5. Abandono.

Ane passou a encarar o moreno de olhos verdes, ele estava quieto há tanto tempo que fazer aquilo não parecia normal. E Tony deu um riso sarcástico e disse:

— ignore, é meu assistente.

Por algum tempo Ane estranhou o homem ali, e passou a encara-lo, fazendo isso se lembrou de algum lugar aquele homem, que usava roupas verdes e possuía uma feição abatida foi então que se lembrou de onde ela conhecia aquele rosto.

Ane também passou a digerir as palavras do Stark, falando que o moreno era assistente dele, enquanto Tony falava interminavelmente para Kel e Nathan.

Loki começou a ficar incomodado com aquela jovem encarando tanto, e por mais que tentava se livrar do olhar dela ele não conseguia.

— é seu assistente? – pergunta Ane repentinamente depois de ficar um bom tempo de olho no homem.

— é sim – responde Stark – por quê?

— qual é o nome dele? – questiona Ane apontando com o dedo indicador o moreno que olhava pela janela procurando não atrair confusão, para não ficar mais cinco horas esfregando o chão com uma escova de dente.

Tony por sua vez sabendo quem era a loira sabia muito bem que ela podia ter se recordado e num ato rápido sem pensar disse:

— Luke – parou para raciocinar um pouco e se lembrou que não sabia o sobrenome do deus trapaceiro – eu só não me lembro o sobrenome.

Anuncia Stark olhando o moreno que ainda contemplava a vista da janela, e baixo respondeu o outro:

— é Odins... – fala se recordando que não era filho de Odin – digo é Laufeyson.

Nathan riu do moreno que se virou para encarar a criança:

— algum problema? – perguntou o deus.

— não – respondeu o garotinho com um sorriso travesso – só que você nem estava se lembrando do seu próprio nome – e o menino voltou a rir e logo já estava correndo a pequena sala da direção.

Ane agora pensava sobre todas as informações que havia raciocinado, e cada vez mais ela tinha certeza no que era o que temia. E em um ato raivoso e sem paciência pegou o senhor Stark pelo punho e o levou para fora da sala e anunciou pela porta que não queria ser incomodada.

Ane arrastou Tony até a biblioteca. Em vista que havia alguns alunos e funcionários pediu friamente, porem educadamente, que saíssem dali.

— meu bem agora eu sou um homem comprometido – fala Stark abrindo um sorriso debochado – Peper não vai gostar nada de saber que ando sendo arrastado por você.

A loira se virou encarou o moreno bem perto e apontando o dedo indicador bem próximo da cara e disse:

— você é um idiota – falando com toda raiva possível– um grande e enorme idiota – terminou a garota gesticulando com raiva.

— você esta tentando ser ofensiva? – pergunta Tony ironicamente olhando o estresse da jovem loira – se esta tentando fazer isso é melhor começar de outro jeito – termina sorrindo.

Ane ainda encarava o moreno e com uma voz fria perguntou o que tanto a afligia.

— porque diabos Tony Stark esta com Loki Laufeyson? Aquele que destruiu uma grande parte de Nova York a alguns anos atrás você se lembra? Deixe-me te refrescar a memoria, aquele dia em que você quase morreu naquele buraco de minhoca Tony.

O moreno para sério encarando a jovem loira sabendo que ela agora entendia de verdade quem era o tal “Luke”.

— olha Ane eu estou cuidando do Loki enquanto Thor não pode fazer isso – conta rapidamente resumindo o ocorrido.

— achei que ele não ficaria mais por aqui – diz Ane ainda muito indignada – ele pode atacar qual quer um agora incluindo você.

— Olha – fala Tony mostrando o colar com uma pedra azul – esse trequinho que eu estou usando, comanda o Loki.

— você espera que eu acredite nisso? – fala incrédula.

— eu também não acreditei – fala Tony – mas eu já passei por um buraco de minhoca como você disse e vi alienígenas, se me dissesse que aliens existisse há uns sete anos atrás eu ia rir, mas agora acredito até em pedra magica que manda nos outros.

Ane ficou medindo o homem que agora reparava na biblioteca. As estantes eram altas de mogno e estavam cheias de livros e de revistas.

