Doce Veneno

Ren... Nós


– Kyoko, seja minha.

Ren não acreditava nas próprias palavras. Questionava-se sobre como ela conseguia em uma frase faze-lo perder completamente o controle sobre as próprias ações.

Estava tão confiante há poucos minutos e agora aparentava estar uma pilha de nervos. Tocou o rosto de Kyoko levemente com as mãos trêmulas.

Por que ela não está fugindo?

Por que ela não tenta me afastar? Se continuar assim eu não serei capaz de parar.

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Kyoko percebeu o nervosismo de Ren e mordeu o lábio, tão hesitante quanto ele.

Ren afastou os fios que atrapalhavam sua visão do rosto da garota. Ela estava bastante corada e sua respiração rápida, sem ritmo. Encostou seu nariz no dela, imaginando por quanto tempo a esperou.

Mordeu o pescoço da garota e em seguida deixou uma marca de beijo no local, arrancando um riso rápido dela.

– Déjà vu? – disse deixando marcas em sua mandíbula. Ela não respondeu. – Se quiser fugir é sua última chance. Sabe que não vou conseguir parar, não é? – finalmente conseguiu dizer.

– Já disse que não tenho razões para fugir.

Era tudo o que ele mais queria ouvir. Pegou-a no colo rapidamente. No susto, ela agarrou-se em seu pescoço e Ren aproveitou para beijá-la novamente.

Caminhou até o quarto com ela em seus braços. Ela parecia perfeita nas mãos de Ren, como se fosse feita para estar ali, como se tudo que passou fosse para que aquele momento chegasse.

Deitou-a na cama ainda hesitante. Precisava ir com calma, mas, a cada beijo, seu autocontrole saía pela janela.

“Acalme-se.”

O rapaz afastou-se um pouco dando liberdade para que ela desabotoasse sua camisa. As mãos dela estavam um pouco trêmulas, porém, ela também desejava aquilo tanto quanto ele. Ren deu um sorriso de satisfação.

Kyoko levantou da cama e lentamente deslizou a camisa do rapaz, aproveitando para acariciar os braços dele gentilmente. Ren estava chegando à seu limite.

Rapidamente, Ren segurou seus braços e começou a distribuir beijos serenos até chegar a seu pescoço e beijar a marca que tinha deixado minutos atrás, fazendo-a estremecer.

Afastou a alça do vestido azul que ela usava, aproveitando para beijar a pele nua de seus ombros.

O cheiro dela o embriagava.

Deixou o tecido percorrer todo o corpo da garota até encontrar o chão. Sorriu maliciosamente ao ver o conjunto de lingerie que ela usava.

“Será que ela estava esperando por isso?”. Kyoko corou ao ver aquela expressão.

Ela o puxou pela nuca e entrelaçou os dedos em seus cabelos, enquanto a outra mão apertava levemente os músculos do braço dele. Ren aproveitou para segurá-la pela cintura com uma mão e a outra usava para apoiar a descida deles para a cama.

Ren quebrou o beijo e foi em direção à orelha de Kyoko, mordiscando e lambendo até ouvir um gemido baixo saindo de sua boca. Aquilo foi como música para ele. O rapaz pegou a mão da garota e pôs sobre seu peito.

– Consegue sentir? – sussurrou.

Kyoko apenas sorriu e arranhou levemente o peito dele antes de puxa-lo para outro beijo.

– Esteja preparada porque não há como eu deixar você ir.

– Quantas vezes vou ter que dizer que não tenho a intenção de ir?

Novamente beijou-a sorrindo. Milhares de sensações explodiam dentro de Ren. Ele nunca tinha se sentido assim antes, era tudo muito novo. Percebeu que era completamente diferente quando se está com alguém que ama. Gemeu quando as unhas de Kyoko cravaram em suas costas, deslizando lentamente.

– Eu te amo, Kuon. – sentiu os lábios dela movendo-se contra os dele.

Quando se tornaram um, Ren percebeu o quanto estava preso a ela. Kyoko tornara-se finalmente dele, e Ren não tinha intenções de mudar isso. Ela gemia seu nome mesclado a gemidos abafados.

