Almas Sombrias

Capítulo Dez


Capítulo Dez

Fiquei intrigada com aquele cara, eu não sou nem um pouco popular para ele saber meu nome e nem me lembro dele de nenhum lugar, mas aquele sorriso dele...me pareceu tão familiar.

Os últimos tempos de filosofia foram horríveis, a Violetta ficava me acusando de ter queimado ela com um isqueiro sendo que eu não tinha nada na mão e todos na sala de aula ficaram com medo de mim e se afastaram, ficou só eu e a Brianna sentadas num canto e o resto da turma toda para o outro lado como se a qualquer momento pudêssemos tirar uma bomba da mochila e explodir a escola.

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Agora estou aqui sentada na cadeira de espera junto com a Violechata esperando o diretor sair da sala e nos chamar para entrar e ter uma conversa sobre o ocorrido de hoje, e eu não tenho nem argumentos para me defender, não dá para chegar e dizer "Foi essa minha marca no braço que acende e queima os outros" com certeza me mandariam para um psiquiatra.

A minha marca não tem mais controle, e isso me irrita. Me lembro depois do dia do incêndio quando a Laura viu essa forma no meu braço perguntou o que era e nem eu sabia direito, disse que tinha me queimado e formou essa marca em forma de raio, então para não ficar muito estranho eu pinto ela de preto para parecer uma tatuagem, só a Brianna e a Laura sabem que isso não é uma tatuagem e sim uma marca de queimadura estranha, apesar de elas não saberem dos "poderes" dela.

- As senhoritas já podem entrar - o diretor diz na entrada da sua sala e faz um gesto de mão para entrarmos.

Eu me sento na poltrona do lado esquerdo e a Violetta na do lado direito e a mesa nos separando da cadeira do diretor, na qual ele se senta e nos observa como se isso fosse ajudar muito, ele deve estar até estranhando me ver aqui, já que eu sou quieta e nunca dei nenhum trabalho.

- Bom meninas, me digam exatamente o que aconteceu - o diretor diz e põe as mãos no queixo para ouvir nosso relato.

- Essa vadia me queimou, olha só - ela diz mostrando o ombro vermelho.

- Olha o palavriado srta. Tompson - o sr. Schellers diz.

- Mas eu não tinha nada, como te queimei? Pode revistar meus bolsos, minha mochila, meu estojo, o que quiser, não vai achar nada - digo.

- Está dizendo que estou maluca? - a Violetta diz se virando para mim.

- Talvez esteja.

- Você que é uma piromaníaca, sua psicopata.

- E você não passa de uma fútil que não sabe nem quanto é 2+2.

- É 4.

- De quatro você sabe muita coisa né.

- Olha só, quem você pensa que é...

O diretor se levanta e bate na mesa com força.

- Dá para as senhoritas pararem de discutir?! Estão aqui para resolver os problemas e não criar mais um - ele diz furioso.

A Violetta se acerta na sua poltrona e nós ficamos em silêncio olhando para o diretor esperando ele se acalmar.

- Agora sim, vamos começar com a Alyssa, pode contar a sua versão dos fatos - ele diz olhando para mim.

Eu tenho que me lembrar de não dizer nada a respeito da minha marca estranha que queima as pessoas e a respeito do surto também.

- Eu estava na sala de aula esperando o professor chegar, aí apareceu dois mosquitos chatos voando em frente ao meu rosto, eu gritei vão embora, então a Violetta chegou nessa hora e se sentiu ofendida com não sei o quê e começou a discutir comigo, minha amiga tentou me defender mas depois essa garota aqui do meu lado começou a puxar meu cabelo e a partir daí começou a briga, e eu não usei nada para queima-la talvez só tenha sido a minha pulseira - digo levantando o pulso para mostrar a minha pulseira de corações que eu agradeço por ter colocado ela hoje, assim tenho uma desculpa.

- Obrigada, srta. Pettyfer - ele se vira para a Violetta e diz: - Agora pode contar a sua versão.

- Até que enfim, não aguentava ouvir tantas mentiras. Então, eu estava muito bem conversando com a Karmin sobre a nova loja de sapatos que abriu no shopping e quando entro na sala de aula, vejo essa garota gritando com todos que estavam chegando junto comigo assim "Vão embora, essa sala de aula é só minha e eu que mando aqui e não quero vocês nesse exato momento" Eu é claro, me senti no direito de defender a minha turma que tanto amo e disse "Calma Alyssa, todos nós somos amigos", depois ela ficou com raiva de algo e avançou em cima de mim, me prendendo e me queimou com um isqueiro, e isso é o que ocorreu.

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- Mas isso tudo que ela disse são mentiras - digo levantando a voz e indignada como essa garota pode mentir tão descaradamente?

- Não são mentiras, você que disse mentiras - ela diz se fazendo de sínica.

- Vocês não vão começar a discutir de novo, estão na minha sala e quero respeito - o sr.Schellers diz e eu e a Violetta nos calamos de novo. - Eu não acho que a srta.Pettyfer tenha te queimado com o isqueiro srta. Tompson, ela é uma boa aluna e não acho que tenha feita tamanha atrocidade - eu dou um risinho soberbo na direção da Violetta e ela fica com raiva - Mas, eu não sei sobre o ocorrido e de qualquer forma a srta.Tompson apareceu machucada, e isso não é certo - dessa vez foi a Violetta que deu um risinho na minha direção. - Até saber o que realmente ocorreu, quero que vocês parem de brigar e não quero ver mais nenhuma das duas aqui na minha sala novamente, estão entendendo? - eu e a Violechata concordamos - Eu vou dar uma suspensão para as duas de um dia e me tragam esse bilhete quinta-feira assinado pelo responsável de vocês. Agora podem se retirar, mas antes disso, quero um abraço amigável das duas.

- Você só pode estar de brincadeira, né? Eu não vou abraçar essa doida - a Violetta diz olhando para o diretor quase suplicando para ele não fazer isso.

- Eu também não quero abraçar essa garota, vai que burrice passe? - digo cruzando os braços.

- Eu por acaso estou com cara de quem está brincando? - eu e a Violetta negamos com a cabeça - Só vão sair daqui depois do abraço, vou fazer igual com as crianças.

- Podemos ficar aqui o dia todo, eu não vou abraça-la - a Violetta diz cruzando os braços também.

Que saco, não tinha pior castigo, acho que preferia lavar os banheiros a abraça-la, mas não estou afim de ficar o resto do tempo aqui, então eu vou até ela e a abraço com uma vontade de apertar o pescoço dela, a Violetta fica um tempo parada e depois me abraça também, um abraço que não é nem um pouco amigável.

- Agora já podem ir - o diretor diz.

Assim que pusemos os pés para fora da sala do diretor a Violetta começou a limpar os braços com as mãos.

- Eu não acredito que tive que me rebaixar tanto - ela diz e depois se vira jogando os cabelos e vai embora.

Que droga de dia na escola.

Saio do colégio e vejo o Pierre parado ao lado de um carro - imagino ser dele - conversando com a Brianna. Assim que minha amiga me vê ela acena para ir até eles.

- O Pierre estava te procurando, então disse que você já estava vindo - ela olha de um para outro - Bom, vou deixa-los sozinhos.

A Brianna diz e quando passa no meu lado cochicha "Aproveita amiga" e depois segue seu caminho.

Eu não sei o que o Pierre quer comigo, nem somos tão conhecidos assim.

- Eu vim aqui, pois queria te ver e te dar um presente também - ele diz empolgado.

- Sério? Que presente? - finjo empolgação.

Ele me estende uma gaiola e dá para eu segurar.

- Um coelho - digo surpresa.