Little Things
Aposta
Meu Deus do Céu. Nunca vi na vida um cara assim igual a esse tal de Shetfield. Primeiro o cara fica todo tristonho por que perdeu a loira aguada, e depois que eu trago uma morena no ponto pra ele, o infeliz trata a garota como uma velha amiga de infância, isso quando está de bom humor, por que quando não está ele a trata como uma invasora de lares. Edward definitivamente é louco. Sem contar que agora decidiu que vai me proibir de usar meus shorts brasileiros por que segundo ele nós moramos em uma casa de respeito e o Phil anda muito safadinho olhando para minhas pernas. Como se algum cara fosse se importar em me ver mostrando as pernas em um short velho e quase rasgando. E olha que já tenho minhas desconfianças sobre o Phil... Oh, não. Não acho que ele é gay não. Só acho que aqueles olhinhos dele já estão grudados em outro par de pernas. Mas por que a vida não podia facilitar para mim heim?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Vamos tampinha brasileira de guaraná, vamos nos atrasar. – O imbecil ruivo falava calmamente esperando por mim.
- Projeto de cenoura mal acabado, eu já estou chegando. – Respondi e ele apenas revirou os olhos ainda mais impaciente. Percebi isso não com aminha visão de raio x é claro, apenas olhando para ele já que eu realmente estava chegado perto.
Ele e encarou em seguida como se eu fosse uma louca retardada. Não que ele me olhe de forma diferente habitualmente, mas eu quase me senti mesmo uma louca retardada.
- Ta olhando o que ameba? – Perguntei e ele saiu do transe rapidamente.
- Não acredito que você vai vestida assim para a faculdade. – Ele falou analisando meus trajes um tanto quanto brasileiros e me vendo revirar os olhos.
Eu estava de bermuda meia coxa jeans e uma blusinha apertadinha sobreposta por uma bem mais larga e maior. Sapatilhas nos pés. Nada de anormal.
- Você não acha que eu vou desperdiçar um único dia quase quente nesse congelador que você chama de cidade, usando um casaco não é? – Dei minha mais educada resposta e ele continuou com cara de sonso. Normal, vindo do Ed.
- Não conte comigo pra te defender dos tarados em potencial no campus. – Ele falou meio zangado e eu ri. Isso ai. O cara me olha mortalmente e eu dou risada. Sou uma grifinória ok? Só que não.
- Vamos aos fatos Shetfield... – Eu comecei meu possível discurso e ele se apoiou no sofá, Onde estava a presa desse infeliz agora? – Primeiro: Pare de encarar minhas roupas e dar palpite nelas. Segundo: Eu não chamaria a atenção nem se andasse pelada por todo o campus com o cabelo pintado da cor do seu. Ninguém nem me nota. E por ultimo, mas não menos importante: Eu posso me defender sozinha. – Rosnei a ultima parte para ele que apenas me olhou com desdém. Sofri por um instante. Descobrir que seu olhar mais ameaçador é motivo de risadas dá um aperto no coração.
- Primeiro: - Ed começou a dizer rapidamente. – Eu não analiso suas roupas. Segundo: Se você decidisse ir pelada para a faculdade é melhor arrancar a roupa no caminho, por que não é uma boa idéia fazer isso na mesma casa em que eu estou. – Impressão minha, ou foi uma ameaça? – E por ultimo, mas não menos importante: Eu aposto o que você quiser que no mínimo três caras vão lançar olhares furtivos para você e pelo menos um deles vai arriscar uma aproximação perigosa.
- O que você aposta? – Eu perguntei sentindo o doce cheiro do desafio no ar.
- Se eu perder, eu beijo a garota que você quiser. – Ele falou sabendo que eu o mandaria beijar a Kamyla.
- E se você ganhar? – Eu perguntei cerrando os olhos um pouco. Ele se aproximou perigosamente de mim.
- Ai você vai me ajudar a beijar a garota que eu quiser. – Ele falou com um sorriso misterioso e eu assenti vitoriosa. Eu não sairia perdendo de forma alguma. Estranho. O ruivo nunca me pareceu burro.
Saímos de casa como sempre. O som no carro e a estrada calma. E um sorriso débil no roto do Shetfield. Nada fora do normal.
Assim que chegamos o campus parecia um pouco mais vazio. Estávamos definitivamente um tanto quanto atrasados. Estudávamos no mesmo prédio e por isso caminhávamos sempre lado a lado. Eu vi um grupo daqueles que fazem curso ligado a tecnologia da informação. Garotos com enormes armações de óculos na cara e conversas bizarras sobre jogos e animes. Nenhum parecia nos notar. Até um bendito filho da luz viras os olhos pra nós. Ele encarou meu rosto, encarou meu colo e abaixou um olhar sinistro e pingando testosterona acumulada de uma vida inteira para as minas pernas. As coitadas quase não resistiram e voltaram correndo para o Brasil. Em seguida o garoto desviou o olhar para o ruivo ao meu lado, que o olhou com cara de poucos amigos. Ele abaixou a cabeça envergonhado e se foi. Será que Ed viu?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- E esse foi o numero um. – Ele falou e eu o encarei descrente. Ele havia percebido.