– Finalmente minha... – o som de sua voz não passava de um sussurro em meio a respirações ofegantes.

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[...]

Acordei com a luz do amanhecer batendo em meu rosto. Por um momento pensei que tudo não passara de um sonho, todavia, me vi agarrado a sua cintura usando sua barriga como travesseiro.

Fora real.

As imagens daquela noite perfeita apareciam em minha mente e me senti um pouco culpado. Tentei me afastar, mas duas mãos delicadas seguraram meu rosto e o puxaram para cima, obrigando-me a olhar em seus olhos.

Por um momento vacilei. Estaria ela arrependida?

Ela me quebrou completamente com aquela expressão. Seu sorriso parecia conseguir ler meus pensamentos de insegurança.

– Bom dia... Ren.

– Bom dia. - sorri como um menino e coloquei meu corpo sobre o dela, trazendo-me uma enorme vontade de tê-la novamente.

Virei-me de costas para não ter que encarar seu rosto. Ah, ela fica tão fofa quando acorda.

Seus dedos acariciaram lentamente os arranhões em minhas costas, causando uma leve sensação de queimação. Senti seus braços envolverem minha cintura e seus seios pressionarem contra minhas costas.

– Desculpe, acho que exagerei um pouco.

– Não acho que tenha sido só você. – virei-me e beijei cada marca que deixara em seu corpo. Ela sorriu quando estávamos deitados um de frente para o outro e acariciou meus cabelos novamente.

– Ren...

– Hm?

– O que está deixando você preocupado ultimamente?

– É... – tentei escolher bem as palavras. – É por causa de um amigo.

– O que aconteceu com ele?

– Na verdade, ele está com problemas com uma garota. Ele quer se casar com ela, mas não sabe se ela aceitará mesmo sabendo que seu amor é recíproco.

– Então por que ele está hesitando? Se os dois se amam não há motivo para adiar, certo?

– Penso o mesmo, porém, como eles saem há pouco tempo ele ficou receoso.

– Entendo... Então era isso, você me deixou bastante preocupada. Diga ao seu amigo para ser sincero com ela, se ela o ama com certeza aceitará.

– Kyoko...

– Sim? – acariciou meu rosto e cabelo.

– Kyoko... Case-se comigo.

Sua expressão passou de corada para confusa antes de ela petrificar.

– O q-que está dizendo?

– Há razão para esperar?

– Isso é tão repentino. Como esperava que eu reagisse?

– Com um “sim”? – ela continuava incrédula. – Não vai me dizer que estou indo rápido demais não é?

Ela ficou me encarando pensativa por alguns segundos antes de sentar-se na cama usando o lençol para se cobrir. Ok, agora eu estou ficando nervoso.

– Sinto muito, Kyoko. – sentei na cama e encostei a cabeça em seu ombro. – Passei a semana inteira pensando em algo especial, mas... Você perturba minha mente e acabo não raciocinando direito. – ouvi uma risada baixa e senti seu corpo tremendo enquanto ela tentava segurar o riso.

Pensei em protestar, entretanto, ela segurou meu rosto e me deu um beijo suave.

– Já disse que essa sua expressão de cachorrinho me faz querer consentir com tudo o que diz?

– Está me chamando de cachorrinho?

Ela sorriu e levantou da cama levando o lençol consigo.

– Espera, isso foi um sim? – ela não respondeu, apenas ouvi mais uma risada baixa.

Vesti minha cueca boxer e corri até ela. Meu coração batia feito louco. Levantei-a em meus braços e a rodopiei, enquanto ríamos.

Parei um momento e a abracei com toda minha força.

– Nunca mais vou deixar você. – sussurrei em seu ouvido. – É uma promessa. – ela retribuiu meu abraço. – Ótimo, agora vamos voltar para a cama. – senti seu punho batendo levemente contra meu peito.

– Idiota!

– É um bom começo. – segurei suas mãos e beijei-lhe. Por um momento senti que voltávamos no tempo, quando ainda erámos duas crianças cheias de cicatrizes cuidando uma da outra.

– Eu te amo, Kyoko-chan.

– Eu te amo, Corn.

Sorri ainda mais imaginando que aquela seria a primeira de muitas manhãs que passaríamos juntos.