Dinho havia passado bem o dia com Ju. Andaram de bicicleta até a lagoa, conversaram, se beijaram... A garota era legal, além de bonita, e parecia ser ótima pessoa. Deixou Juliana em casa e seguiu para o seu lugar favorito: o telhado de casa. Ju encontrou Lia na praça e sentou ao seu lado nos balanços.

-Ai, o Dinho não foi fofo me levando pra passear de bicicleta?

-Que???

“Isso não! Como assim? O que eu fiz pra merecer isso???”

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-Como assim? Ficou, gamou? – “Principiante... Eu devia ter desconfiado!”

-Ai, tava brincando...

-Tava não, te conheço... – queria dar um sermão na amiga, mas não queria deixar escapar o que Ju não sabia... e nem deveria saber.

Lia observou enquanto a amiga demonstrava o quão apaixonada estava, como uma pré-adolescente falando de seu ídolo, mas era o Dinho... Lia riu.

-Nem beijar direito esse garoto beija...

-Eu gostei!

-Nossa senhora, ele parece um furacão, a língua dele fica mexendo, assim... Ai! Me dá nervoso, é muito rápido!

-Só se foi com você, comigo...

Lia olhava apavorada, enquanto Ju lembrava que Dinho a havia beijado com mais calma e cuidado. Ignorou o fato de o beijo de Lia e Dinho ter sido, pelo que a amiga finalmente revelava, bem mais íntimo e passional que o dela, mas como Juliana era uma romântica, nem se importou. Preferiu observar Dinho no telhado, enquanto Lia olhava para a bff, preocupada. Foi a vez da roqueira intervir, alertando Ju. Adriano podia ter feito cena de fofo muito bem, mas Lia sabia mais que Ju e tinha a obrigação de instruir a amiga.

-Lia, você é afim dele?

“Que? Foge, Lia, foge!”

-N-não, Ju, claro que não! Poxa, a gente ficou uma vez, só – “e outras duas, das quais é melhor você nem saber...” – e foi há muito tempo atrás, eu nem gostei, eu preferia ter beijado um...-“pensa rápido, Lia, pensa rápido”-um jabuti banguela!

-Jabuti tem dente?”

“oops”-Tem! Der!

As duas amigas riram e Lia aproveitou o momento.

-Só acho que você está indo rápido demais...

Ju desconfiou. Percebeu a amiga sem jeito, atropelando as palavras e gaguejando, tentando se explicar... Conhecia Lia há anos, sabia o que poderia estar acontecendo.

-Você tem certeza que você não...

-Ai, Ju, para! Eu nunca fui afim desse menino! Decorou?

Lia na defensiva... Juliana sabia o que significava, mas preferiu concordar. As duas se implicaram, brincando, mas Ju lembrou do problema em questão. Perguntou à amiga se estava tudo bem, se ela não estaria chateada. A roqueira era mestra em esconder sentimentos e sofria com isso frequentemente.

-E por que que eu taria, Ju? Por causa de um garoto que fica com todo mundo?

Lia olhou em direção a Dinho. Era só isso que ele era, o garoto que ficava com todo mundo e que jamais poderia ter gostado dela de verdade. Tão tola... Adriano sonhava, como sempre, e Lia sentia uma ponta de ciúme imaginando que o garoto estivesse pensando em Ju.

Dinho estava mesmo pensando na it girl no início, mas a lembrança de Lia foi maior.

“Mas será que nem achando outra interessante, depois de meses, eu consigo tirar a marrentinha da cabeça? Adriano, Adriano... Você precisa de ajuda, meu querido, não estou te reconhecendo...”

Dinho teria adormecido pensando na roqueira, se não fosse a mãe lhe chamando para descer.

No dia seguinte, Dinho foi cumprimentado por Ju na entrada. Sorriu, mas Lia estava logo do lado. Sempre ela... Concentrou-se no cadeado da bicicleta, tentando ignorar a garota que habitava seus sonhos. E ela seguia ali, perturbando-o, ela e a it-girl.

-Algum problema, Ju?

Juliana negou e Dinho voltou sua atenção para o cadeado. Foi quando Lia, percebendo a situação, decidiu ir embora com a amiga. Adriano ficou aliviado... até Lia derrubar sua bicicleta.

-Ai, desculpa, foi totalmente sem querer, Dinho, foi mal!

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Encarou-a, irritado, e levantou sua bicicleta enquanto Lia saía com Ju. Por alguma razão ele a chamava de marrentinha... E quanto mais ela o irritava, mais o aventureiro tinha vontade de calá-la ao seu jeito. Do outro lado do portão, Lia dava sermão em Juliana, que não entendia nada.

-Mas você gosta de implicar, né?

-Eu gosto de implicar?

Saíram discutindo em direção à sala, enquanto Dinho continuava parado, pensativo, no bicicletário. Por um rápido momento cogitou que Lia tivesse feito aquilo por ciúmes, mas não era possível... Lia foi a primeira e única garota que o dispensou, não estaria justo ela com ciúmes... Estaria?