Sozokujin

Vamos Fugir! pra um outro lugar baby, vamos fugir


Naquela hora, eu, que estava escutando atrás da porta (não tive forças para correr para outro lugar), fiquei paralisado. A minha vida toda eu pensei que meu pai tinha morrido e, de repente, ele estava ali comigo, como se nada tivesse acontecido.

–Você o que ? - perguntou Sai.

–Eu sou o pai dele. Será que é tão difícil de entender assim ???

–Claro que é. Como assim você é pai dele e por que você não falou nada antes ??? Você sabe como ele vai ficar quando souber que você é o pai dele e não falou nada esse tempo todo ? – pelo tom de voz, Sai parecia indignado.

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–Eu imagino. – a voz de Minato foi quase inaudível ao responder.

–Não, não imagina não. - disse Sasuke. - Você não sabe como é ficar uma vida inteira sem um pai. Sem ter alguém que falasse : "Toma cuidado meu filho." ou "Olha, esse é meu filho !". Você não sabe como é ver os outros meninos andando de mãos dadas com seus pais e não poder fazer o mesmo. VOCÊ NÃO SABE !!!!

–Cara, por que você tá chorando ? - perguntou Sai. Pareceu meio insensível da parte dele mas concluí que ele estava mesmo confuso.

–Porque eu sei como é. Eu sei o que ele passou. Eu sei, você não Minato. – o moreno mais novo estava totalmente alterado.

–Eu não disse que sei, disse que eu imagino. – Minato era, definitivamente, uma pessoa privada de bom senso.

–Rá, você imagina... Você não faz a mínima ideia de como é não ter um pai.

O Sasuke saiu da sala e me encontrou atrás da porta.

–Aaaah. Você tá ai, né ? - perguntou ele, enxugando algumas lágrimas que ainda caíam.

–To... Não consegui ir para outro lugar. – respondi, desviando o olhar para o chão.

–É, eu também não estou com forças pra isso. - respondeu, já sentando do outro lado da porta.

–Eu não consigo acreditar que ele é meu pai e não me falou nada esse tempo todo - confessei, abaixando a cabeça decepcionado. De alguma maneira, eu sabia que podia me abrir pra ele.

–Quer saber ? Nem eu.

–Mas eu acho que eu sei por que ele fez isso.

–Por quê ?

–Porque ele ficou com medo.

–Medo ??? De que ???

–Da minha mão!!!

Ele não aguentou e começou a rir. Eu o acompanhei, era bom dá uma melhorada no clima tenso que se estalou na casa.

–Só você mesmo Naruto. – comentou após parar de rir.

–Quer saber, eu sou único. – respondi, também parando de rir, sobrando apenas um sorriso que, eu sabia, era sincero.

–É, unicamente idiota. – rebateu, arqueando uma sobrancelha em sinal de desconfiança.

–Iiiii, tá me confundindo com você, é Sasuke ??? – quem aquele zumbi pensava que era pra me chamar de idiota. Acho que ele estava querendo mais uma surra...

–Ata, aham...

Um silêncio se formou entre nós. Na casa, não se era ouvido mais nada.

Já estava amanhecendo, passamos a maioria da noite enfaixando a cara do Sasuke.

Vendo que ele não falaria nada, resolvi me pronunciar:

–Ah, quer saber ? Eu não estou nem um pouco a fim de ficar aqui.

–E se a gente fugisse ??? – mandou, de repente.

–Que ? – exclamei, surpreso com a repentina proposta.

–É, po. Vamos fugir [N/A: Para um outro lugar baby, vamos fugiiir]. Ir para longe deles. – ele parecia bem sério e eu comecei a me interessar pela ideia.

–Tá aí. Gostei da ideia. Mas... Para onde a gente vai ???

–Ah, sei lá po...

–A gente vê isso depois, agora vamos pagar nossas coisas.

–Então a gente vai ??? – meu Deus, acho que ele é realmente um zumbi.

–Por que não ? – respondi me levantando e batendo na roupa para tirar o excesso de poeira.

–Aê garoto !!! Vamos lá. – ele também se levantou, animado.

–Mas, tipo, agora não vai dar. – parei para pensar um pouco e concluí.

–Por quê ?

–Porque tua cara tá horrível. Vamos ter que esperar você ficar curado.

–Ah, é... – ele pareceu se desanimar.

–Mas, tipo, não vamos falar nada sobre isso que vocês conversaram. Qualquer coisa, você me achou e me convenceu a voltar e tá tudo bem com nós [N/A: palhaçada tá gente]. – pedi um pouco envergonhado. Não queria enfrentar o Minato por agora.

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–Ok. Vamos ver onde isso vai dar.

–Então, vamos entrar ???

–Bora.

Entrando na casa, vimos o Minato chorando como se fosse uma criança sem doce.

–Você acha que eu queria ter feito isso ? – perguntava ele sem parar.

–Feito o que ? – perguntei, disfarçando.

–Naruto ?! - exclamou, surpreso. Se levantou e correu até mim, me abraçando - Eu achei que você não fosse voltar meu filho.

–Desde quando eu sou seu filho ? - perguntei, como quem não ouviu a conversa.