— belo trabalho – explica o homem elogiando.

— obrigada Tony, mas não mude de assunto – diz Ane raivosamente.

Tony encarou a jovem garota e sorriu:

— tudo bem façamos o seguinte – comenta o homem – você fica com isso – entrega a garota o colar – e manda qual quer coisa absurda que vier na sua cabeça ele vai te obedecer.

— agora entendo isso é o motivo dele estar latindo – fala Ane boquiaberta.

Tony gesticulou um sim com a cabeça completando um sorriso irônico.

Depois da conversa com a loira eles dois voltaram até a sala da direção e pararam estático ao assistir um Nathan gritar Ane e “Luke” latir toda vez.

Stark não deixou de rir.

Nathan fazia tanta graça que passava correndo perto de Loki, que já estava ficando zangado e avançou agarrando o garotinho pelos ombros.

Ane rapidamente foi testar o colar e disse:

— solte o garoto agora – e a reação de surpresa de Loki e Ane ficou evidente. O deus obedeceu ao que a garota tinha acabado de pedir.

Ane segurava o medalhão e olhava diretamente agora para o deus asgardiano, que parecia confuso, mas não menos confuso que a diretora e o restante que estava ai no gabinete.

— será que eu posso ir para o meu quarto? – pede Kel com uma voz manhosa.

E foi pela Kel que Ane não estendeu o que estava acontecendo ali.

...

Pouco depois Ane , Tony e Loki estavam no estacionamento na frente do Porsh do senhor Stark. E o homem de ferro sorria enquanto Ane e Loki continuavam emburrados.

— pense no lado positivo Ane – fala o homem – você vai ter um servo.

— isso era sua obrigação não minha – fala a jovem contra gosto.

— eu não tenho disposição nem tempo para cuidar de um vilão – conta Tony – estou em um projeto grande, preciso de tempo e espaço e esse ai está atrapalhando.

— e você joga pra cima de mim? – questiona a loira – o que eu fiz pra merecer esse tipo de coisa?

Tony riu do drama que a jovem estava fazendo, mas não podia voltar atrás, ele sabia que se Loki vivesse ali onde ele tinha feito o mal, talvez se redimisse.

— fica com ele– ele falou entrando no carro e saindo o mais rápido possível.

Ane encarava o Porsh branco que desaparecia e foi logo praguejando:

— tomara que bata o carro.

Ela se virou para olhar o deus, que encarava aquilo com uma feição atordoada. Com um grande suspiro Ane chamou o novo integrante do orfanato Howard e foi avisando:

— você vai ficar responsável pelos Vereit – ela esperava não se arrepender.

E colocando o colar em volta do pescoço foi logo dando uma ordem ao trapaceiro:

— vem logo, e não esqueça que de hoje em diante seu nome é Luke.

Loki se virou pela ultima vez olhando o portão se fechar. Agora ele sabia que só podia piorar sua situação.

— anda logo – disse Ane com um tom autoritário na voz.

E Loki passou a seguir a jovem loira.

...

Maria Hill estava andando pelas ruas de Nova York, era seu dia de folga e Nick havia dado um dia de folga para comprar algumas coisas pessoais.

Ela olhava as vitrines, observava as pessoas e relaxava do estresse diário que era trabalhar para SHILD.

No entanto naquele dia tranquilo, uma explosão gigantesca aconteceu, abrindo um grande buraco no meio da avenida e algumas pessoas estavam praticamente caindo dentro dele.

Maria agindo rápido foi correndo e se lançou para pegar uma criança que estava em perigo, mas ela também acabou escorregando e indo junto, porem um par de braços musculosos a envolveram e a puxou junto com a criança:

— é o Capitão América – grita a garotinha que apontava para o lado.

Maria se virou e viu bem ao seu lado Steve ele agora segurava uma corda e puxava uma mulher de dentro do enorme buraco.

Depois da policia e da equipe de ambulância Steve se aproximou da agente da SHILD, e educadamente perguntou:

— viu alguma coisa?

— não – respondeu a morena.

— estranho.

— também acho – comentou a mulher.

Os dois juntos chegaram perto da beirada da abertura e olhava para baixo o buraco grande.