O Mistério Da Fera

Capítulo 21 - A verdade, enfim, revelada


- Eu fui enfeitiçado de diversas formas. Minha aparência e a minha sobrevivência.

- Sobrevivência? – Gisele semicerrou os olhos, tentando entender.

- Ela me condenou a caçar o meu próprio alimento. – Gisele arregalou os olhos. – Eu jamais seria capaz de matar algum ser vivo e tenho que caçar animais inocentes para sobreviver.

- É por isso que eu quase nunca vi você comer?

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- Sim.

- Mas ainda não faz sentido. Você come coisas “normais” como eu. – Ela fez as aspas com os dedos.

- Eu comia para tentar disfarçar, mas eu sempre passo mal quando como algo que eu não tenha caçado.

- E é por isso que quando você comeu aquela uva, você saiu correndo da cozinha?

- Sim. Mas, desta vez, até eu estranhei. Comi apenas uma uva e fiquei pior do que outras vezes que comi outras coisas mais pesadas.

- O que você sente quando come essas coisas?

- Eu sinto meu estômago revirar, calor excessivo e dor de cabeça.

- Nossa, Estevão.

- Não está com medo de mim?

- Sei que você não vai querer me matar. – Ela sorriu. – Se já é difícil matar algum animal por aí. – Riram. – E a cura pra isso é?

Ele não queria dizer que precisava se apaixonar e precisava que sua amada se apaixonasse por ele também.

- Acho que só o tempo poderá dizer.

- Mais mistério, Estevão? Eu não aguento mais! Você só esconde coisas de mim... – Estevão a interrompeu com um beijo.

Gisele havia sido pega de surpresa, mas havia gostado. Colocou sua mão na nuca de Estevão e a outra em seu rosto. Ele apenas segurava sua cintura com ambas mãos.

- Não pense que eu esqueci do...

- Shhh... – Ele colocou seu indicador sobre seus lábios.

Estevão tirou suas botas e voltou a beijá-la como se sentisse que nunca mais poderia fazer isso. Ele a conduziu a se deitar na cama. Estevão tirou algumas peças de roupa de Gisele, enquanto distribuía beijos em seu pescoço e ombro, apenas a deixando com suas peças íntimas.

- Estevão, eu... – Ele a silenciou com um beijo, novamente.

Ele sentia que não podia voltar atrás e precisava, de qualquer modo, saciar seu desejo. Gisele estava insegura e também não tinha certeza se o amava. As outras peças de roupas foram, praticamente, rasgadas com a pressa de sentir o corpo nu um do outro. Seus corpos pareciam se moldar um ao outro. Gisele acariciava as costas de Estevão e o puxava como se quisesse trazê-lo para mais perto de seu corpo. Estevão podia sentir a respiração acelerada de Gisele e sabia que ela estava nervosa, mas, naquele momento, ele pode ter certeza absoluta de que ele a amava.

Os dois chegaram ao ápice.

Gisele puxou um lençol, cobrindo seu corpo. Estevão sequer se preocupou com isso. Os dois estavam com a respiração ofegante.

- O que achou? – Disse Estevão, pausadamente.

- Eu não sei. – Ela disse.

- Está arrependida?

- Eu me senti obrigada a fazer isso.

- Gisele, - Ele virou de bruços, apoiou seus cotovelos no colchão, levantou o pescoço e olhou para ela. – você está sendo sincera?

- Eu nunca tinha feito isso antes.

- Então, eu tenho uma boa notícia.

- Qual? – Ela se sentou, dobrando os joelhos e ainda segurando o lençol na altura de seu busto, procurando cobrir seu corpo.

- Pode dizer que sua primeira vez foi com o homem que mais te amou na sua vida.

- Você me ama mesmo tanto assim?

- Eu ainda não sei como você ainda pode duvidar.

Gisele colocou a mão no rosto de Estevão e o acariciou.

- Você se sentiu mesmo obrigada a fazer isso?

- No começo sim, mas depois eu senti que queria. - Sorriram. Estevão se aproximou dela e selou seus lábios.

- Eu vou te ajudar com a estufa. Se você quiser... - Estevão tentou mudou de assunto.

- Mas é claro que eu quero! – Ela sorriu.

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***

Depois de uma semana, a estufa estava repleta de flores grandes e coloridas. Em sua maioria, tulipas.

- Ainda falta muito para encher esta estufa. – Gisele disse, colocando suas mãos em sua cintura.

- Mas nós vamos enchê-la. – Estevão disse, depositando mais um vaso no chão.

O Estevão sempre levava os vasos e Gisele os enchia com sementes e terra. Às vezes Estevão a ajudava a enchê-los.

- Eu to com um pouco de fome. – Gisele disse.

- Vamos à cozinha. – Estevão disse, indo em direção a cozinha.

Ele sentiu que Gisele não estava indo atrás dele. Quando olhou para trás, a viu quase caindo ao chão. Ele conseguiu correr na direção dela para segurá-la.

- Você está bem?

- Estou sentindo um pouco de tontura, nada demais. – Ela sorriu.

Estevão, descrente que era apenas uma bobagem, levou Gisele até a cozinha, segurando-a pela cintura, enquanto um dos braços dela enlaçava seu pescoço.

Gisele havia escorregado e caído no chão.

- Gisele, o que você tem? – Estevão se abaixou e pegou-a no colo.

- Eu não sei. – Ela disse, com fraqueza. E desmaiou.

Estevão entrou rapidamente na mansão e foi até o quarto dela. A colocou com cuidado na cama e a cobriu. Ele se sentou na beirada da cama. Fernan entrou no quarto.

- O que houve?

- Eu não sei. Ela desmaiou de repente.

- De repente? Não acha melhor levá-la a um hospital?

- Não! – Estevão gritou. – Gisele! – Ele a balançava.

- O que houve? – Ela disse, abrindo os olhos.

Estevão suspirou, aliviadamente.

- Traga o almoço aqui, Fernan, por favor.

- Sim, alteza.

Fernan voltou tão rápido quanto foi. Depositou a bandeja nas mãos de Estevão, que a colocou nas pernas de Gisele, que já havia se sentado.

- É seu prato favorito. – Fernan disse. – Coma tudo.

Gisele começou a comer e já estava se sentindo melhor.

- Eu acho que era apenas fome.

- Não faça mais isso. Você nos assustou. – Estevão disse, se levantando e indo em direção a janela.

- Eu não queria assustar vocês.

- Eu não quero te ver doente. O que precisar, eu vou estar no quarto ao lado. – Estevão saiu do quarto.

- Ele ficou realmente muito preocupado. – Fernan disse, se aproximando dela.

- E por quê?

- Ora, eu preciso lhe dizer?

- É que eu já desmaiei antes e ele não ficou assim. Aliás, ele era assim sempre, mas ultimamente está tão amoroso.

- Eu sei, mas é que ele insiste em não querer te levar a um hospital.

- Não é necessário.

- Você pode achar que não, mas eu e Estevão sabemos que sim. Ele tem medo do que possa acontecer lá fora.

- Mas eu já estou melhor. – Ela sorriu e Fernan retribuiu o sorriso.