- Que praga foi essa que você jogou em mim? Aquele nerd me despiu com os olhos. – Eu falei indignada e ele riu.
- Eu avisei sobre a roupa. – Ele falou e eu quis socar a cara gorda dele.
- Você tem é uma boca maldita isso sim. – Eu falei e ele riu mais.
- Você tem até o fim do dia para mudar de idéia quanto a isso. – Ele falou,e eu percebi que ao invés do habitual chá de sei lá o que preto que ele toma todo dia ,ele deve ter tomado chá de cogumelo. Ta mais drogado que o normal e aceitável hoje.
Vou ignorar por enquanto.
Continuamos andando. Passamos perto de uma das salas que eu costumo chamar de “estábulos”. São aquelas que abrigam os touros entupidos de anabolizantes. E parece que hoje eles viraram carnívoros. A manada inteira, ou sei qual o substantivo coletivo para definir uma aglomeração de touros mutantes, resolveu me observar. Alguns desviavam o olhar rapidamente. Outros não. Um deles em especial, um cara alto, maior que o James com músculos de sobra e sorriso maníaco me encarou descaradamente, como se avaliasse um pedaço grande e gordo de carne. Tive a impressão de ele até lamber os beiços. Falta de educação. Búfalo estúpido. E eu que pensei que eles deviam ser vegetarianos. Onde fica a ordem na cadeia alimentar nisso tudo? Mas parece que o leãozinho ao meu lado não gostou na disso. Edward me puxou pra si lançando olhares assassinos ao outro pretendente a macho alfa. O garoto entendeu o recado, e decidiu se afastar. Deve ser algo sobre o primeiro que faz xixi na arvore ao coisa assim. Não que o James tenha feito xixi em mim alguma vez, é claro.
- E esse foi o numero dois. – Ele falou me soltando um pouco enquanto passávamos por um corredor vazio de laboratórios de física. Hoje era folga dos malucos vidrados em lei da inércia e essas outras coisas. Estagio supervisionado provavelmente.
- E se houver um numero três, você não vai ver, por que estamos a dois corredores da minha sala e esses dois corredores estão vazios. Não tem homem nenhum aqui. – Eu falei parou de andar me obrigando a fazer o mesmo.
- Assim você magoa o meu ego Meinu. – Ele falou se aproximando de mim.
James me olhava com uma mistura do nerd tarado e do cavalo bombado de antes. Ele passeou os olhos pelas minhas roupas e o vi dar um sorrisinho safado. Ele se aproximou mais e pela cara de safado dele eu me vi obrigada a recuar um pouco. E o clichê me agarrou em cheio. Sabe aquela maldita parede que sempre aparece nos filmes ou nos romances fofinhos que deixam a garota encurralada e coisa e tal? Pois bem, lá estava a maldita, me prendendo entre ela e o ruivo recém descoberto como tarada. E olha que nós vivemos na mesma casa.
- Acho que você perdeu a aposta Meinu. – Ele falou me olhando engraçado e eu ri.
- Mas só foram dois caras Edward e ninguém chegou em mim. – Eu falei como se fosse obvio e ele riu mais.
- Pense um pouco tampinha de guaraná. – Ele falou e eu ri do apelido no momento tenso. Ele estava ainda mais próximo.
- Não vai me dizer que você é o terceiro? – Eu falei entendendo finalmente o joguinho dele que assentiu descaradamente.
- Você acaba descobrir que eu sou um ser do sexo masculino. Bingo. – Ele falou irônico e eu revirei os olhos. – E a menos que você saiba uma maneira menos sutil de chegar em alguém do que a manter encurralada contra uma parede...
Ele deixou a frase no ar e se aproximou ainda mais, apoiando os antebraços na parede ao lado da minha cabeça.
- Acho que você perdeu... – Ele falou baixinho se aproximando mais e eu me vi um tanto quanto entorpecida.
- E o que você quer Ed? – Eu perguntei baixinho também ouvindo ele rir em seguida.
- Eu sei que você já sabe Meinu... – Ele falou e eu me vi assentindo devagar. E eu realmente sabia. Só não podia acreditar.
- E que garota você quer beijar James? – Eu perguntei já sabendo a resposta. Ele se forçou ainda mais sobre mim. Eu sabia o que viria a seguir. Só não sabia ainda o que pensar sobre isso.
- Você...
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