Little Things

Tudo o que eu quero (Pov. Edward)


Pov. Edward Shetfield

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A Manuela simplesmente não existe. Não, ela existe sim, e está exatamente ali do lado, trancada a horas me fazendo sentir culpado por conta de algo que ela fez de errado. Eu devia estar chateado, não ela. Eu devia ter ficado triste quando descobri que a minha garota está de dias contados ao meu lado. Ok, não é como se ela estivesse morrendo, graças Deus, mas de qualquer forma, ela está partindo dentro de semanas e é simplesmente para um lugar que fica do outro lado do mundo. E não teria problema nenhum com isso, se ela tivesse me dito isso, tipo, uns dez meses antes. Talvez ela tenha feito isso. Na verdade, talvez a palavra “intercambio” devesse ter me dito alguma coisa. E no final, o problema não veio de ela não ter falado. O problema vem de o fato de eu não saber o que fazer com a ideia de me separar dela, e talvez ela também não saiba.

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Mamãe e Paul foram embora a algumas horas. Na verdade, eles foram até um supermercado dizendo algo sobre “voltar em algumas horas para preparar comida de verdade e conversar sobre o relacionamento do Edward e da Manuela”.

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Acho que eles não entenderam muito bem a parte onde ela se trancou no quarto e provavelmente esta lá até agora jurando nunca mais me ver.

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– Me permite? – A Manuela disse depois de dar uns quase inaudíveis tapinhas na porta do meu quarto que nem se quer estava realmente fechada.

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– Claro. – Eu disse me levantando rapidamente da cama, e quase caindo dela ao tentar fazer isso de forma realmente rápida. Eu tenho certeza que a Manuela teria sorrido e vindo se sentar ao meu lado, caso ela não estivesse tão zangada. Ou pior, ela parecia triste como eu nunca a tinha visto antes.

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–Precisamos conversar. – Ela falou simplesmente, se colocando de pé um ou dois passos a mais para dentro do meu quarto.

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– Desculpe. – Eu disse, sendo ou não a vergonha dos homens, e sem nem saber exatamente por que. Naquele momento, se dizer “me desculpe” fosse fazer com que ela parasse de me olhar como se fosse chorar a qualquer instante, eu teria dito a frase, com orgulho, pelo menos mais umas cinco ou sete vezes.

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– Edward, você não tem que se desculpar por nada. Eu é que fui a idiota da história. – Ela começou a dizer e no momento em que eu pensei em interromper a fala dela, o olhar que ela me lançou foi suficiente para me fazer ficar de boca aberta com algumas palavras paradas a meio caminho. Aquele momento era dela, e ela precisava falar. – Eu sei que devia ter te contado, e sei também que de nada me adiantaria esconder, mas eu realmente não sabia o que te dizer.

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– Você poderia ter me dito qualquer coisa Manu e agente teria pensado antes nisso tudo. Assim não ficaria tudo tão estranho agora. – Eu falei me concentrando em falar devagar, por que os meses de convivência me ensinaram que quanto mais nervosa, menos fluente em inglês ela fica. – E eu não teria apenas três semanas para lidar com o fato de que a minha garota está indo embora para o outro lado do mundo.

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– Eu não queria falar, não queria pensar nisso, não queria saber que em algumas semanas eu vou ter que voltar. – Ela provavelmente pensou ter dito isso, quando na verdade o que ela pronunciou se pareceu com um estranho “Eu não querer falar, não querer pensar e não querer saber que em semanas eu ter que voltar”.

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Eu teria dado risada do nervosismo que destrói o inglês dela, mas o momento me pareceu meio inadequado para isso. E ela rapidamente prosseguiu com a suas frases.

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– Eu não queria aceitar que eu estava sendo egoísta Edward. Sabe? Egoísta por ter saudades da minha família e mesmo assim não querer voltar para casa. Egoísta por querer voltar para casa ao mesmo tempo em que eu desejo ficar aqui com você. Egoísta por querer ter tudo e infeliz por no final descobrir que eu acabaria quase sem nada, por que Londres não é completa sem a minha família e a minha família nunca mais vai parecer completa sem você. – Ela falou e eu assumo que se ela trocou a ordem de uma ou duas palavras eu não percebi.

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Outra coisa que u não percebi foi quando exatamente eu comecei a sorrir feito um retardado e a caminhar a passos abobalhados na direção dela.

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– Manuela, será que você faz ideia do que acabou de dizer? – Eu perguntei e ela pareceu corar um pouco enquanto lutava visivelmente para tentar conter as lágrimas. – Caramba Manu, eu estive por meses com você, agente vive na mesma casa e no final as vezes parece que estamos às cegas. Poxa, nós demoramos meses para contar para duas pessoas apenas que costumamos agir em casa como casal, e tem hora que parece que agente esconde um pouco disso até de nós mesmos. Você precisou de três horas e uns dez litros de lágrimas para me contar o que realmente sente por mim! – Eu exclamei e ela fez uma expressão zangada que para mim pareceu bastante engraçada.

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– Você fala como se fosse o rei das palavras senhor Shetfield. – Ela reclamou dando alguns passos de para um lado e para o outro, como se de repente a ideia de andar em torno e si mesma lhe parecesse bastante agradável. – Você não me diz nada Edward. Estamos “apaixonados” há meses e nunca andamos de mãos dadas. A não ser é claro, em um dia em que nevou a ponto de congelar o chão e eu não ser capaz de andar nele sem segurar em você. Você me chama de “sua garota” mas nós nem se quer somos namorados. – Ela disse e de repente parecia tanto desesperada como magoada.

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– Eu nunca pensei que você precisasse me ver de joelhos segurando um cartão e rosas para perceber que eu vejo agente como um casal. – Eu pontuei e ela riu. Uma risada daquelas que indica que ela quer arrancar a minha cabeça.

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– Não é por que eu como X-Burguer e converso com caras que eu deixo de ser uma garota Edward. – Ela falou em tom de puro escárnio e eu quase disse a ela que aquele par de seios que ela carrega me ajudam a nunca me esquecer disso. – As vezes lavar suas roupas e descongelar sua comida não é exatamente o que eu quero ter como referencial de um relacionamento com você.

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– Pois então Manuela Abrantes, me diga o que você quer. – Eu a encarei de frente, sem deixar espaços entre nós, com o pouco da minha paciência indo pelo ralo. De onde estava vindo a “senhorita sensível” agora. Péssimo dia para ela estar de TPM.

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Eu quero você Edward, mesmo que isso signifique lavar as suas roupas e descongelar sua comida. Eu quero a nossa rotina, e os nossos carinhos. Mas eu quero ouvir de você o que você quer de mim, por que Edward, da minha parte, tudo o que eu quero se resume a você.