela. – Falou um homem, puxando-me para seus braços.

Não acredito que fui burra a esse ponto.

—Não se importe comigo... – Resmunguei. – Esconda o livro.

—Melhor. Eu vou proteger os dois.

—Ora seu acha que... – Antes que o homem pudesse ver, como eu, foi acertado por um soco forte e cai no chão, gemendo. O moreno me puxou para seus braços, percorrendo meu corpo com os olhos.

—Tudo bem? – Sussurrou.

—Hum. – Consigo responder.

—Sting, ele está aqui. – Chamou Nik num tom alto e em seguida metade do teto desabou e o loiro apareceu:

—Posso aniquila-lo ou não?

—Ele tem que ir para o QG.

—Nossa, você é um estraga prazeres de marca maior, Rogue! – Ralhou o loiro, puxando “carinhosamente” o bandido.

—Que seja. – Sinto as mãos do rapaz puxarem-me pela cintura e este encostar seus lábios no meu ouvido. – Pode me esperar lá fora?

—Só saio se você vir comigo. – Digo e isso deixa-o levemente espantado:

—Eu sei. – Ele beijou os meus lábios rapidamente, deixando-me com Sting e o bandido.

Talvez Sting não seja tão ruim assim e...

—O que você viu no magrelo?

E eu estava errada!

—Você é sempre tão idiota assim?

—E você é sempre tão grossa assim?

—Você é ridículo.

—Ridículo é o fato de você estar com o Rogue.

—Estar?

—Vocês não estão namorando?

Não pude responde-lo, pois escutei o moreno caminhar na nossa direção:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Vamos?

—Sim. – Respondemos eu e o loiro juntos e depois nos fuzilamos mutuamente.

Rogue me tinha por perto e dessa vez reparei bem no que ele estava vestindo, já que tinha me acostumado a escuridão. Ele usava uma espécie de terno preto e uma blusa branca por baixo, com um colete por cima. Calças jeans e botas de cano alto com solado grosso.

—O que foi? – Perguntou ele, passando a mão no cabelo.

—Você não me mandou nenhuma outra carta. – Falei.

—Não tive tempo, Lucy.

—Porque?

—Porque eu queria mudar por você. – Respondeu ele e antes que pudesse ficar emocionada, ele sorriu encantadoramente. – E eu mudei... Mudei porque você é especial demais para mim.

—Blé, que agua com açúcar! – Sting estragou o clima e eu o fuzilei. Não tive tempo de responder a altura, o homem que Sting arrastava puxou-me novamente para perto dele e dessa vez, uma espada afiada pendia contra o meu pescoço.

—Lucy! – Gritou Rogue.

—Solte ela. – Sting ordenou rosnando.

—Dê-me o livro.

—Não façam isso. – Insisti e ele cortou um pouco do meu pescoço, fazendo o sangue escorrer pelo meu pescoço e começar a manchar as minhas roupas.

—Que livro?

—Esse. – Não era um livro grande, mas eu podia ver que ele ressonava com os dois rapazes. – Sabe que livro é esse não sabe?

—Sim. – Os olhos de ambos brilharam mutuamente – Ta legal. Se você soltar a garota agora, eu posso pensar se não devo acabar com a sua raça.

—E porque eu faria isso? Eu vi como seu amigo gosta dela, agora vocês estão nas minhas mãos.

—Eu não gosto dela. Faça o que quiser com ela.

—Sting! Não faça isso!

—Eu não vou perder esse livro. Você arranja outra namorada, Rogue. – Falou ele e engoli em seco.

Tive de fazer algo.

Pisei no pé do idiota que havia me machucado e forcei a espada dele a cair no chão. Peguei a espada e por fim apontei para o peito dele:

—Da próxima vez, não me machuque, imbecil. – Resmunguei, transpassando a espada no ombro dele antes que ele pudesse reagir a isso.

Rogue estava sorrindo surpreso e Sting estava de boca aberta:

—Ela perdeu mesmo a memoria? – Perguntou pro moreno.

—Acho que sim. – O moreno respondeu.

—Vão ficar ai parados ou vão pegar o idiota aqui?

—Te dou um machado se você machucar ele mais. – Sting fala.

—Ou você pega ele agora, ou eu vou furar você. – Indaguei furiosa.

Ele simplesmente riu.

—Vamos logo Sting, não temos o dia todo.