O Mistério Da Fera

Capítulo 9 - A alteza tem medo... Medo de perdê-la


Gisele sorriu para Estevão e ele retribuiu. Os dois pareciam apaixonados. Mas por que o feitiço ainda não havia sido quebrado?

- Estevão...

- O que foi? – Ele acariciou seu rosto.

- Posso visitar meus pais?

- Não. – Ele falou, sem medo de ser grosso.

- E por quê?

- Porque não, Gisele. Mude de assunto.

- Mas...

- Gisele...

Ela apenas se entristeceu.

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- Você já se apaixonou antes? – Estevão perguntou.

- Acho que não. Por que a pergunta?

- Por nada.

- E você?

- O quê? – Ela o olhou, seriamente. – Ah... Acho que também não.

- Acha? Eu acho que você nunca se apaixonou.

- O que te faz pensar isso?

- Acho que você tem várias mulheres.

- Por que fica insistindo nisso?

- Porque parece ser verdade.

- Mas não é. – Estevão se sentou, irritado.

- Ah, vamos lá! Seja sincero!

- Mais do que já estou sendo?

- Você não está sendo sincero.

- Gisele...

- Por que não confiaria em mim para dizer sobre a sua vida?

Estevão estava irritado com tantas perguntas. Outro traço que era impossível de não ser percebido era sua imprudência. Ele respondeu sem pensar...

- Quer saber mesmo por quê não devo confiar em você?

- Por quê? – Ela disse, com medo do que pudesse ouvir. Ela já esperava palavras rudes.

- Porque não lhe conheço direito para dar satisfações da minha vida. – Ele se levantou e ia indo embora.

- E por que veio até mim?

- Porque... – Ele parou, ainda em direção a porta. – Apenas queria me divertir um pouco. - Gisele já estava chorando.

- Assim como sei que você foi ou é um homem de muitas mulheres, sei que não está sendo sincero agora.

- Pense o que quiser. Eu não me importo.

Ele saiu pela porta. Gisele se questionava o por quê dela ter insistido tanto naquele assunto e também se perguntava o por quê dele ter ficado irritado daquele jeito devido a esse assunto.

Ela se deitou nos livros, novamente. Dessa vez ela não se sentia disposta a pedir desculpas e sequer a aceitá-las.

***

- Estou errado, Fernan? – Estevão se apoiou no balcão.

- Perdoe-me, alteza, mas acho que está. A menina apenas queria saber de sua vida e, ingênua como é, não viu mal algum nisso.

- Mas não vou me desculpar.

- Mas deve, alteza.

- E por que sempre eu?

- Porque sempre está errado. – Fernan disse, sem pensar. Ficou paralisado, olhando para Estevão, esperando um sermão de qualquer forma. – Desculpe...

- Você está certo.

- Como?

- Esqueça isso, Fernan. Obrigado. – Saiu da cozinha. E Fernan ficou, sem entender nada.

Estevão foi para seu quarto pensar. Entrou no misterioso cômodo e deitou em sua cama. Por que Gisele queria visitar seus pais? Não se contentava com o que ele lhe dava? Ela não o amava... Era isso o que ele pensava. Mas isso possivelmente não seria verdade, a não ser que Estevão estragasse, com sua arrogância espontânea, essa possibilidade.

Gisele ainda estava deitada nos livros e ficou por lá até anoitecer. Fernan ficou preocupado com a ausência da menina e, mesmo sem as ordens de Estevão, foi procurá-la. Ele foi até a biblioteca, pois sabia que a menina sempre estava ali quando não estava sob sua visão ou em seu quarto. Entrou lá. Procurou, procurou, procurou e nada.

Ele foi em direção ao quarto da menina, até que viu a jovem andando em direção a porta do quarto de Estevão. Quando Gisele estava prestes a girar a redonda maçaneta, Fernan a interrompeu.

- O que pensa que está fazendo?

- Se esse desconhecido não quer me contar sobre a vida dele, eu mesma descubro!

- Você não pode fazer isso.

- O que há demais nesse quarto?

- Nada que lhe convenha. Vamos. - Fernan lhe puxou pelo braço.

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- Fernan! - Ela gritou.

O mordomo temia que Estevão a visse ali e a castigasse. Não se importava com o que a alteza faria com ele porque estava acostumado com os sermões que não eram rudes assim (No máximo, um escândalo que o deixaria triste emocionalmente. Estevão sabia exatamente como fazer isso).

- Me larga! - Gisele gritou, mais alto ainda.

Fernan, então, sem pensar, lhe deu um soco para que desmaiasse. Aquilo havia lhe doído, mas lhe doeria ainda mais ver que sua alteza, a quem serviu a tanto tempo, machucar uma menina tão inocente que era como sua filha ou, até mesmo, sua neta.

Gisele, desmaiou. Fernan a arrastou, rapidamente, até seu quarto, mas não conseguia colocá-la na cama. Até que Estevão lhe ajudou, pegando Gisele no colo e a colocando em sua cama.

- Por que ela estava gritando?

- Ela queria ver o que tinha no seu quarto.

- E por quê?

- Acho que ela quer lhe conhecer melhor, alteza.

- Ela já me conhece o suficiente.

- Acho que não.

- Ela teria nojo de mim se me conhecesse mais.

- Ela te compreenderia algum dia. Mas você está fazendo-na de prisioneira e ainda está escondendo coisas dela. É como se você fosse um total desconhecido para ela.

- Eu sei disso! - Ele gritou e saiu do quarto de Gisele, batendo a porta.

Fernan entendia esse comportamento. Entendia também a dificuldade de Estevão de dizer a verdade a Gisele... Porque a alteza tinha medo de perdê-la.

- O que houve? - Gisele abriu os olhos, com dificuldade, pois estes ainda estavam se acostumando com a luz acesa. - Minha cabeça dói. - Ela se levantou.

- Deite-se.

- Por quê?

- Deve repousar.

- Mas por quê?

- Repouse e não pergunte mais nada. Apenas faça o que eu digo.

Fernan saiu do quarto e trancou a porta. Gisele se levantou e tentou abri-la. Ela forçou a maçaneta e se desesperou.

- Fernan?! Abra a porta!

- Eu pedi para que repousasse. Enquanto não fizer isso, não vou abrir a porta.

Gisele não discutiu mais. O que foi estranho e rápido demais para Fernan. Ele logo abriu a porta e a viu deitada, coberta e olhando para o teto.

- Vai ficar deitada mesmo?

- Sim.

- É por pouco tempo. - Fernan sorriu.

- Eu tenho escolha?

- Entenda que é o melhor para você.

- Apenas gostaria de saber o por quê, Fernan.

- Um dia você vai entender.

- Eu espero.

Fernan saiu pela porta e Gisele derramou uma lágrima. Ela queria muito saber quem Estevão era. Queria que fosse amada por ele. Ela gostaria muito de amá-lo do fundo de seu coração também.