Little Things

Atitudes e palavras


- Pois então Manuela Abrantes, me diga o que você quer. – Edward me encarou de frente, sem deixar espaços entre nós, fazendo o pouco da minha vergonha na cara ir pelo ralo.

- Eu quero você Edward, mesmo que isso signifique lavar as suas roupas e descongelar sua comida. Eu quero a nossa rotina, e os nossos carinhos. Mas eu quero ouvir de você o que você de mim, por que Edward, da minha parte, tudo o que eu quero se resume a você.

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Sim, eu disse mesmo isso, e sim, eu sou a vergonha da raça feminina. Eu tenho certeza que aquelas que queimaram os sutiãs por liberdade estão agora mesmo e contorcendo nos seus túmulos. E tenho certeza também de que se a minha amável irmã estivesse aqui comigo ela me diria um lindo e sonoro “bem feito”.

Eu sempre fui uma pessoa boa. Ajudei velinha a atravessarem as ruas, cuidei de cães abandonados e dei dinheiro aos mendigos bêbados da esquina. Na verdade, tirando a parte do mendigo, todo o resto é mentira, mas não é como se eu realmente fosse um ser humano assim tão terrível para merecer passar por uma humilhação dessas.

- O que foi que você disse Manu? – O Ed pareceu sair do seu transe pós palavras estranhas da Manu, e me fez essa pergunta de merda.

- Você não acha mesmo que eu vou repetir tudo isso outra vez não é? Por que nem nos seu sonhos mais... – E a minha frase morreu ai. Na verdade, ela se perdeu em alguma parte do caminho que a minha boca fez ao ir de encontro a dele.

Edward me puxou com tanta força que eu esbarrei nele devido a nossa pouco distancia. Um passo de qualquer um de nós teria sido necessário para nos deixar nariz com nariz, mas ele quis mais. Ele quis ter certeza de que não havia espaços. Nenhum espaço mesmo.

- Humchenshumsoa – Foi o que saiu da minha boca no breve segundo em que eu consegui me separar um pouco dele. Não, isso não é nenhuma língua conhecida. Isso foi eu tentando dizer “Você não devia ter feito isso” enquanto ele ainda pressionava os lábios dele contra os meus. – É sério Edward, a hora de conversar vem antes da hora de beijar. – Eu o empurrei um pouquinho e falei como se disse isso para uma criança mimada de dez anos de idade, ou menos.

- Mas Manuela, quem criou essa regra imbecil? – Ele perguntou fazendo uma careta quase engraçada e eu quase ri. Eu disse quase não disse?!

- Poxa Ed, eu acabo de te dizer uma coias super difícil para uma garota e você nem me respondeu. – Eu disse realmente sentida e foi a vez dele rir, enquanto revirava os olhos, o que foi bem estranho.

- Manuela, eu acabo de beijar você como se a minha vida dependesse disso e você ainda me vem com essa historia de “você não fez nada”? O que mais você espera de mim? – Ele disse enquanto passava as mãos freneticamente pelos cabelos já naturalmente bagunçados e parecia procurar por algo que eu não sabia o que era e ele, provavelmente, também não.

-Ed, eu sei que todo mundo diz que um gesto vale mais do que mil palavras, e longe de mim estar reclamando por você me beijar, mas é que as vezes a gente também precisa ouvir alguma coisa. Eu sou do tipo que gosta de palavras, e de atitudes também. Mas gosto ainda mais das duas juntas. – Eu disse e para o bem da minha sanidade já bastante afetada, ele não voltou a me agarrar.

Edward respirou fundo como se de repente ele estivesse se preparando para pular em uma piscina bem funda preso a algo bem pesado.

- Meinu, eu tenho tanta cois apara te dizer, que nem sei por onde começar. Eu sei que a gente se conheceu de forma bem legal e fomos amigos desde o começo. Eu quero te agradecer por todos os dias em que você cuidou de mim quando eu precisei, foi minha amiga nos momentos mais estranhos, passeou de shortinho curto pela casa de manhã e lavou as minhas roupas. – Ele disse e eu estava tão perplexa que nem bati nele. – Mas essa não é a parte mais importante. – Ele disse rindo e eu continuei com cara de tapada. – A parte mais importante, é que eu te agradeço por ser simplesmente você. A garota que chegou do nada e agora é dona do meu coração.

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- James eu... – E ele não me deixou falar.

- Cale a boca Meinu, eu ainda não terminei. – Ele falou tão carinhosamente que eu quase o beijei. E arranquei um pedaço da língua dele.

- O que mais você quer falar James? – Perguntei irritada e ele riu.

- Eu preciso tirar umas fotos suas.

- Mas para que?

- Pergunte manos Meinu, e trate de me obedecer.

- Quer dizer que a nossa conversa acabou assim? – Eu perguntei perplexa e ele riu.

- Em outra ocasião ela teria terminado com um beijo de cinema e minha mãe chegando para pegar a gente no maior amasso. Mas como você disse que adora palavras, eu pulei a parte do amasso.